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Menu completo no MuMa e o clássico churros do Shopping Popular

Rafael Martins e Guilherme Caldas
12/11/2015 00:00

O rango ecumênico da Bienal

Das andanças do artista Antoni Miralda por Curitiba surgiu nossa obra favorita nesta Bienal de Curitiba. O catalão de 73 anos que vive e produz entre Barcelona e Miami veio à cidade a convite de Daniel Rangel, um dos curadores da mostra.
Miralda passou uma semana correndo a cidade. Veio pesquisar nossos costumes alimentares – tem anos de pesquisa poética sobre o assunto. Aproveitou para conhecer nossas tradições religiosas – tema escolhido por Rangel para a curadoria. Numa das andanças, entraram numa casa de artigos religiosos no centro da cidade e deram de cara com Maria Bueno.
Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
O também artista e chef de cozinha Washington Silvera, que acompanhava Miralda e Rangel, já conhecia a história da mulata assassinada que virou a santa não-oficial mais querida da cidade. Levou-os ao Cemitério Municipal, onde o túmulo de Maria Bueno é um ponto de peregrinação, e Miralda decidiu batizar seu trabalho de Café Maria Bueno.
Sim, café. Pois a obra de Miralda é arte que se come. O Café Maria Bueno serve um cardápio, elaborado pelo catalão e por Washington, e executado durante a Bienal por Fredy Ferreira, da Amaranta Cozinha Afetiva. Tem pratos saborosos, reunidos no “combo ecumênico”, a multifacetada religiosidade do curitibano. As hóstias servidas como entrada acompanham creme de azeitona preta, de berinjela ou pesto de tomate seco.
Como prato principal, quatro opções. Os blintzes de legumes ao molho de cogumelos frescos trazem a influência judaica. Nos charutos de folha de parreira servidos com cuscuz marroquino está representado o islamismo. A bacalhoada com ora-pro-nóbis carrega a tradição católica, e o xinxin de galinha com cuscuz de milho, a das religiões afro-brasileiras. Para beber, água, vinho e suco de uva com gengibre. De sobremesa, coalhada com mel e amêndoas. Tudo isso para comer na hora ou levar para casa numa caixa que faz lembrar um altar de santa – inspiração do fast-food.
Acompanhamos Miralda em suas andanças pela cidade, a elaboração do cardápio na casa do Washington e provamos o resultado, no MuMA. Não só recomendamos a visita (ao café e a toda as obras de artistas expostas no museu) como também uma passada pelo mais recente projeto do catalão, o www.foodcultura.org.
Serviço
Servido aos sábados, das 11 às 17h, até 5 de dezembro. Museu Municipal de Arte de Curitiba (MuMA/Portão Cultural). Av. República Argentina, 3.432, Portão. A caixa com entrada, prato principal, bebida e sobremesa a R$ 25.

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Um clássico no Capão Raso

Antes mesmo de existir o Shopping Popular do Capão Raso, a Tia Su já tinha seu quiosque de churros. Hoje, os filhos tocam o negócio, mas a mãe de vez em quando dá as caras. O churro recheado de doce de leite, que no início era única opção, ainda é o que sai mais. “É o clássico”, diz Fabricio, um dos filhos. R$ 4 é o preço do churro recheado (de doce-de-leite, chocolate ou creme.
Foto: Rodrigo Sóppa/Gazeta do Povo
Foto: Rodrigo Sóppa/Gazeta do Povo
Serviço
Shopping Popular do Capão Raso. Avenida República Argentina, 5.259, Novo Mundo. Segunda a sábado, das 9 às 21 h. (41) 3155-0961.

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