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As microcervejarias que foram compradas por gigantes
Você deve ter ouvido. Recentemente a Colorado, de Ribeirão Preto (SP), uma das mais tradicionais microcervejarias do país, passou a fazer parte do grupo AB InBev, líder do mercado no Brasil e maior cervejaria do mundo. Meses antes, quem entrou para o grupo foi a Wäls, de Belo Horizonte (MG), por meio de uma união com a Bohemia, que recentemente deu uma guinada no perfil dos seus produtos. E há muitos dizendo que a sequência não vai parar por aí.
Essas micros agora fazem parte de um grupo de marcas de todo o mundo que estão unidas, de diversas formas, a grandes players do mercado. Independentemente da polêmica – sim, há muita polêmica nisso! – os primeiros impactos se mostram benéficos para você, consumidor.
Os rótulos da Wäls, por exemplo, já estão com uma capilaridade de distribuição muito maior, se fazendo presentes em mais pontos de venda, e com preços melhores. O mais recente lançamento, a Hop Corn IPA, está saindo por R$ 15,90 e tem venda exclusiva no site Empório da Cerveja. E a cerveja é boa! Com amargor acentuado, sabor e aroma de lúpulos frescos, e um corpo baixo, só possível pelo uso de milho (na forma de high maltose) na composição – uma brincadeira bem humorada para provar que não é o uso ou não do adjunto que faz a cerveja melhor ou pior.
E essas não são as primeiras micros brasileiras a se fundirem com grandes. Eisenbahn, Baden Baden e Devassa foram compradas pela então Schincariol em 2007 e 2008. Atualmente, a Brasil Kirin mantém a linha de cervejas especiais e tem vários lançamentos anuais e acessíveis. Agora no inverno, a boa pedida é a aquecedora Baden Baden Celebration.
Outro benefício desse despertar das grandes para o produto de nicho é a importação de rótulos de seus portfólios internacionais para o país. A Ambev trouxe para o Brasil em julho duas ótimas cervejas da norte-americana Goose Island, marca bastante reverenciada por lá. A Heineken já havia feito isso também em 2010, com as marcas Murphy’s, Edelweiss e Birra Moretti. No mesmo ano, o Grupo Petrópolis fechou parceria para produção e distribuição no Brasil da alemã Weltenburger Kloster, uma das mais antigas do mundo.