Experiência
“Safra das safras” leva a recorde de amostras na Avaliação Nacional de Vinhos 2020
A coleta de amostras para a Avaliação Nacional de Vinhos de 2020 entrou para a história com um recorde: são mais de 400 vinhos de 54 vinícolas brasileiras serão analisados, com representantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia. Inicialmente, o evento, ainda sem mais detalhes de como será realizado, está marcado para o dia 7 de novembro, um ajuste de calendário feito devido à disseminação do novo coronavírus. Mesmo em um ano atípico, em março Associação Brasileira de Enologia (ABE) anunciou que 2020 seria o ano "safra das safras", dada a qualidade das uvas produzidas e dos vinhos em processo de fermentação.
Para o enólogo Daniel Salvador, presidente da associação, que promove a disputa, a grande adesão em um ano marcado pela pandemia é motivo para comemorar. “Além do recorde de amostras, temos o desafio de surpreender no formato do evento, que a cada ano ganha novidades. Este ano não poderia ser diferente. Aliás, muito mais desafiador, mas temos certeza que o que estaremos apresentando será muito bem recebido por todos que apreciam vinho”, destaca o presidente da ABE, enólogo Daniel Salvador.
O coronavírus não apenas obrigou a entidade a transferir a data do evento - que tradicionalmente é realizado em setembro - como também está exigindo mudanças que serão apresentadas durante o mês de setembro. “O que podemos dizer por enquanto é que tudo será feito com a maior responsabilidade como é de costume da ABE em todas as suas ações. A saúde das pessoas está em primeiro lugar e nós, enólogos do Brasil, temos esta consciência e assim como precisamos nos reinventar ao elaborar novos vinhos, também estamos nos adaptando para oferecer uma experiência que continuará sendo inesquecível”, assegura Salvador.
Entre as novidades deste ano, estão a inclusão de novas categorias, como a específica para vinhos rosés finos secos. Já a categoria de vinhos tintos finos secos passa a aceitar, além de 100% varietais, vinhos com corte de uvas tintas finas. As outras quatro categorias seguem iguais: vinhos base para espumante, vinhos brancos finos secos não aromáticos, vinhos brancos finos secos aromáticos e vinhos tintos finos secos jovens.
Algumas amostras vão percorrer mais de três mil quilômetros para chegar em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, onde serão submetidas à avaliação às cegas por dezenas de enólogos brasileiros como acontece todos os anos no Laboratório de Análise Sensorial da Embrapa Uva e Vinho. Para cada amostra são coletadas nove garrafas, cada uma com código próprio, sem rótulo e sem marca, o que garante o rigor no processo.