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Um tinto apaixonante: seleção de oito safras de um português

Guilherme Rodrigues
Guilherme Rodrigues
11/06/2015 01:15
Uvas de uma das mais privilegiadas quintas do Douro, frutificadas em parreiras com idade média de 70 anos de idade, fazem um dos grandes ícones contemporâneos, o Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas. Cerca de 30 castas regionais plantadas misturadas, típico das vinhas velhas do Douro resultam num tinto soberbo, capaz de enobrecer qualquer mesa e satisfazer aos mais exigentes provadores. Tem outra grande vantagem: preço acessível dada a qualidade. Dos mais ostensivos custo-benefício dentre vinhos nobres, o invejado rótulo já figurou nada menos do que 3 vezes entre a lista dos top 100 da Wine Spectator, numa delas em 3ºlugar.
Gilson Garrett Jr., Avelino Zanetti, João Manuel Garcia, João Palhinha, Guilherme Rodrigues e o sommelier Vinícius. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
Gilson Garrett Jr., Avelino Zanetti, João Manuel Garcia, João Palhinha, Guilherme Rodrigues e o sommelier Vinícius. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
A Quinta do Crasto situa-se no coração do Rio Douro, poucos quilômetros abaixo do Pinhão, na margem norte do rio. Com cerca de 110 ha (70 em vinhas) sua topografia é privilegiadíssima, dominada por uma espécie de promontório que avança sobre o rio. Fator que permite uma perfeita ventilação nos vinhedos, bem como preciosas exposições. O cultivo de vinhas no Crasto é imemorial, sendo que as primeiras referências documentais datam de 1615. Na demarcação pombalina, foi incluída na região dos vinhos “de feitoria”, os melhores.
Antes voltado ao Vinho do Porto, o Crasto foi dos pioneiros a produzir Douros (de mesa) de nova geração. Lançou o primeiro rótulo em 1994, inspirado pelo casal de proprietários Jorge e Leonor Roquette e seus filhos Tomás e Miguel. Em anos especiais, editam o Maria Teresa, Vinha da Ponte, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Os rótulos Flor de Crasto, Crasto e Crasto Superior (em versões tinta e branca), completam o portfólio.
Provamos oito das melhores safras do Crasto Vinhas Velhas. Evidentemente há uma linha melódica básica, com as variações de cada colheita. Revelou uma evolução sadia, lenta no tempo e no sentido de uma grande integração. Mostra que é feito para viver mais de 20 anos, com uma ampla janela de prazer durante o tempo da evolução. Um tinto sofisticado e encantador. Ganha muito após 30 a 40 minutos de arejamento.
A prova foi realizada no Bar Bom Gourmet La Varenne no Estúdio Bom Gourmet Pátio Batel, com o serviço impecável do restaurante, liderado pelo sommelier Vinícius Chupil. Além deste redator, estiveram presentes João Palhinha (diretor da Qualimpor, importador dos vinhos), Avelino Zanetti (integrante do Instituto Cultural do Vinho) , o enófilo João Manuel Garcia, e o editor web do Bom Gourmet, Gilson Garrett Jr. Os vinhos são importados pela Qualimpor (SP) e podem ser encontrados nas lojas de vinhos e restaurantes. O preço médio do mercado situa-se entre R$ 250 e R$ 300. As safras disponíveis para venda no Brasil são as de 2010, 2011 e 2012. Em Curitiba, a de 2012 está disponível na Mercearia Kefina, no Mercado Municipal a R$ 279.