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Bom Gourmet

A caneca de cobre do Moscow Mule pode estar te envenenando

Andrea Torrente
17/08/2017 17:39
A febre do Moscow Mule, o drink da canequinha, contagiou não só Curitiba e o Brasil, mas o mundo inteiro. A receita à base de vodca, gengibirra e limão é simples, mas cai facilmente no gosto do público pela doçura e refrescância. Como se não bastasse, a bebida ainda é servida numa charmosa caneca de cobre que diferencia o drink dos demais.
Moscow Mule, o drink de vodca, gengibirra e limão que conquistou o mundo. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.
Moscow Mule, o drink de vodca, gengibirra e limão que conquistou o mundo. Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.
O fato do recipiente ser de cobre, porém, chamou recentemente a atenção da agência federal dos Estados Unidos, Food and Drug Administration, que alertou sobre o perigo de colocar bebidas ácidas em contato com o metal. Segundo as autoridades norte-americanas, o material pode envenenar.
O perigo é conhecido no Brasil também. Uma resolução de 2007 da Agência Nacional da Vigilância Sanitária estabelece que recipientes de cobre podem ser usados para servir bebidas ou comidas desde que sejam “revestidos com  ouro, prata, níquel ou estanho para impedir modificação na composição dos alimentos”.
Bebidas ácidas com pH menor de 6, como sucos, vinho, vinagre e drinks como Moscow Mule, corroem o cobre e envenenam o consumidor. De acordo com a Anvisa, os efeitos são, além do gosto metálico na boca, dores abdominais, de cabeça, tontura, vômitos e diarreia, até implicações mais graves como insuficiência renal, insuficiência hepática e morte.

Tome Moscow Mule com segurança

Como tomar Moscow Mule sem correr riscos para a saúde então? Uma opção é pedir para o bartender servir o drink em um copo de vidro ou certificar-se que a caneca de cobre seja revestida por dentro com outro metal como aço inox, ouro, prata, níquel ou estanho.
Diego Bastos, bartender do Officina Restô Bar, diz que aposentou as canecas de cobre há quase dois anos quando ficou ciente do perigo. Ele servia dois drinks no recipiente: o Curitiba Mule, versão que leva cachaça no lugar da vodca e que passou a ser servida em um copo de vidro, e um spritz. “Todo bartender deveria ter essa noção, é algo realmente prejudicial”, alerta Bastos.
“Existem também as canecas seladas, revestidas por dentro por um impermeabilizante que ajuda o material a não interagir com a bebida. Mas com o tempo, obviamente, o ácido corrói. Há quem utilize canecas de zinco acobreadas por fora para simular a original” explica o mixologista.

Criação do Moscow Mule

A história do nascimento do Moscow Mule remonta à década de 1940 quando o distribuidor de vodca John G. Martin di Heublein estava encontrando dificuldade em convencer os americanos a tomar vodca russa Smirnoff. Ele se juntou a Jack Morgan, barman do Cock ‘n Bull in Sunset Strip, em Hollywood, que também não conseguia vender sua gengibirra e a uma produtora de canecas de cobre, cujo material ajudava a manter a temperatura perfeita da bebida. Nasce assim, meio que por acaso, o Mosco Mule.
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