descoberta
Quem cozinha é mais feliz
A cozinha já virou a sala de estar de muita gente. Para quem gosta de cozinhar, preparar uma refeição é uma oportunidade de lazer e de terapia gratuita. Sentir cheiros, testar sabores, texturas e resgatar memórias são sensações cada vez mais buscados pelas pessoas. Não é à toa que, nos últimos anos, profissionais das mais diversas áreas estão buscando os cursos de gastronomia para dar vazão a esse tipo de hobby.
Filha de portugueses adeptos da boa mesa , a gerente comercial Carol Trigo, 34 anos, sempre teve afinidade com panelas e utensílios de cozinha, mas foi a partir de a uma temporada vivendo fora do Brasil que começou a descobrir os mistérios da gastronomia. Depois que voltou ao país, a cozinha se transformou no espaço onde esquece os problemas do dia-a-dia. “Cozinhar é a minha válvula de escape, o momento em que eu relaxo”, comenta Carol. A paixão por cozinhar é tão grande que hoje Carol faz um curso profissionalizante na área. “Além de conhecer os fundamentos da cozinha, você passa a entender os motivos de utilizar determinadas técnicas”, explica.
O jornalista Luiz Augusto Xavier, que desde a adolescência tinha o hábito de criar suas próprias receitas, tem na cozinha um momento de relaxamento, de experimentação. “Ver a transformação dos alimentos é uma experiência que faz a gente esquecer da vida”, comenta o blogueiro que mostra suas receitas no blog Panela do Anacreon, da Gazeta do Povo. Sempre em busca de conhecimento, Xavier aprendeu técnicas de cozinha por pura curiosidade e paixão. Além de narrar os jogos de futebol na TV, as panelas, as comidas e os preparos ganharam cada vez mais espaço em sua vida e Xavier se tornou um dos principais formadores de opinião quando o assunto é gastronomia em Curitiba.
Aromas, sabores e terapia
O psiquiatra e professor de Saúde Mental da Universidade de Ponta Grossa (UEPG), Marcelo Kimati, salienta que a culinária é uma das práticas sociais primordiais que mais envolvem o afeto. “A culinária resgata uma tradição cultural, histórica e familiar. Quando uma pessoa repete uma receita, está se utilizando de uma prática cultural para contar uma história familiar integrando passado, presente e futuro numa linguagem não escrita que insere tanto aqueles que cozinham quanto aqueles que desfrutam do prato ”, analisa.
Para a nutricionista e palestrante Louise Lopes Weber, o ritual que envolve desde a escolha dos ingredientes até a preparação do prato é “uma verdadeira sessão de terapia para os amantes da cozinha”. “Colocar a mão na massa desestressa. A alquimia dos sabores faz bem para a alma”, enfatiza. Já a empresária Adriana Andrade, 42 anos, que faz o curso modular de Chef de Cuisine na Espaço Gourmet, afirma que é na hora de preparar os alimentos que aproveita para por em prática a sua criatividade, testar as combinações de sabores e também de estar perto das pessoas. “Eu vejo o quanto isso reflete no meu cotidiano e no meu humor. Depois das aulas ou de cozinhar para os amigos, eu costumo estar mais disposta e animada”, destaca.
Deu pra perceber o quanto cozinhar faz bem pra essas pessoas? Nem todo mundo nasceu com esse gosto, é verdade, mas quem gosta prova e atesta seus benefícios que vão desde relaxamento, bem-estar e equilíbrio emocional até diversão e estímulo da criatividade.