Experiência
Culto à pizza! Dois novos museus celebram o ícone italiano
O museu da pizza merece estar em Chicago, nos Estados Unidos. A cidade é famosa pela pizza com borda grossa, feita na panela de aço. “Mas pizza de borda grossa não é pizza”, você pode dizer (e está errado). O museu da pizza em Chicago é o museu da inclusão, além de ficar no meio-oeste, próximo de regiões com outros bons estilos de pizza:, como St. Louis, Detroit e Quad Cities.
O museu da pizza também merece estar em Nova York, conhecida pela pizza vendida em fatias, feita para comer em pé com as mãos. A cidade, além de ser a capital culinária dos Estados Unidos, também foi sede da primeira pizzaria, a Lombardi’s, em 1905.
Nas duas cidades, existem museus da pizza. O museu de Chicago foi inaugurado em agosto, e o de Nova York será aberto no dia 13 de outubro. Ambos têm designs de caixas de pizza e lojas de souvenir com itens e camisas de pizzas repletas de queijo. Mas são muito diferentes.
O Museu de Pizza dos Estados Unidos, em Chicago, traz uma apresentação direta de artefatos de pizza através de uma lente pop-cultural irônica, e tem entrada gratuita. Já o Museu da Pizza em Nova York tem estilo: instalações de artistas, cenários “instagramáveis” e uma loja vendendo fatias de pizza ao final. As entradas, que estão sendo rapidamente vendidas, custam US$ 35.
Por causa da longa richa entre as duas cidades, toda a população assumiu que os donos dos dois museus se odeiam. Na verdade, eles têm respeito mútuo.
Chicago – Museu de Pizza dos Estados Unidos
“Existem muitos estilos de pizza. Cada um tem uma opinião, e essa é a parte boa em tudo isso. Mas abri o museu aqui porque é onde moro”, afirma Kendall Bruns, fundador e diretor do museu da pizza em Chicago.
O Museu da Pizza dos Estados Unidos é um lugar esquisito e agradável. Apresenta a coleção pessoal de Bruns, que já tinha sido mostrada em festivais anteriormente, mas agora ganhou lugar fixo. É uma grande sala repleta de itens como caixas de pizza, e tem uma loja de lembranças na frente. Infelizmente, fica longe das boas pizzarias da cidade.
Não há cobrança de ingressos porque o fundador não quer que nivelem o museu. “Não quero que alguém venha visitar pensando que vai ser como o Museu da Ciência e Indústria. Por enquanto, a renda vem da loja de presentes. Provavelmente não é suficiente”, explica Bruns.
Fica nítido que a coleção dele é um projeto passional, o que faz você torcer por ele. O fundador de 40 anos começou a coletar itens relacionados à pizza depois de ler um artigo em 2009 sobre as melhores pizzas nos Estados Unidos. Ele visitou todas, e começou a guardar os cardápios. A coleção conta também com caixas de pizza e brinquedos relacionados com o tema, além de pôsteres e menus vintage. Bruns sabe que é esquisito colecionar esses itens, principalmente as caixas, que podiam virar lixo.
O museu mostra a história da pizza no país, mas os anos 80 e 90 estão representados desproporcionalmente. Bruns afirma que foram décadas importantes para a pizza, com diversos jogos, como Pizza Tycoon, brinquedos e camisetas da rede de televisão MTV. “A pizza realmente cruzou a linha da cultura pop. É quando você começa a ver personagens como o E.T. em um copo da Pizza Hut”, conta.
Além de nostalgia, Bruns acredita que os itens mostram algo mais. “Você pode reparar como os designs variaram. Existem muitas formas de mostrar o tema. Começa com algo bem básico, e vai sendo aprimorado.”
Nova York – Museu da Pizza
Em Nova York, Kareem Rahma, 32, está nos preparativos para a abertura do Museu da Pizza no Brooklyn, no dia 13 de outubro. Assim como no museu de Chicago, a coleção conta com caixas de pizzas e conteúdo histórico-educativo. Mas as semelhanças param por aqui. Esse museu não é um templo para a história da pizza, e sim para a arte contemporânea. “Demos aos artistas carta branca para que fizessem qualquer coisa. Só demos o tema do culto à pizza como parte de um briefing de criatividade”, afirma Rahma.
O artista Adam Green, por exemplo, criou uma instalação chamada de “praia da pizza”, com uma sala de leitura de zines. Também tem uma instalação chamada de “O vortex da pizza”, feita por Signe Pierce e Emma Stern, descrita como um quarto com luz fluorescente que brinca com a concepção do conjunto da história da arte, cultura pop, vida na Terra e existência no cosmos.
Já a instalação da artista Shawna X’s, “Diga queijo”, explora a interseção entre a pizza e a indústria da beleza. E uma exibição educativa sobre a história da pizza, criada pelo coletivo Optical Animal, combina a mais moderna produção de hologramas digitais com os antigos projetores de carrossel, para criar uma história de pizza do velho mundo que se encontra com o novo mundo. E haverá caixas de pizzas de todo o mundo – do Japão a Israel e à Itália – de Scott Wiener, que tem o recorde mundial da maior coleção.
Vai ser um lugar “instagramável”, parecido como outras atrações na cidade, como o museu do sorvete. “Eu acho que, em várias exibições do museu, a pessoa não precisa necessariamente estar na foto. Mas tudo vai inspirar as pessoas a tirarem os celulares do bolso.” A experiência termina em uma loja que vende pizza em fatias. O ingresso de entrada no museu dá direito a uma fatia por visitante.
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