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O “ítalo-baiano” que virou sinônimo de tradição italiana em Curitiba e São Paulo

Cinthia Scheffer, especial para o Bom Gourmet
Cinthia Scheffer, especial para o Bom Gourmet
22/08/2025 18:34
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Com 40 anos de história (26 deles também em Curitiba), a Lellis Trattoria reflete a trajetória de João Lellis, que começou lavando pratos e virou referência na cozinha italiana. Crédito: Converge.

Aos 80 anos, João Lellis ainda é o rosto – e, como ele faz questão de dizer, o porta-voz – da tradicional Lellis Trattoria, restaurante que faz parte da história da gastronomia de São Paulo e Curitiba há 40 anos – na capital paranaense, a casa abriu suas portas há 26 anos.
Nascido em Bom Jesus da Lapa, interior da Bahia, Lellis tem orgulho da mistura de Brasil e Itália que definiu a gastronomia da trattoria. De família de imigrantes italianos, saiu do Nordeste para São Paulo aos 17 anos, em busca de uma vida melhor. Antes de ter seu sobrenome estampado na porta de um restaurante, foi assistente de cozinha e faxineiro, lavou pratos, trabalhou como garçom e cozinheiro.
A passagem pelo tradicional Gigeto, em São Paulo, onde trabalhou com Giovanni Bruni, despertou de vez o sonho de ser empresário – sonho este que virou realidade em 1983, quando inaugurou seu primeiro restaurante.
O sucesso foi imediato: chegou a manter cinco casas simultaneamente na capital paulista, todas lotadas. Mas logo decidiu concentrar os esforços no tradicional endereço dos Jardins, na Bela Cintra – hoje sob o comando do filho Fábio Lellis. E, claro, a de Curitiba, um sucesso desde sua inauguração.
O patriarca cuida de perto da casa que funciona no bairro Batel, na capital paranaense. Preferiu enxugar a operação para manter a qualidade que sempre foi seu maior orgulho. “Gosto da coisa bem-feita”, ele diz.
A escolha do endereço da Lellis Trattoria em Curitiba foi feita minuciosamente pelo próprio empresário. Em um passeio de carro, avistou uma imponente casa em um terreno elevado e de esquina, com ampla visibilidade. “Bati o olho, visitei o imóvel e enxerguei a operação”.
Uma operação que, aliás, ele nunca deixa de lado. Lellis segue ativo à frente do restaurante e faz questão de estar presente quando pode. “Eu ainda sou o porta-voz da casa”, afirma.
Mas também faz questão de reconhecer o trabalho da equipe. “Hoje, eles atendem melhor do que eu. Reconheço que é o cliente quem remunera a equipe, eu só divido o bolo”, conta.
Ele cita os nomes do time de Curitiba com carinho: os maîtres Enoque e Gaúcho, que ficam na linha de frente; o sócio Heitor Ramos Sousa; o gerente Manoel Costa; e o recepcionista José. “Meus chefs são uma maravilha. Quando abrimos a casa, eu trabalhei na cozinha nas primeiras semanas, mas trouxe gente muito boa de que fez da Lellis o que ela é”, confessa.

Clientela fiel

O empresário conta que a clientela é fiel, tanto em Curitiba quanto em São Paulo – quando não acontece de um cliente de uma unidade visitar a outra quando em viagens.
É comum, segundo ele, ver grupos de turistas paulistanos saboreando massas em Curitiba – e o contrário também, todos atraídos, claro, pelas receitas que se tornaram marca registrada da trattoria. Entre elas, está o já tradicional bacalhau exclusivo da Semana Santa.
Mas não só isso. O carisma do dono é outro fator que contribui para a clientela fiel. Lellis é daqueles que faz questão de receber os clientes – e estampar fotos com alguns deles nas paredes de ambas as casas. Alguns não. Muitos.
Ícone da gastronomia, ele coleciona histórias (e retratos) com jogadores de futebol, técnicos, presidentes de clubes e políticos, todos clientes fiéis que encontraram em suas casas um ambiente onde se esquece a rivalidade. E há artistas, celebridades e muito mais.
E por falar em celebridade, ele mesmo já foi uma, fora do ambiente do negócio. “Já dei muitas entrevistas em programas de TV”, lembra o empresário. “Quando a Ana Maria Braga tinha programa na Record, eu já tinha 10 anos de restaurante em São Paulo e praticamente era o chef de cozinha lá”, conta.

Tradição e modernidade levadas a sério

Se a tradição é forte, a modernização também faz parte do cardápio. A pandemia acelerou o investimento em delivery, pizzaria e até um aplicativo próprio, expandindo a operação para além das mesas lotadas. “Sempre fizemos pratos para entrega, mas a pandemia profissionalizou essa parte”, explica.
Em São Paulo, o formato de entregas é tão forte que a trattoria tem um endereço exclusivo para atender o público que prefere comer em casa. Em Curitiba também. No mesmo endereço da casa, há uma cozinha dedicada para o delivery.
É, na Lellis Trattoria, a tradição é levada a sério em todos os aspectos. O sabor não muda, tanto dentro, quanto fora de seus ambientes mais que convidativos para celebrar qualquer ocasião.