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Experiência

Como é o evento que tem open de vinho e assados do maior chef churrasqueiro do mundo

Marina Mori*
14/03/2019 20:54
De todas as etapas necessárias para que um vinho esteja perfeito ao chegar na sua taça, a colheita da uva é talvez a mais esperada pelos produtores. Em tempos de vindima, não faltam motivos para fazer festa e cada vinícola celebra a sua de uma forma. A Bodega Garzón, no Uruguai, reserva um dia repleto de experiências para seus visitantes.
Embora seja considerada nova no ramo (teve as primeiras parreiras plantadas em 2008 e foi apresentada ao público em 2016), já acumula no currículo dezenas de prêmios e honrarias – no ano passado, por exemplo, foi eleita a melhor vinícola do Mundo Novo pela Wine Enthusiast.
Fachada da Bodega Garzón, no Uruguai. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Fachada da Bodega Garzón, no Uruguai. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
No início deste mês, o Bom Gourmet foi conferir como é participar da Fiesta de la Vendimia organizada pela Garzón. A primeira edição do evento foi realizada no ano passado, mas a vinícola pretende torná-lo tradicional no calendário de Pueblo Garzón, o pequeno povoado de 198 habitantes que recebe a festa.
Veja, abaixo, cinco motivos para participar da celebração uruguaia:

1. Colher uvas e aprender como o vinho é feito

O dia da festa começa com um passeio pelo parreiral da Bodega Garzón. Depois de se equiparem com chapéus panamá, luvas e tesouras, os visitantes ajudam a abastecer engradados plásticos com uvas de todos os tipos. A colaboração é simbólica: nesta época, são processados diariamente de 30 a 40 mil quilos de uvas. No ano, o volume chega aos 2 milhões de quilos.
Caminhando pelos corredores das videiras, o agrônomo Eduardo Félix e o enólogo Germán Bruzzone explicam como os frutos se transformam em vinho depois da colheita. Os dois são os principais responsáveis por cada um dos 19 vinhos produzidos a partir dos 220 hectares da vinícola.
“Esta ainda precisa ficar mais uns dias aqui”, diz Félix ao provar uma baga de merlot. “Você sente quando mastiga a semente”, explica ele, indicando o cacho para que o interlocutor faça o mesmo. A aula informal segue por mais um tempo até que seja hora de viver outra experiência.

2. Experimentar o famoso churrasco de Siete Fuegos de Francis Mallmann, o mestre do churrasco

Apesar da nacionalidade argentina, o chef que ganhou fama mundial após estrelar em um episódio de Chef’s Table, a aclamada série da Netflix, tem sangue uruguaio materno correndo nas veias. Do carinho pelo país e pelos bons vinhos, nasceu a aliança com a Bodega Garzón: desde que a vinícola foi lançada ao público, em 2016, Francis Mallmann assumiu o posto de consultor gastronômico do espaço.  Nos dias de festa, comanda os “Siete Fuegos” como um show para centenas de pessoas.
Além dos carneiros e leitões assados lentamente nos domos de ferro dispostos no pátio do vilarejo de Garzón, preparos clássicos do chef ficam ao alcance de olhos e narizes curiosos. É impossível desviar a atenção quando a carne rosada e suculenta de seu salmón a la sal surge assim que a crosta de sal grosso é quebrada, ou quando o vapor intenso do curanto – embrulho de pano com vegetais assado embaixo da terra, na brasa – invade o ar ao ser desenterrado.
Francis Mallmann, o chef argentino que ganhou o mundo com a técnica dos Siete Fuegos, finaliza um prato durante a festa da vindima. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Francis Mallmann, o chef argentino que ganhou o mundo com a técnica dos Siete Fuegos, finaliza um prato durante a festa da vindima. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

3. Beber excelentes vinhos à vontade

A Bodega Garzón cultiva 12 castas de uvas tintas e brancas em 220 hectares de terra na província de Maldonado. O lugar é praticamente um oásis para os produtores de vinho: fica a apenas 18 kms do Oceano Atlântico e a 160 metros do nível do mar, o que garante uma brisa benéfica e constante nas plantações. Além disso, o solo é rico em balastro, uma espécie de resíduos de rochas milenares que enriquecem a terra com nutrientes certos para compor vinhos excelentes.
Alvarinho, Pinot Noir Rosé, Tannat, Merlot, Marselan: durante um dia inteiro, você pode escolher qual variedade vai degustar. O que não vale é ficar com a taça vazia.
Alvarinho, Pinot Noir Rosé, Tannat, Merlot: durante um dia inteiro, você pode escolher qual vinho vai beber. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Alvarinho, Pinot Noir Rosé, Tannat, Merlot: durante um dia inteiro, você pode escolher qual vinho vai beber. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

4. Passar o dia em um cenário de filme

Todos os elementos da festa fazem com que o ambiente se transforme em um retrato digno de cinema: clima agradável (nesta época do ano, os dias são de sol e, à noite, tendem a ficar mais frios), mesas ao ar livre com toalhas brancas e cadeiras de madeira, árvores por todos os lados. Canções suaves enchem o ambiente ora com bossa nova, ora com jazz lounge. É o cenário perfeito para quem quer mergulhar em uma experiência completa.
Temperatura amena, música ao vivo e uma decoração digna de Pinterest formam o clima para uma festa sem pressa e com muito charme. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Temperatura amena, música ao vivo e uma decoração digna de Pinterest formam o clima para uma festa sem pressa e com muito charme. Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo

5. Aproveitar uma apresentação típica do carnaval uruguaio

O tradicional grupo artístico La Clave encerra o evento com uma apresentação de murga uruguaia, um gênero de teatro musical típico da cultura. Vestidos com roupas muito coloridas e rostos pintados, os integrantes usam instrumentos de percussão para declamar canções enérgicas com muito humor e pitadas de crítica ao sistema político.
Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
Foto: Marina Mori / Gazeta do Povo
*A repórter viajou a convite da Bodega Garzón.
Serviço
Os convites custam em torno de US$ 200 por pessoa (cerca de R$ 770) — crianças pagam metade — e podem ser adquiridos com antecedência no site da vinícola: www.bodegagarzon.com
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