Bom Gourmet
Conheça o rollmops, petisco controverso que até virou competição em Curitiba
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Os vidros de conserva amarelados em cima do balcão são uma instituição dos botecos Brasil afora. Enquanto os conteúdos costumam variar entre picles, ovos de codorna e pimentas, no sul do país e, especialmente em Curitiba, existe um que rouba a cena: o rollmops.
O preparo consiste em uma sardinha enrolada ao redor de uma cebola, que então é imersa em uma conserva com vinagre, sal, açúcar e pimenta, onde pode ficar por até um ano. Essa descrição já é o suficiente para assustar a maioria das pessoas. O resto desiste de provar quando sente o cheiro da iguaria.
Mas, os corajosos que decidem enfrentar o rollmops encontram um petisco que acompanha muito bem a cerveja gelada e que, ao longo dos anos, conquistou uma legião de fãs pelo sabor característico. Em Curitiba, a paixão por esse clássico da botecagem é tanta que rendeu até competição.
O campeonato
A primeira edição do Campeonato de Rollmops aconteceu em 2014, no Bar CanaBenta. O regulamento era simples: os inscritos teriam cinco minutos para consumir o máximo de rollmops que conseguissem, com cerveja liberada para ajudar a descer.
A competição rendeu três edições, mas foi descontinuada na pandemia. As premiações variavam entre garrafas de cachaça, barris de chope e camisetas do evento. O recorde absoluto veio na edição de 2018, quando Marlon Cristian de Paula consumiu 25 unidades do petisco.
"A ideia surgiu dos clientes. Começou com a brincadeira do 'quem come?' e que depois virou o 'quem come mais?'. Percebendo isso, o gerente sugeriu que a gente fizesse um ranking dos comedores de rollmops. E disso veio o campeonato", explica Délio Canabrava, proprietário do CanaBenta.
![Foto: Evelyn Mourão](https://resize.casapino.com.br/?u=https://cms-bomgourmet.s3.amazonaws.com/bomgourmet/2025/02/14123138/Imagem-do-WhatsApp-de-2025-02-13-as-13.54.30_b48473bb-1024x768.jpg&w=661)
O empresário conta que, na primeira edição do campeonato, chegou a alugar uma ambulância para garantir que tudo ocorresse bem. Felizmente, todos os participantes saíram ilesos.
Apesar de não ter uma nova edição programada num futuro próximo, Délio conta que gostaria de reviver a competição. "Eu acho uma coisa muito bacana. O rollmops é uma tradição. Quando fazíamos o campeonato, pais, mães, tias, sobrinhos... Todos juntos vinham participar disso. É uma coisa da família curitibana", conta.
Mesmo sem campeonato, a iguaria continua sendo uma das principais atrações do CanaBenta. Segundo Canabrava, o bar vende mais de uma dúzia do petisco todos os dias. Lá, ao invés de sobremesa, o aniversariante recebe uma dose de cachaça e um rollmops para celebrar a festa.
Mas afinal, de onde vem o rollmops?
Como muitos elementos da culinária do sul do Brasil, o petisco chegou com a imigração alemã. O preparo surgiu no norte da Europa e ganhou popularidade no século XIX, quando era usado como uma forma de preservar os peixes por longos períodos.
A receita original é preparada com arenque, peixe encontrado apenas nas águas do Atlântico Norte, que é envolto em um pedaço de pepino. Com a imigração, o prato ganhou variações em diversas regiões do mundo e, no Brasil, passou a ser feito com sardinha.
E aí, você teria coragem de provar?