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Pilsen sofre preconceito. Falar nela é até meio tabu!

Luis Celso Jr.
22/03/2019 18:00
Com o renascimento da cerveja artesanal que vivemos hoje e a profusão de estilos, até parece que há um esforço para esquecer a boa e velha Pilsen. É quase como se não fosse digna de participar da nova festa, mesmo sendo classificada por muitos especialistas como a mais disruptiva da história da bebida até agora.
Foto: divulgação<br>
Foto: divulgação
Sim, a Pilsen sofre preconceito. Falar nela é até meio tabu. Talvez por desconhecimento, por banalização do nome ou pela semelhança com o estilo American Lager, que é aquela cerveja “normal” que compramos no mercado. Então vamos desfazer alguns mitos para recuperar sua boa fama.

A corrida pela cerveja mais clara

A verdadeira Pilsen é criada em 1842 na cidade de Plzeň, na República Checa, pelo mestre cervejeiro alemão Joseff Groll. Trata-se de uma resposta à grande popularidade da Pale Ale inglesa, a primeira de cor mais clara do mundo, com tom avermelhado. É importante entender que antes disso toda a cerveja era marrom, o que só muda com uma inovação na tecnologia de malteação aplicada pela primeira vez nessa Ale inglesa.
Também aproveitando a tecnologia disponível, a água de baixo teor mineral da região e a fermentação em baixas temperaturas, as cervejas do estilo Bohemian Pilsener chegam numa cor dourada, brilhante, e fazem imenso sucesso. Quem não compra a versão original tenta fazer a sua própria cerveja clara. Isso dá origem a outros estilos como German Pils, estilo alemão mais leve, seco e amargo, com notas nítidas de lúpulos florais.

American Lager não é Pilsen

Ainda no século 19 o novo estilo chega à América por meio dos imigrantes alemães e torna-se rapidamente muito popular. No começo do século 20, a cultura cervejeira mundial sofre muito com a Lei Seca norte-americana e as duas Grandes Guerras. Na retomada, na década de 1940, apenas poucas e grandes cervejarias sobrevivem nos Estados Unidos. Elas, então, se basearam naquela Pilsen para produzir em massa uma cerveja super suave: a American Lager.
Na falta de um nome para batizar a invenção, é mantido o nome Pilsen. Lembrei de toda essa história porque aquela primeira Pilsen ainda existe. Chama-se Pilsner Urquell (original, em Checo) e voltou a ser importada para o Brasil nesse início de ano. Uma cerveja com bom equilíbrio entre notas demalte, como cascas de pão e biscoito, e lúpulo condimentado Checo, tem amargor e corpo médios com final seco e refrescante. Também exibe uma suave nota amanteigada, típica nesse estilo. Um clássico que merece ser experienciado assim como todos os estilos de cerveja: sem preconceitos.
Algumas indicações: 

Pilsner Urquell

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Estilo: Bohemian Pilsener
Embalagem: 500 ml
Teor alcoólico: 4,4%
Origem: República Checa
Preço: R$ 25 e R$ 35

Czechvar

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Estilo: Bohemian Pilsener
Embalagem: 500 ml
Teor alcoólico: 5%
Origem: República Checa
Preço: R$ 15 a R$ 25

Bamberg Camila Camila

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Estilo: Bohemian Pilsener
Embalagem: 600 ml
Teor alcoólico: 5%
Origem: Votorantim (SP)
Preço: R$ 15 R$ 20

Wäls Bohemian Pilsner

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Estilo: Bohemian Pilsener
Embalagem: 600 ml
Teor alcoólico: 5%
Origem: Belo Horizonte (MG)
Preço: R$ 15 R$ 20

Jever

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Estilo: German Pilsener
Embalagem: 500 ml
Teor alcoólico: 4,9%
Origem: Alemanha
Preço: entre R$ 15 R$ 20

Invicta Hellbeirão

Foto: divulgação
Foto: divulgação
Estilo: German Pilsener
Embalagem: 600 ml
Teor alcoólico: 4,9%
Origem: Ribeirão Preto (SP)
Preço: entre R$ 16 R$ 24
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