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Pão e café
A pequena notável
Não fosse a perene fila de fregueses à porta do pequeno estabelecimento já no fim da eclética Cruz Machado, a Mercearia Viana dificilmente chamaria a atenção de quem vai em direção à Praça Tiradentes.
Mas não há curitibano que se preze que não conheça a mercearia e seus fantásticos pães. Nascida Leitaria Viana em 1906, a casa sempre funcionou nas cercanias do marco zero da cidade. Há quase 50 anos, é administrada pela família Veronesi, craque no negócio.

São nada menos do que 89 tipos de pães, assados numa fábrica, localizada no trecho de calçadão da Saldanha Marinho, que trabalha 24 horas por dia e consome três toneladas de farinha de trigo por semana.
“Só usamos ingredientes frescos, sem conservantes. E tem pão quente o tempo todo”, explica Rudinei Tiago de Oliveira, gerente da casa e genro do proprietário, Gilmar Veronesi. Na foto acima, Thaylline Veronese, filha. O francês sai a cada 20 minutos – vendem-se oito mil por dia. Do caseirão e da broa integral, são seis fornadas diárias.
Uma das estrelas da casa, o caseirão, um colosso de 1,2 quilos, tem fermento de batata numa massa que descansa por cinco horas antes de ir ao forno. O resultado é um pão incrivelmente macio e saboroso. A broa úmida da Viana é fornecida ao Bar do Alemão, no Largo da Ordem, onde acompanha a carne de onça. Além dos pães e biscoitos que produz, a casa vende laticínios e frios de fornecedores exclusivos.
E os preços? O caseirão sai a R$ 5,90. A broa úmida, de 700 gramas, custa R$ 5. O mini-integral, de 450 gramas, custa R$ 3,30. Segredo? “Não abusamos na margem de lucro e temos descontos com fornecedores graças aos volumes de nossas compras”, diz Rudinei.
Pão bom, bom preço, sem frescura, tudo isso explica a fila – que começa já às seis da matina, com a casa ainda fechada. Mas taí uma fila que encaramos com um sorriso na cara.
Onde
Rua Cruz Machado, 12, Centro. (41) 3222-8992. De segunda a sexta, das 6h15 às 19h45. Sábados, 6h15 às 15h. Cartões, só débito.
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No bullshit
Café de alta qualidade em dois endereços, extraído na máquina de espresso ou nos métodos da moda (Hario, Chemex, é só escolher) a um preço honesto. Somos fãs do barista Léo Moço e de seu Café do Barista. O ambiente e a localização já deixam clara que não há espaço pra afetação. Ótimo. Como diz o slogan da casa, #justcoffeenobullshit. E que café…

Onde
Rua Saldanha Marinho, 523, Centro. Rua Moysés Marcondes, 357, Juvevê. De segunda a sábado, das 9 às 18h. Não aceita cartões. www.cafedomoco.com.br.
Preço
Expresso do dia a R$ 4. Coado de R$ 4 (Hario) a R$ 6 (Chemex).
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