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Brasileiro vê alimentação sustentável como positiva, revela estudo global
Pesquisa mostra que visão positiva da alimentação sustentável é boa de modo global, mas preço ainda é fator decisivo para compra dos produtos. Bigstock
O brasileiro vê de maneira positiva a alimentação sustentável. É o que mostra a segunda edição da Pesquisa Internacional de Sustentabilidade Food Barometer, parceria da Sodexo com o Instituto Harris Interactive. O levantamento realizou 7299 entrevistas on-line em cinco países, Brasil, Índia, França, Reino Unido e Estados Unidos, e aponta que 91% da população brasileira tem percepção positiva sobre o tema. A média global é 74%.
Apesar desse olhar positivo para a questão da sustentabilidade, preço ainda é o principal critério para a compra dos alimentos - 73% dos entrevistados nos cinco países. Apenas 27% desse contingente considera o impacto ambiental como fator decisivo. Sabor (61%), valor nutricional (50%), ingredientes e composição (48%), prazer ao comer (37%), marca (35%), conveniência do produto (32%), embalagem (32%) e rótulos e certificações estão à frente (31%).
O entusiasmo das populações dos Estados Unidos (66%), França (65%) e Reino Unido (66%) é consideravelmente menor ao de Brasil e Índia (87%).
Apesar do impacto da inflação, o estudo reflete uma visão esperançosa: consumidores ainda enxergam na alimentação sustentável uma forma de melhorar sua qualidade de vida e a saúde do planeta. O desafio está em tornar essas escolhas mais acessíveis, saborosas e compatíveis com o orçamento.
Impactos ambientais e qualidade de vida
A pesquisa mostra que 51% veem como principal benefício da alimentação sustentável a redução do impacto no meio ambiente. Para 65% dos inquiridos, a adoção de uma dieta preocupada com desdobramentos ambientais melhora a qualidade de vida. A redução do desperdício é outro fator de vantagem na avaliação de metade dos ouvidos pela pesquisa - neste quesito, os Estados Unidos estão à frente entre 11 posições, com França e Reino Unido empatadas em segundo. Brasil e Índia estão juntos em quarto lugar.
Para 47% dos entrevistados, a alimentação sustentável é fundamental para a melhora da saúde, a partir do consumo de itens saudáveis de modo equilibrado.
Homens são menos engajados
A pesquisa traçou três perfis de consumidores que se destacam quanto à disposição para o consumo de produtos sustentáveis. Os que adotam a prática, considerado engajados, correspondem a 42% do contingente - no Brasil, são 51%. O grupo ocupa a faixa de 25 a 44 anos - entre elas, há um número maior de pessoas com crianças -, estão socialmente nas classes mais altas, consomem uma grande variedade de produtos (nem todos sustentáveis) e já adotam práticas sustentáveis no cotidiano, incluindo a redução de desperdício de alimentos
O segundo grupo, os indecisos, corresponde a 44% dos entrevistados - 42% no Brasil. São em geral pessoas com menos de 25 anos e com menos filhos entre eles, menos ativos que o contingente dos engajados, consomem uma variedade menor de produtos mas já adotaram práticas sustentáveis no dia a dia, incluindo também a preocupação em evitar o desperdício.
Já os distantes do tema, ou indiferentes, somam 14%. São liderados por homens de idades distintas, dão preferência a alimentos processados, fast food e frutos do mar e escolheram poucas práticas sustentáveis para realizar no dia a dia.
O consumo de carne vermelha é maior entre os distantes - 57% consomem algumas vezes por semana; destes. E neste grupo, 53% não tem a intenção de reduzir o consumo. Já entre os engajados, 62% dão preferência a outras carnes durante a semana, e 21% pretende manter como está.
Impulsos para a mudança
Ideias de receitas com produtos sustentáveis foram apontadas por 47% dos engajados como fator de impulso para aumentar o consumo; entre os indecisos, o índice chega a 40%.
Práticas sustentáveis nos locais de compra ou consumo de alimentos, rótulos e certificações, grande variedade de pratos sustentáveis diferentes dos preparados em casa, programa de fidelidade e incentivos ligados a compras sustentáveis, garantia sobre fornecedores e de que as sobras serão doadas a instituições de caridade ou a bancos de alimentos são também fatores de incentivo de uma alimentação sustentável tanto entre engajados quanto indecisos.