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O paraíso de Beto Pimentel

Nadia Schiavinatto
13/03/2014 05:59
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Se, no sentido figurado, a palavra paraíso significa lugar de delícias e onde a gente se sente bem, o nome do restaurante de Beto Pimentel é apropriadíssimo. O Paraíso Tropical, um dos mais tradicionais de Salvador (BA), está localizado no quintal de uma chácara no bairro Resgate – Cabula, em meio à Mata Atlântica. Local ideal para provar o melhor da comida baiana. Ali, nada de alimentos industrializados. Apenas produtos orgânicos, colhidos no próprio pomar, hoje com cerca de 6 mil pés de frutas, legumes e ervas.
O Paraíso, no entanto, já teve um passado, digamos, questionável. Ali era uma antiga rinha de galo. “Quando comprei a chácara, a rinha já existia. Era um ambiente carregado e frequentado por muita gente. Tinha um restaurantezinho, mas a comida não era boa e muitos iam comer em outro lugar. A rinha foi fechada e resolvi investir no restaurante”, lembra o chef. Simples, artesanal e especial, a culinária de Beto – como é conhecido – foi ganhando fama.
Nascido em Salvador, Beto cresceu em uma fazenda em Bom Jesus dos Pobres, no Recôncavo Baiano, e herdou o dom de cozinhar de sua avó Zizinha. “Ela nasceu com a mão santa para a comida. Quando morei em São Paulo para estudar, eu sentia muita saudade da comida baiana. Então, pedia as receitas para ela e eu mesmo preparava meus pratos”, conta.
Formado em agronomia e em química alimentar, quando não está no restaurante, Beto está no pomar cuidando dos pés de maturi, biribiri, licuri, achachairú, pitanga, carambola, caju, goiaba, entre outras frutas, que usa e abusa em sua cozinha. “A comida baiana é saborosíssima, mas gordurosa, por isso troco o leite de coco pela água de coco batida com coco verde e o azeite de dendê pela polpa do próprio fruto”. O chef modificou a tradicional culinária baiana, deixando os pratos mais leves e ainda mais saborosos, o que lhe rendeu muitos prêmios.
No restaurante, a hospitalidade é baiana. Ali, Beto faz parte do cardápio. Faz questão de circular pelas mesas, esbanjando simpatia e contagiando seus clientes com suas piadas. Alegre, fogoso, poeta e pai de 23 filhos com oito esposas, ele, hoje com 70 anos, brinca que seu lema é: “de dia na agricultura, de noite na criatura”.
No cardápio do Paraíso, moquecas, bobós, peixes e frutos do mar temperados com ervas aromáticas e frutas grelhadas. Ao final da refeição, uma cortesia: uma farta e variada cesta de frutas exóticas. E, se sobrar, não se acanhe, pode levá-las de presente.
Onde: Rua Edgar Loureiro, 98-B, Resgate, Cabula, Salvador (BA) –(71) 3384-7464.
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Gostou? Veja também um vídeo do restaurante.

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Nadia Schiavinatto, jornalista e apaixonada pela gastronomia e seus personagens.

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