Experiência
Três passeios pelo mundo dos vinhos de Denominação de Origem da Espanha
Se você gosta da dobradinha vinho e viagem, certamente costuma incluir em seus planos passeios por vinícolas de outros países, com direito a muitos brindes e harmonização com pratos e ingredientes únicos de cada região. De olho nessa experiência, depois da visita do Bom Gourmet às Cavas Freixenet, a convite da Freixenet Brasil, percorremos outras três vinícolas de quatro regiões de Denominação de Origem Protegida no roteiro de vinho pela Espanha: Rioja, Ribera del Duero, Rueda e Rías Baixas, todas ao norte do país ibérico e do grupo Ferrer Miranda. Confira os detalhes e se programe para a próxima viagem na companhia de Baco.
DOP Rioja
As bodegas Solar Viejo ficam em Laguardia, dentro da província de Álava, no País Basco, em uma região viticultora denominada de Rioja Alavesa, uma subdivisão da Denominação de Origem Protegida Rioja. Como partimos de Barcelona, depois da visita à Freixenet, foram seis horas de carro até chegar à vinícola, que produz vinhos essencialmente a partir das uvas tempranillo.
Também conhecida como tinta país, por ser o tipo de fruto mais encontrado na Espanha, o seu nome vem de temprano, já que essa uva tem maturação mais célere. Em Portugal, a mesma uva recebe o nome de Tinta Roriz.
De acordo com a enóloga da Solar Viejo, Vanesa Insausti, a região onde se encontra a Solar Viejo é considerada a primeira Denominação de Origem Protegida da Espanha - Rioja, com produção de vinhos tintos da mais alta qualidade, que passam pela barrica de carvalho.
"Para que nossos vinhos sejam referência, a principal característica é a nossa uva, uma fruta vermelha única, com boa acidez e frescor, que tornam o vinho bem simples de beber", explica.
Além dos rótulos Solar Viejo, a bodega também produz o Orube, com uma variação de rosé, que tivemos a oportunidade de provar.
No Solar Viejo, é possível participar das famosas catas, que são degustações que incluem três rótulos e são harmonizadas com aperitivos da região, como jamón e queijos. A experiência tem duração média de meia hora ao custo de 15 euros por pessoa. A gente provou, com direito à vista privilegiada da paisagem típica do País Basco.
Depois, descemos à linha de produção, que faz parte de outra opção de passeio, que incluí visita à bodega e prova dos vinhos Tempranillo, Crianza e Reserva, com aperitivos leves e duração média de uma hora, também ao custo de 15 euros.
Na experiência, provamos o vinho direto da barrica e ouvimos a explicação detalhada de Vanesa sobre a importância do nível de torra do carvalho das barricas. "Cada intensidade de torra confere notas distintas. Quando mais intensa, mais sabor defumado dá ao vinho", ensina.
Há, ainda, uma visita mais longa, batizada de 100% Rioja, que incluí passeio pelos vinhedos, além da descida à cave e a uma cata especial, com os famosos pinchos espanhóis, espécies de espetinhos com produtos locais. Para essa opção, é exigida a presença de pelo menos seis pessoas e o custo é de 29 euros por visitante.
A casa também oferece opções para eventos, com consulta prévia de preços, e um wine bar com vista para a Serra Cantabria, que fica anexo à loja de vinhos.
Mais informações: www.solarviejo.com
DOP Ribera del Duero e Rueda
No nosso roteiro de vinho pela Espanha, a gente foi de Laguardia até a região conhecida como Ribera del Duero, outra Denominação de Origem Protegida dos vinhos espanhóis, cuja porção portuguesa é denominada Ribeira do Douro, também famosa por seus vinhos especiais.
A parada, desta vez, foi na Valdubón, em Milagros, Burgos, que, por sinal, tem como diferencial um roteiro especial para os chocólatras de plantão.
Mas, antes, falemos um pouco mais das particularidades dos vinhos da região. O tempranillo, aqui, também reina. Mas há espaço para uvas brancas como a Verdejo, que resulta em vinhos da Denominação de Origem Protegida Rueda, também parte da linha de produção da Valdubón.
