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Cumaru, funghi e pitaia? Cervejeiros estão apostando ingredientes pouco usuais
No mês passado, tratei, aqui na Coluna Bar do Celso, das cervejas clássicas que deram origem a estilos, muitos bem antigos e seguidos até hoje. Mas nesse universo há também espaço para o novo, que hoje se expressa não só pelo malte, lúpulo, água e levedura. Cerejas, baunilha, pimenta, café, chocolate, temperos, ervas, madeira, micro-organismos e o que a criatividade do cervejeiro quiser pode ser adicionado à bebida. Um diferencial que faz muito sucesso e pode ser testemunhado facilmente.
No MBeer Contest, o concurso de cervejas do Mondial de La Bière, que teve sua 2ª edição em São Paulo encerrada no início de junho, a única Medalha de Platina foi para a Antuérpia Nikita Cherry Hickey. Uma Russian Imperial Stout com adição de lactose e cerejas. Ela repetiu o feito da mais recente edição carioca do evento, realizada em setembro de 2018, quando também foi a única a atingir a premiação principal superando 376 concorrentes.
É fácil constatar isso também nas gôndolas do mercado. Basta olhar os rótulos para ver que normalmente mais da metade não se limita pelas quatro matérias-primas básicas. O mesmo acontece nos festivais e eventos de cerveja. A Carvoeira, da Cervejaria Lohn, de Lauro Muller (SC), está entre as cervejas que mais ganharam prêmios nos dois últimos anos. O último foi a Medalha de Ouro
no Concurso Brasileiro da Cerveja em março como Herb and Spice Beer. Trata-se também de uma Russian Imperial Stout, mas desta vez com funghi secchi e cumaru – conhecido como baunilha amazônica.
no Concurso Brasileiro da Cerveja em março como Herb and Spice Beer. Trata-se também de uma Russian Imperial Stout, mas desta vez com funghi secchi e cumaru – conhecido como baunilha amazônica.
E nem só de cervejas extremas vive esse retrato. As leves e refrescantes Sour, que são cervejas ácidas, usam e abusam dos ingredientes externos, como frutas. Famosa pelas suas IPAs, a cervejaria carioca Three Monkeys também se destacou no 2º Mondial de La Bière São Paulo. I’m Sour é feita com pitaia e goiaba e representa bem a nova linha de produtos da marca que inclui diversas outras experimentações interessantes que devem chegar em breve aos mercados.
As paulistas Dogma e Everbrew têm rótulos muito bacanas envolvendo essas inserções. A Dogma Sourmind é uma cerveja inspirada no estilo Berliner Weisse adicionada de centeio, goiaba e manga. Já a Everbrew Mango Bomb adiciona manga em uma receita de New England IPA e agrada paladares mais acostumados com o amargor.
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