Bom Gourmet
DUQ Celebra 2 Anos com Jantares Memoráveis e Chefs Renomados em Curitiba
Por Guilherme Rodrigues
O emblemático restaurante DUQ comemorou o 2º aniversário com dois jantares muito inspirados. Um na sexta-feira, dia 28, e o outro dia 29 de março, sábado. Ambos com os mesmos pratos e serviço.
Fui no sábado, aproveitando para brindar também o aniversário de Curitiba e os 101 anos de nascimento do Poty Lazzarotto.
O chef Felipe Miyaque, de quebra, dividiu a cozinha com o chef Laurent Suaudeau, vindo especialmente de São Paulo, ícone maior da gastronomia brasileira, com quem Felipe aperfeiçoou-se na arte de chef. E também com o chef Ricardo Filizola, grande referência de Curitiba.
Um genial tempurá de queijo de cabra sobre tartare de tomate e goiaba curada abriu os serviços. A surprendente combinação do tomate com a goiaba foi perfeita, ambos num harmonioso amálgama de frescor e riqueza. Mais o tempurá, crocante e sequinho por fora, com a maciez e personalidade do ótimo queijo de cabra, quase cremoso por dentro. Uma perfeição muito bem afinada de texturas, contrastes, sabores e aromas. Impossível pensar numa entrada melhor e mais apetitosa.
Seguiu-se um gnudi de camarão com lentilha de Puy cremosa, ao perfume de curry, capim, limão e crocante de alho poró. Outro golaço, com a suavidade do gnudi compondo lindamente com os perfumes dos temperos e acompanhantes. Este prato assinado pelo Felipe.
Ainda do mar, a pescada amarela poché, molho bonne femme, cogumelos morilles inteiros e aspargos fez a festa. O molho suave e aveludado, perfumado aos cogumelos, frescor do vinho branco e a nuance especial dos morriles, fechou lindamente com a carne bem branca e de personalidade única da pescada amarela. Prato assinado pelo chef Filizola.
Para encerrar, último movimento da bela sinfonia, o chef Laurent organizou um peito de pato com semente de coentro e mel de jataí, jus de tucupi e folhado de mandioca. Um grande prato, brasileiro com sotaque (acabamento) francês. Impressionante a harmonização e refinamento do preparo da desafiadora e criativa receita. Tinha tudo para sair mais pesado, mas pelo contrário. Muito refinado, intenso sim, mas de grande elegância.
Na sobremesa, de novo ingredientes brasileiros com o inigualável acabamento das técnicas e inspiração francesas. Uma galette de tapioca, água de coco caramelizada e sorvete de doce de leite com cumaru. Fechou com chave de ouro a revigorante festa de texturas e sabores, surpreendentes e deliciosos.
A harmonização dos vinhos pelo sommelier Vinicius Chupil e sua equipe acertou na mosca, apesar da dificuldade pelos tipos de pratos. Vinhos para acompanhar e valorizar os pratos, sem se sobrepor, como deveria ser. O Madeira Justino 3 anos, seco, de Tinta Negra, refrescado no ponto, foi perfeito com a entrada e primeiro prato. Um Sauvignon Blanc, vigoroso e perfumado, com algo mineral, seco, Les Clos de Reynon 2023, fez o contraponto certo com o peixe e seu rico molho. Com o pato e acompanhantes especiais, um suculento merlot de Bordeaux, cheio, vivaz e com ótima fruta, o Château Reynon 2015, de grande ano e já redondo, casou-se perfeitamente. Na sobremesa, o Madeira Justino’s 3 anos doce ajudou a fechar com chave de ouro.
O evento, casa cheia, consagrou o sucesso e a excelente qualidade do DUQ, não só quanto aos pratos, como em relação ao serviço, ambos altamente qualificados. Crédito especial e muito merecido ao refinado e inspirado restaurateur Alexandre Abagge, criador e regente do DUQ. Só resta brindar e fazer votos para que comemore ainda muitos mais exitosos aniversários.
[ Ambos os jantares em apoio beneficente do Instituto TMO-Casa Malice (Transplante de Médula Óssea)]
No Prêmio Bom Gourmet 2024, o Duq Gastronomia foi um dos indicados entre os Melhores Restaurantes do Paraná e vencedor na categoria Carta de Vinhos e Chef Premiado.