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Piegel completa 100 anos

De geração para geração ao longo de um século. A Piegel Pães acaba de completar 100 anos no mesmo local, no Ahú, onde foi inaugurada em 29 de março de 1915, data em que se comemora o aniversário de Curitiba. Ao longo das décadas, a panificadora, fundada pelo casal Eduardo e Margarida Piegel numa pequena casa de madeira na Avenida Anita Garibaldi, cresceu tanto que hoje inclui também uma confeitaria, um restaurante de bufê por quilo e pizzaria, uma casa de massas, uma papelaria e uma loja de presentes. Todos os negócios continuam administrados pela família que hoje chegou à quinta geração.
Oficialmente, seu Augusto, 75 anos, e dona Adilete, a terceira geração da família, ainda conduzem o Grupo Piegel, “mas agora que a padaria completou o centenário já disseram que vão passar para os filhos”, garantem Jeanne, Josimery e Joelma, as três filhas do casal.

Aos poucos, porém, as irmãs estão inserindo a quinta geração na administração. Pérola, 23, filha de Josimery, estuda gastronomia e em breve passará alguns meses em Londres para aprimorar seus conhecimentos. Já Edgard, 25, filho de Jeanne, já colocou a mão na massa e quer inovar o cardápio da confeitaria: entre as novidades estão o primeiro bolo vegano, à base de farinhas integrais, quinoa, linhaça e cardamomo.
A partir dos anos 1990, o pão francês, à base de farinha de trigo, sal e açúcar, se tornou o carro-chefe da panificadora. Em 2012, esse pão quentinho e crocante, preparado sem pré-misturas, ganhou o Prêmio Bom Gourmet na categoria “Sabor especial”. As fornadas saem a cada meia hora durante à tarde, período de maior movimento. São 15 mil unidades feitas diariamente, sem contar outras 10 mil produzidas na filial do São Lourenço, que abriu em 2001.

Ao todo o grupo conta atualmente com mais de 200 funcionários e passou a ocupar o quarteirão inteiro entre a Avenida Anita Garibaldi e as ruas Belém e Manoel Pedro. “Nos anos 1990 éramos a maior padaria do Brasil”, relembra Jeanne até com uma ponta de orgulho.
Os anos 1990 foram também os da diversificação: primeiro inaugurou a casa de massas Casal Garcia, em seguida a panificadora foi ampliada e transformada em loja de conveniência. Depois surgiu a papelaria, a confeitaria e o restaurante por quilo. Hoje a panificadora serve mais de 30 tipos de pão diferente. Na confeitaria há bolos e tortas para todos os gostos. Nos anos 2000, a expansão não parou. Em 2004 foi inaugurado o café colonial, servido diariamente das 16 às 20 horas. Em 2007, foi criado o café dançante: “Imagine, numa cidade conservadora como Curitiba. Mas foi uma grande sacada e desde então temos festas temáticas todo mês”, comemora Jeanne.

No último 29 de março, a panificadora completou 100 anos. A data rendeu uma comemoração especial: a festa para familiares, funcionários, amigos e clientes reuniu cerca de mil pessoas e foi prestigiada pelo prefeito Gustavo Fruet. Não foi o único presente. Para contar a trajetória de sucesso da panificadora, Jeanne e o marido Neuton lançaram um livro comemorativo com fotos da época, documentos históricos, relatos e depoimentos.

Nele, Adilete e Augusto resumem a trajetória da padaria: “Atravessamos 100 anos no mesmo endereço. Sobrevivemos aos impactos de duas guerras mundiais, à inflação, aos planos econômicos, mudanças de governos e continuamos aqui. Enquanto tantas empresas abriram e fecharam, nós continuamos fazendo pão e gerando emprego”.
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