A mais antiga feira gastronômica de Curitiba vai para o Nordeste

Após 12 edições levando a alta culinária ao grande público, a feira gastronômica Gastronomix vai desembarcar no nordeste do país em 2020. A cidade ainda não está definida, mas faz parte de um amplo projeto de expansão que começou em meados de 2017 com edições especiais em Florianópolis (SC) e Foz do Iguaçu (PR) e em 2018 no Rio de Janeiro.

O Gastronomix, evento paralelo do Festival de Teatro de Curitiba, foi o primeiro na capital paranaense a tornar a alta culinária mais acessível ao grande público. É nela que chefs renomados como Alex Atala, Emmanuel Bassoleil, Flavia Quaresma, o estrelado Michelin Elia Schramm e a peruana Arlette Eulert (neste ano) mostram algumas de suas criações em versão degustação a preços mais módicos.

O formato aplicado nas outras cidades é semelhante ao realizado em Curitiba, com cerca de 20 chefs participantes – cinco ou seis convidados e os demais da própria cidade – em grandes espaços de convivência para até cinco mil pessoas. Para o chef Celso Freire, curador do Gastronomix desde o início do evento, a ideia de expandir a marca já era antiga. Mas, esbarrava em alguns empecilhos.

“Vários chefs convidados e mesmo amigos meus que participaram do Gastronomix em Curitiba queriam levar a feira para suas cidades. Mas não é tão simples, não depende apenas da boa vontade. A gente precisa conciliar a vontade da própria cidade em receber o evento (seja do poder público ou de produtores privados), a infraestrutura necessária que precisamos, e, claro, com o patrocinador, que pode já estar promovendo uma feira local em um curto espaço de tempo”, explica.

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Ele explica que a infraestrutura necessária precisa comportar todo o público e os chefs participantes com conforto e comodidade, além de fácil acesso – normalmente um grande parque já dá conta do recado. Em Curitiba, por exemplo, é realizado no Museu Oscar Niemeyer (MON). Em Florianópolis, no estacionamento da Eletrosul, na ilha. Já em Foz foi em um grande espaço próximo ao Instituto Federal do Paraná. E no Rio de Janeiro, mais recentemente, o shopping Village Mall acertou um contrato de três edições.

“Hoje o nordeste tem sido bem cogitado, várias capitais de lá querem sediar o Gastronomix, ainda estamos negociando. Mas ano que vem teremos uma edição lá sim, só não dá para cravar um lugar ainda”, conta o chef Celso Freire. Além de pratos da alta culinária, a feira também tem palestras, workshops e atrações culturais.

Além de sediar uma edição do Gastronomix, a cidade também é a responsável por parte da organização. Isso se dá através de um ‘padrinho’ local, geralmente um chef amigo ou conhecido de Celso Freire. O curador explica que o padrinho faz uma espécie de mapeamento de fornecedores locais, para que os alimentos usados nos preparos sejam os mais frescos possíveis.

“É um chef da cidade que mostra o seu trabalho, nos leva aos fornecedores e indica onde adquirir o que precisamos. Tivemos padrinhos como o Jaime Barcelos, do Ostradamus (Florianópolis) e Marcos Sodré, do Sawasdee (Rio de Janeiro). Eu vou e convido pessoalmente ele e os outros chefs”, conta Celso Freire.

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Para este ano, a edição curitibana do Gastronomix será realizada mais uma vez no parque e no vão livre do Museu Oscar Niemeyer nos dias 6 e 7 de abril, com a expectativa de receber mais de seis mil pessoas. Entre os convidados estão a chef peruana Arlette Eulert (Matria, de Lima) e Kaká Silva, um dos pioneiros em gastronomia molecular no Brasil e idealizador do Gastronomy Lab.

Já as edições de Florianópolis, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro serão realizadas entre o final de junho e outubro, mas ainda sem nomes definidos.