Os espumantes são protagonistas nas festas de fim de ano. Brindar a chegada do ano-novo está na lista das tradições que, para muitos, não podem ser quebradas. E essas ocasiões pedem por bons espumantes; a efervescência remete diretamente à celebração, e a sofisticação desse tipo de bebida transmite a ideia de que algo positivo está por vir. O brinde com espumantes é não apenas uma tradição histórica, que remonta à Grécia e Roma antigas, como também um ato cultural.

Mas com a quantidade de estilos de espumantes disponíveis hoje, qual o modelo ideal para o momento? Como encontrar o que mais combina com os paladares dos convidados do brinde, com os pratos a serem servidos na ceia de Ano-Novo ou com as duas coisas?

Para entender qual a opção certa para o que você procura, Bom Gourmet conversou com José Vinícius Chupil, sócio e sommelier do Duq Gastronomia, vencedor da categoria Melhor Carta de Vinho do Prêmio Bom Gourmet 2023.

O especialista explicou, por exemplo, que os espumantes
podem ser classificados em estilos diferentes de acordo com a concentração de
açúcar residual na garrafa. E que não há necessariamente um estilo certo: tudo
depende das intenções de quem vai propor o brinde e do que será servido à mesa na
hora de dar adeus ao ano velho e receber, feliz, o ano novo.

É o espumante mais seco, com açúcar residual de três gramas
por litro. Segundo informa Vinícius, o teor é obtido com a exclusão do licor de
expedição do processo. “É daí que vem seu nome nature, indicando que o
espumante está ‘ao natural’, sem intervenção alguma”, esclarece. Assim, a
qualidade do vinho-base e das uvas ganha um realce particular nesse tipo de
espumantes – a grande maioria produzidos com Pinot Noir e Chardonnay, o que confere
ao nature um sabor único.

“Pescados, ostras e queijos cremosos são bons pares para
esse perfil de espumante”, orienta o sommelier.

Considerados espumantes bastante secos, contam com concentração
de açúcar entre 3,1 e 8 gramas por litro. “São bebidas de sabor complexo e
marcante, que costumam ter alta acidez”, define Vinícius. Harmonizam muito bem
com pratos à base de pescados, ostras, queijos de maturação média, massas com
molhos leves e carnes de porco, devido à alta acidez desse estilo de espumante.

O mais comum e também o mais recomendado para quem gosta de vinhos menos doces, o brut apresenta concentração de açúcar entre 8,1 e 15 gramas por litro. O final costuma ser seco, porém menos que o extra brut. “E neste caso, a harmonização é a mesma do extra brut”, informa o sommelier.

Apesar do nome, o  espumante
tipo seco é de perfil de sabor muito equilibrado e com doçura moderada. Apresenta
entre 15,1 e 20 gramas por litro de açúcar residual por litro, é leve de beber
e tem acidez suave e agradável. “É o mais indicado para quem está começando a
experimentar e a exercitar o paladar”, acrescenta Vinícius. Os espumantes com a
nomenclatura ‘ice’ entram nessa categoria. É ideal para acompanhar entradas e aperitivos,
assim como pratos agridoces.

Ou meio seco, apresenta teor de açúcar que varia entre 20,1
e 50 gramas por litro. Pedida ideal para quem não gosta de espumantes secos mas
também quer evitar os mais doces, como o Moscatel. O demi-sec é uma ótima
companhia para pratos agridoces ou apimentados.

Por ser o mais doce, contém concentração de açúcar superior a 50 gramas por litro, já que o dulçor é bastante perceptível. O Moscatel está nessa categoria. E harmoniza muito bem com sobremesas à base de frutas, queijos cremosos de mofo branco ao lado de frutas frescas ou ainda bolo de frutas e panetones.