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Selvagens e modernas
Diversos estilos de cerveja vêm sendo desenvolvidos ao longo dos séculos, apesar de a classificação como se usa hoje ser bastante recente. Portanto, quando falamos de tipos de cerveja, não é algo rígido e inalterável. Ao contrário. Os guias de estilo sofrem adaptações periódicas para dar conta dos novos produtos. Um desses estilos novos é o American Brett Ale, que pela primeira vez chega ao Brasil por meio de três rótulos.
Brett é uma “forma carinhosa” de se chamar a Brettanomyces, um tipo de levedura selvagem bastante específica que confere acidez em diferentes graus e sabores complexos e rústicos à cerveja – normalmente associados com couro, caprílico e de estrebaria. Ela não é novidade. Pode ser encontrada em cervejas de fermentação espontânea e em Old Ales mais tradicionais, produzidas já há muito tempo. O diferencial das American Brett Ales é o fato de terem essa levedura inserida de forma moderna, proposital e controlada em cervejas de estilos diversos. Portanto, nesse caso, o estilo base é variado, gerando cores e perfis aromáticos distintos, mudando o sabor da cerveja, que deve ter as notas selvagens presentes. Uma boa Brett Ale deve ter equilíbrio entre esses elementos.
Wild Winter Ale e Grassroots – Wheat is the New Hops, da cervejaria Mikkeller–importadas com exclusividade para o país pela rede Mr. Beer , e Femme Fatale, da Evil Twin, são bons exemplares com perfis distintos. As duas últimas tem como base cervejas India Pale Ale, sendo que os aromas rústicos são mais sutis na Evil Twin. Já a Mikkeller Wild Winter Ale, por ser uma Sour Ale, tem acidez mais evidente, com notas de couro e frutadas, sabor adocicado com final seco e amargor moderado.
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