"Nas nossas visitas guiadas, é possível conhecer um pouco mais sobre as uvas que cultivamos e suas características, que refletem nos vinhos e, é claro, sempre acabamos degustando algum produto da região para a experiência ser completa", explica a enóloga Gloria Diaz.
A visita tradicional, que custa 15 euros, inclui ida à bodega e degustação dos rótulos Tempranillo, Roble e Crianza, com direito a um aperitivo simples. Na segunda opção, os rótulos Crianza, Reserva e Valdubón Diez, um dos mais emblemáticos da vinícola, são harmonizados com uma seleção de queijos castelhanos.
Nós, no entanto, tivemos o plus dos embutidos da região, encabeçados, é claro, pelo autêntico jamón ibérico. Por fim, a gente volta à opção feita sob medida pra quem adora um chocolatinho. Com os mesmos rótulos da opção com queijos, a harmonização é feita com chocolates da região. Essas duas opções harmonizadas saem por 30 euros cada.
Para quem preferir esticar as pernas, é possível visitar bodega e vinhedos, que ficam bem próximos à casa principal, com degustação de quatro rótulos harmonizados e quatro opções de tapas (25 euros), ou harmonização com comida típica castelhana, com quatro horas de duração ao custo de 60 euros. Por fim, a bodega oferece a possibilidade de visitas especiais, com harmonizações ao gosto do cliente e preço sob consulta.
Fomos honrados com um almoço especial, com prova dos rótulos brancos Valdubón Verdejo 2020, Verdejo Roble 2020, da Denominação de Origem Rueda, e os tintos Valdubón Crianza 2018, da DOP Ribera del Duero. Os vinhos foram harmonizados com pratos como o autêntico chorizo da região e uma paleta de cordeiro assada lentamente, que estava desfiando de tão bem preparada.
Mais informações: www.valdubon.com.br
DOP Rías Baixas
Ao final do nosso roteiro de vinho pela Espanha, chegamos pertinho do mar, onde fomos conhecer a Vionta, reconhecida internacionalmente por seus vinhos da uva branca albariño, ou alvarinho, como é chamada pelos vizinhos portugueses. Fica pertinho de Santiago de Compostela, conhecida pela peregrinação.
A paisagem que marca a Denominação de Origem Rías Baixas é um espetáculo à parte. De um lado, montanhas verdejantes. Do outro, a profusão do mar, delineada por ilhotas dentre as quais se encontra a pequena Vionta, homenageada no nome e no rótulo da marca, que pertence ao grupo Ferrer Miranda.
De acordo com o enólogo da Vionta, Javier Alanda, são clima e vegetação únicos que tornam a albariño uma uva tão especial.
"São uvas verdes e pequenas, que conservam uma boa acidez e dão muito corpo aos vinhos e, graças às características geográficas da região, conservam seus aromas até o final do processamento da bebida", explica.
Outra particularidade Rías Baixas, de acordo com o enólogo, é a origem da uva, que parte de pequenas propriedades, com média de cinco hectares. "Recebemos a produção da região, que é praticamente feita no quintal dos produtores. É um método de cultivo bem artesanal", reforça. Diferente dos vinhedos das demais regiões espanholas, o cultivo da albariño é suspenso, muito semelhante ao que vemos no Vale dos Vinhedos no Brasil.
Para degustação, foram selecionados os rótulos Vionta Albariño, Depende e You and Me, de albariño, e o Vionta Godello. Para harmonizar, foram escolhidos pratos com altas doses marítimas, com direito a muita zamborinhas, uma espécie de vieira bem típica da região; mariscos e outras delícias do mar e da terra, como as crocas de carne os queijos curados e semicurados, como o San Simón, super típico da região.
No caso da Vionta, vale um adendo: apesar do amplo salão com mesas, a especialidade da casa é a seara das visitas guiadas -- eventos, que vão desde encontros com pequenos grupos a celebrações como aniversários e casamentos. Então, se você está planejando fazer aquela festa especial em terras espanholas, fica a dica.
Mais informações: www.vionta.com.br
- Confira nos destaques do Instagram do Bom Gourmet como é viajar pelo maravilhoso mundo dos vinhos espanhóis
*Gisele Rech viajou a convite da Freixenet Brasil