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Sopa de siri em SC é levada tão a sério que tem até concurso
No Brasil, alguns caranguejos são chamados de siris. A diferença entre eles e os demais crustáceos são as traseiras em forma de barbatana, o que lhes permite nadar, além de que vivem apenas em ambientes de água salgada. Em Santa Catarina, o siri é conhecido por protagonizar incidentes nas praias, quando alguém leva uma beliscada nos pés, ou pela versatilidade dos pratos que podem ser preparados com o animal. Nos restaurantes, o campeão de vendas é o bolinho frito ou o escondidinho. Mas há outro prato que faz parte da cultura gastronômica catarinense e que poucos turistas conhecem: a sopa de siri.

Engana-se quem pensa que o caldo é consumido apenas no inverno. No município de São José, que faz parte da região metropolitana de Florianópolis, a sopa de siri é tão tradicional que ganhou há 12 anos sua própria festa e Concurso Gastronômico Sopa de Siri. Neste ano, o evento foi no fim de março e vendeu cumbucas de sopa à base do crustáceo a R$ 3, além de outros práticos típicos da região, como pastel de camarão e pirão com linguiça. O primeiro lugar no concurso de 2018 ficou com a cozinheira Oscarina Souza, de São José.
A chef Giseli Silva já venceu duas edições do Concurso e explica os segredos da receita. A dica de ouro dela é incluir, além do siri inteiro limpo, a carne já pronta para consumo. De resto, não há mistérios. A sopa leva arroz branco, cebola, tomate, pimentão verde, alho, salsinha, cebolinha e alfavaca. O preço do siri varia bastante no mercado. Em geral, inteiro ele sai por R$ 12 o quilo e R$ 35 apenas a carne.

O siri inteiro já limpo, também chamado de carcaça, deve ser cozido apenas com água por cerca de duas horas. Esse processo garante o sabor da sopa. Para acompanhar, Giseli recomenda torradas, queijo parmesão e azeite. Congelado, o caldo dura cerca de três meses. Na geladeira, é aconselhável consumir em menos de 24 horas.
Outra dica da culinarista é solicitar a limpeza do siri nas peixarias, para facilitar o trabalho. Na hora de comprar, ela indica, ainda, que o cliente precisa se certificar de que está levando o siri fêmea, pois o macho costuma ter pouca carne e, por isso, menos sabor.
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