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Cervejas brasileiras para ninguém botar defeito
Nos últimos dias de maio e começo de junho as atenções do universo brasileiro da cerveja se concentraram em Curitiba, que recebeu pela primeira vez o Encontro Nacional das Acervas (Associações de Cervejeiros Artesanais).
Além de palestras, passeios por bares da cidade, visitas a cervejarias e uma bela festa de encerramento, o evento contou com o tradicional concurso de cervejas artesanais feitas em casa (homebrew). Participaram 237 cervejeiros de todo o país com mais de 400 cervejas em cinco categorias. Isso exigiu um bom esforço dos mais de 50 juízes, brasileiros e estrangeiros, em dois dias de degustações.
Apesar de não serem comercializadas – as cervejas caseiras são produzidas como hobby e normalmente não têm registro no Ministério da Agricultura para serem vendidas – o concurso aponta tendências e revela até futuros profissionais do ramo. Independentemente do resultado, posso dizer como um dos juízes que vi muita criatividade no uso de ingredientes nacionais nas cervejas, que foram avaliadas em categoria própria. Tudo isso sem perder de vista a fidelidade aos estilos que dão base para a inserção de amendoim, rapadura, cumaru, cacau, zimbro, castanha-do-pará, abóbora, guaraná, erva-mate, cataia, melado, catuaba, pequi, além de flores, madeira e outras frutas das mais diversas. Uma verdadeira ode à brasilidade!
Outros concursos
Os concursos de cervejas são formas de avaliar as bebidas e reconhecer sua qualidade, nacional ou internacionalmente. Há diferentes critérios e propostas, no entanto, a lista de premiadas pode ser um bom guia, um fio condutor nesse universo que é tão vasto. No último mês, pelo menos outras três dessas competições anunciaram seus resultados. E as cervejas brasileiras estão fazendo cada vez mais bonito nessas premiações.
O Mondial de la Bière, realizado no Canadá, premiou duas cervejas tupiniquins com medalhas de ouro: a curitibana Bodebrown Wee Heavy (500 ml – entre R$ 20 e R$ 25) e a Imperial Stout Colorado Ithaca (600 ml – entre R$ 40 e R$ 45). A paranaense ainda faturou bronze no Australian International Beer Awards e a Colorado prata no South Beer Cup, realizado na Argentina.
No mesmo concurso australiano, a Bamberg se destacou com quatro das 18 medalhas brasileiras além do único ouro do Brasil, pela Bamberg Altbier (355 ml – entre R$ 7 e R$ 10). A cerveja também foi considerada a melhor European Style Ale do concurso. Já no sul-americano, foram 27 medalhas brasileiras. Entre os premiados, as paranaenses Wensky Beer, com ouro pela Old Ale Drewna Piwa (600 ml – entre R$ 15 e R$ 20) e bronze por uma American Ipa ainda não lançada, e Bier Hoff, com ouro pela sua Pilsner (600 ml – entre R$ 10 e R$ 15). A lista completa de premiados nos quatro concursos você encontra no blog Bar do Celso.
* Os preços são aproximados e calculados com base na recomendação das cervejarias, distribuidoras e importadoras.