Bom Gourmet Negócios
Geração compartilhada: solução em energia limpa pronta para o setor gastronômico
Sustentabilidade, energia limpa, fontes renováveis e o tal do ESG, ou Environmental, Social and Governance, são temas que já estão há algum tempo nas agendas de empreendedores do mundo. Os grandes contam até com metas ligadas ao tema; em alguns casos, só conseguem fechar negócios com parceiros estratégicos se o estipulado para redução de emissão de carbono, por exemplo, for cumprido. Mas e os negócios de pequeno e médio porte, entre eles, empreendimentos do setor gastronômico, onde entram nessa discussão? E a população, o consumidor final, qual a parte que lhe cabe no assunto?
Essas e outras questões foram discutidas em videocast do Bom Gourmet com a Nex Energy sobre Energia Limpa, Sustentabilidade e Marketing, com Renato Lolico, engenheiro eletricista e diretor da Nex Energy, e Ingrid Ferraz, analista do setor financeiro da ExxonMobil e doutoranda em desenvolvimento regional com foco em ESG. Os especialistas colocaram sobre a mesa alternativas já disponíveis no mercado tanto para empresas quanto para pessoas físicas. Com resultados satisfatórios; além de atuarem na emissão de carbono e na redução de danos ao meio ambiente, ainda geram economia no orçamento dos usuários.
“ESG é aplicável em todos os setores e vem muito impulsionado pelas novas demandas do consumidor”, observa Ingrid ao constatar um perfil de pessoas que querem saber exatamente o que está sendo adquirido, e qual a origem e o destino de tudo o que lhes vêm à mão. Por ESG se entende práticas adotadas pelas empresas que envolvem a integração de valor econômico somado à atenção a questões ambientais, sociais e de governança corporativa.
Ou seja, foi-se o tempo em que a preocupação de um empresário era apenas gerar lucro. É necessário observar todos os aspectos que envolvem a atuação de uma companhia em uma sociedade, sua influência na comunidade onde está inserida e sua atuação na preservação do meio ambiente. Acionistas e boa parte do público consumidor já estão atentas a isso. E o setor gastronômico não está isento desse olhar crítico do cliente. Muitos já estão substituindo marcas que ainda não entenderam a mensagem por outras que já colocam em prática ações sustentáveis e se posicionam afirmativamente sobre isso. E esse é um caminho sem volta, avaliam os especialistas.
Consciência socioambiental
“A energia limpa está nesse contexto sobretudo pela emissão de carbono”, acrescenta Lolico. Segundo o especialista, empresas e pessoas físicas com mais consciência socioambiental estão aderindo o consumo de energia limpa e geração própria de energia pelo desejo de formentar um mercado mais sustentável. Sem a utilização de combustíveis fósseis, por exemplo, há redução visível de impactos ambientais.
Um bom exemplo com resultados positivos aplicáveis aos pequenos e médios negócios é a geração compartilhada, produção de energia descentralizada resultante na maior parte dos casos de fontes renováveis. O método proporciona a redução da dependência dos combustíveis fósseis ao mesmo tempo que promove benefícios econômicos e sociais importantes. O modelo de geração trabalhado pela Nex Energy, startup de Curitiba (PR), ajuda na contenção das emissões de carbono, o que se conecta com as metas globais de sustentabilidade.
A Nex Energy une as pontas ao colocar em
contato a usina de geração de energia limpa e os interessados em utilizá-la.
Por esse modelo, o dono de um empreendimento de menor porte não precisa
necessariamente instalar placas voltaicas em seu telhado. Ou seja, ele não
precisa investir em equipamentos para usufruir de energia limpa. A Nex encontra
companhias cujo foco do negócio seja construir usinas de geração de energia.
Aos que buscam fazer uso dessa energia, basta que se unam em uma cooperativa e,
então, locar o projeto, que pode estar inclusive distante geograficamente,
desde que cooperativa e usinas estejam conectados à mesma distribuidora de
energia.
contato a usina de geração de energia limpa e os interessados em utilizá-la.
Por esse modelo, o dono de um empreendimento de menor porte não precisa
necessariamente instalar placas voltaicas em seu telhado. Ou seja, ele não
precisa investir em equipamentos para usufruir de energia limpa. A Nex encontra
companhias cujo foco do negócio seja construir usinas de geração de energia.
Aos que buscam fazer uso dessa energia, basta que se unam em uma cooperativa e,
então, locar o projeto, que pode estar inclusive distante geograficamente,
desde que cooperativa e usinas estejam conectados à mesma distribuidora de
energia.
Então, a usina gera a energia, injeta o
crédito em uma conta da cooperativa, e cada membro desse grupo recebe uma
fração da energia gerada. No fim do mês, a cooperativa apresenta à
concessionária de energia, que indica o quanto cada integrante da cooperativa
recebeu de energia gerada.
crédito em uma conta da cooperativa, e cada membro desse grupo recebe uma
fração da energia gerada. No fim do mês, a cooperativa apresenta à
concessionária de energia, que indica o quanto cada integrante da cooperativa
recebeu de energia gerada.
“A cooperativa apresenta à concessionária a
informação de que, por exemplo, a padaria, o mercado, a pizzaria, o
restaurante, uma determinada casa vão receber uma porcentagem desse crédito. E
assim a democratização do acesso ficou mais fácil de ser alcançada”, destaca o
especialista.
informação de que, por exemplo, a padaria, o mercado, a pizzaria, o
restaurante, uma determinada casa vão receber uma porcentagem desse crédito. E
assim a democratização do acesso ficou mais fácil de ser alcançada”, destaca o
especialista.
Lolico lembra que o número de instalações de placas fotovoltaicas no Brasil não para de crescer. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaicas (Absolar), em junho deste ano o país superou a marca de 2 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O equivalente a 22 gigawatts (GW) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, prédios públicos e propriedades rurais. A energia solar hoje ocupa o segundo lugar na matriz elétrica brasileira. Do total da potência instalada, 14,3% vem da energia solar, atrás apenas da hídrica (51%).
"Esse modelo facilita muito o discurso da sustentabilidade", sugere Lolico. A ideia de uma empresa atenta às necessidades do planeta conversa diretamente com investidores e, sobretudo, consumidores que estão de olho nas atitudes das companhias. De acordo com o Índice de Sustentabilidade 2023 da Kantar, empresa líder mundial em gestão de dados e consultoria, mais da metade da população já deixa de consumir produtos de uma marca que não investe em sustentabilidade, ou que ainda mantém práticas consideradas prejudiciais ao meio ambiente e à sociedade.
Em sua terceira edição, o levantamento mapeou a percepção de consumidores sobre pautas ESG e o impacto delas em decisões de consumo. O índice analisou dados de 26 mil pessoas em relação a 43 setores da economia nos 33 países em que Kantar atua.
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