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Foodtech Cozi propõe solução para cozinhas ociosas de restaurantes.

Bom Gourmet Negócios

Foodtech paranaense une cozinhas ociosas a marcas que buscam ampliar delivery

Caroline Olinda
27/09/2022 16:31
Resolver dois problemas de uma única vez: fazer cozinhas ociosas serem rentáveis e ampliar a área de entrega de marcas no delivery. Essa é a proposta da Cozi. Com menos de um ano de criação, a foodtech paranaense já registra resultados positivos e tem no horizonte fechar o ano com um faturamento de R$ 500 mil ao mês.
"Eu tive uma lanchonete de comida saudável e sempre pensei em como aproveitar o espaço da cozinha de forma mais efetiva, sem para isso precisar criar uma nova marca ou outro produto. Foi daí que surgiu a ideia da Cozi", conta o sócio-fundador da Cozi , o empresário Yuri de Melo.
No modelo de negócio da Cozi, restaurantes com equipes e cozinhas ociosas são utilizados como uma espécie de hub (inclusive são chamadas assim) para outras marcas. Nessas cozinhas, os pratos são finalizados e é delas que parte a entrega.
A compra dos insumos para os preparos é feita direto com as marcas habilitadas. O processo de atendimento ao cliente e negociação com as empresas de delivery, por sua vez, fica por conta da Cozi.
Yuri de Melo, sócio-fundador da Cozi: ideia surgiu a partir da cozinha da própria lanchonete.
Yuri de Melo, sócio-fundador da Cozi: ideia surgiu a partir da cozinha da própria lanchonete.
Como tem uma equipe especializada nisso, a startup consegue negociar melhores taxas com as empresas de delivery e ser mais acertiva na solução de problemas com os clientes. O hub fica responsável pela finalização e entrega dos pratos e as marcas com o marketing, desenvolvimento de novos produtos e o fornecimento dos insumos para produção.
Com isso, as marcas que utilizam o serviço conseguem ampliar a presença no digital, a capacidade de entrega e também testar seus produtos em novas praças. Sem que para tanto precisem investir em dark kitchens ou contratação de equipes. O modelo também é uma forma de testar se o negócio se adaptaria bem a um modelo de franquia antes de partir para essa opção efetivamente.

Cozinhas ociosas registram aumento de 40% nos lucros

Quanto à remuneração, a Cozi fica com 15% do faturamento bruto (parte desse valor é repassado para as marcas) e o dono da cozinha fica com os outros 85%. Desse valor, são descontadas as taxas das operadoras do delivery e também os gastos com os insumos para produção.
Segundo Melo, as cozinhas parceiras registram, em média, um aumento de 40% nos lucros quando passam a operar também com esse modelo. O pulo do gato aqui está em não precisar ampliar equipes ou estrutura para operar com o novo produto.
Entre as marcas que já trabalham com a Cozi estão 10Pastéis, Los Paleteiros e as hamburguerias veg Fat Buda e Juice. Em comum, os parceiros trabalham com produtos em que não há transformação na cozinha, apenas finalização.
Para tanto, o cardápio passa por uma análise da startup. A ideia é que seja o mais enxuto e certeiro possível. Com isso, afirma Melo, é possível manter um padrão de qualidade no que é entregue, independentemente da cozinha onde é preparado.
Hoje a Cozi opera em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Paraná, mas há possibilidade de expansão para outras praças. "Trabalhamos com o limite territorial das marcas. Se amanhã, entrar uma que queira ir para o Norte ou o Nordeste, por exemplo, passamos a operar nessas regiões também", diz o empresário.