Bom Gourmet
Diversas lojas em uma só; Gold Food Service cria a Casa da Gastronomia, em Pinhais
Imagem do projeto da Casa da Gastronomia, da Gold Food Service, com inauguração prevista para abril. Divulgação
Sócio-proprietário da Gold Food Service, Ozeias Oliveira decidiu acompanhar um cliente em sua jornada de compras de itens para seu negócio. Percebeu que, para que esse operador do setor de food service conseguisse encontrar tudo o que precisava, teve de visitar sete estabelecimentos diferentes em Curitiba, o que lhe tomou dois dias. "Aquela visita, com aquele cliente, me solidificou a ideia da loja", conta Oliveira. Por isso, a distribuidora especializada no segmento gastronômico planeja inaugurar em abril deste ano a Casa da Gastronomia, um espaço com 2.900 metros quadrados de área de compra, construído em um terreno de 7 mil metros quadrados em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
A intenção é permitir que o operador do segmento de alimentação fora do lar encontre tudo o que precise em um único lugar. Ou, como contou ao Bom Gourmet na estreia do podcast Bom Gourmet Negócios, "São diversas lojas dentro de uma única loja". A expectativa é que o 'atacarejo' direcionado para o setor reúna um mix três vezes maior do que o ofertado pela distribuidora Gold Food Service, que conta hoje com cerca de cinco mil itens.
Segundo o empresário, este será o primeiro atacarejo do país nessas dimensões voltado para o setor de alimentação fora do lar. Com a Casa da Gastronomia, a companhia se reposiciona no mercado, como quem amplia o leque de ofertas de soluções, considerando que a unidade vai ofertar produtos que não fazem parte do mix da distribuidora.
Pandemia deixou lacunas
À frente da companhia, que faz a gestão de estoque de restaurantes e outras operações do food service, Ozeias percebeu que a pandemia mudou completamente a relação entre clientes e fornecedores no setor. O olho no olho, o contato físico, nunca mais foi o mesmo. E isso deixou lacunas. "O número de itens que a gente vende hoje é o mesmo de antes da pandemia, mas a gente mais do que dobrou o nosso mix de produtos nesse período", informa.
O contato físico e a visita ao cliente permitem ao vendedor observar no estabelecimento oportunidades de melhoria, a compreensão melhor do negócio e então a oferta de soluções mais adequadas para as necessidades desse cliente. Para Ozeias, a execução do mix ficou prejudicada para todas as distribuidoras do país quando as operações passaram a ser realizadas, quase que em sua maioria, pelo WhatsApp. "Voltem a receber os fornecedores", sugere. "E se atualizem, diga o que a sua empresa está fazendo, o que você tem de novidade. Certamente os donos de restaurante vão ser surpreendidos pelo quanto estão desatualizados. Está no piloto automático: eu compro essa lista de insumos, e é isso que eu vou contar e acabou, e isso é muito ruim para o negócio", avalia.
A Gold Food Service pensou a loja como um grande showroom para os operadores do food service. A inspiração para o espaço veio de visitas que o empresário fez a locais semelhantes nos Estados Unidos e em países da Europa. Todo o ambiente foi elaborado para atender às necessidades do setor. A Casa da Gastronomia vai ofertar itens que a Gold não distribui hoje. Entre eles estão os que compõem a lista de FLV - frutas, legumes e verduras, ou hortifrutis. Por serem perecíveis, não há como trabalhar com esses itens na distribuição, mas eles estarão disponíveis na loja.
A área de panificação é outra a ser atendida na loja, e ela é um bom exemplo da vantagem que o atendimento pessoal oferece diante do virtual. Por ser um segmento que precisa muito de utensílios como moldes, bicos de confeitar, aros, os estabelecimentos buscam medidas e profundidades específicas, que atendam às suas necessidades. E muitas vezes esses detalhes não são possíveis de serem observados em uma negociação virtual, por meio de imagens. "Tem coisas que precisam do contato físico, do olhar, porque a pessoa quer ver a profundidade, o efeito que aquilo dá", conta Ozeias.
Dentro dos quase 3 mil metros de área de compras, a casa vai contar com um espaço de 340 metros só de utensílios gastronômicos, outros 250 metros de itens para confeitaria, espaços específicos para sorveteria, para bebidas, produtos de limpeza, embalagens, entre tantos outros utensílios para os negócios do segmento. "Nosso desejo é que a jornada de compras de dois dias e em sete lugares diferentes, que vão de Campo Largo a São José dos Pinhais, se torne em um único destino, que é a Casa da Gastronomia, em Pinhais", projeta.