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Shopping cria totem de autoatendimento da praça de alimentação para evitar aglomeração nos caixas
Apontada como uma tendência pela Global Markets Insights, empresa especializada em estudos de mercado, a opção de autoatendimento em estabelecimentos comerciais tem uma expectativa de crescimento de 16% ao ano até 2023. No entanto, a chegada da pandemia do novo coronavírus fez os planos serem acelerados em empreendimentos de grandes cidades brasileiras.
Em Curitiba, por exemplo, a instalação de totens de autoatendimento para otimizar o processo de compras já fazia parte da lista de projetos inovadores a serem colocados em prática em alguns shoppings centers -- até por conta da necessidade de facilitar o distanciamento social.
Em um deles, no Shopping Palladium, foram instalados três equipamentos em locais estratégicos de passagem dos clientes chamados de 'Aqui Podi': no primeiro piso, em frente à uma das lonjas âncoras, na praça de alimentação e em frente aos cinemas (ainda fechados por decreto). Os consumidores podem fazer os pedidos através deles, pagar no próprio totem e retirar direto na lanchonete ou restaurante.
De acordo com a gestora de marketing do shopping, Cida Oliveira, o objetivo é otimizar o tempo tanto dos clientes como dos logistas. O totem agiliza o atendimento e evita aglomerações nos balcões e caixas das operações de alimentação.
"Além de servir como merchandising dos produtos, por meio dos menus interativos que são disponibilizados aos clientes”, afirma ela.
Cida conta que a aceitação dos lojistas foi essencial para a operação se tornar viável, apesar de ainda restrita aos restaurantes e lanchonetes. No momento, a tecnologia tem grande potencial de adesão de outras operações.
“Ainda estamos em um período embrionário, mas amanhã esses totens podem estar dentro dos nossos celulares ou serem acessados de qualquer dispositivo. Por enquanto, o ‘Aqui Podi’ atende só no Palladium e, especificamente, a praça de alimentação e demais quiosques de comida do shopping. Mas, a ideia é que o projeto caminhe para os demais shoppings e as possibilidades são infinitas”, diz Cida.
Autoatendimento multilojas
As tecnologias de autoatendimento, de acordo com o CEO da ConnectPlug, Rafael Hasson, não são uma novidade. Vários estabelecimentos comerciais, principalmente no setor da alimentação, já vêm se apropriando do sistema para aliviar o fluxo de caixa, agilizar o processo de compras e estimular os clientes a consumirem mais por meio de menus digitalizados e chamativos.
A novidade é que a empresa conseguiu agregar em apenas um dispositivo diferentes lojas, como um sistema de marketplace em que o cliente navega por diferentes menus interativos e faz o pagamento ali mesmo.
“O autoatendimento multilojas aumenta a possibilidade de consumo e oferece um conforto ao cliente, é um pontapé de muitas soluções que ainda virão”, afirma o CEO.
A expectativa de Hasson é vender unidades do totem para todo o Brasil nos próximos anos. Ele diz que essa é uma tendência que veio para ficar, além de ser “extremamente intuitiva para que, na frente dos totens, qualquer cliente se sinta à vontade para fazer seus pedidos com tranquilidade”, garante.
O custo mensal dos totens é a partir de R$ 249 por lojista, independente do número de estabelecimentos aderentes e, segundo Hasson, a ConnectPlug não cobra comissão sobre os pedidos realizados em cada dispositivo.
Tecnologia que soma
Logo que os totens 'Aqui Podi' foram instalados no Shopping Palladium, a gerente de marketing Cida Oliveira se perguntou como os lojistas responderiam à tecnologia ou se seriam substituídos por ela. A resposta, logo ela concluiu, era um sólido “não”.
Os shoppings, segundo ela, sempre serão um lugar de interação humana, ainda que o momento atual exija bastante cautela. “Todos estão ansiosos para que a movimentação e as trocas de experiência retomem, mas todos compreendem que as instalações vêm pra facilitar e somar, não para substituir”, explica.
Rafael Hasson, CEO da ConnectPlug, completa a afirmação de Cida dizendo que o sistema de autoatendimento não apenas não substitui os funcionários, mas permite que eles sejam alocados de maneira mais inteligente.
“A tecnologia vem para tornar o trabalho mais agradável, mais fácil e também gerar novas oportunidades. Eventualmente, todos irão perceber isso”, finaliza.