Thumbnail

Bebidas

10 anos de Vô Milano: o universo da cachaça brasileira em um só lugar

Priscila Bueno, especial para a Gazeta do Povo
04/08/2018 10:00
Cachaça, marvada, branquinha, pinga, caninha. Os nomes da bebida tipicamente brasileira são inúmeros, assim como os rótulos da Vô Milano Cachaçaria, loja especializada 100% em cachaça que fica no Mercado Municipal de Curitiba e que completa 10 anos. São mais de 400 rótulos entre bebidas “simples”, envelhecidas, puras e compostas.
A história da loja se confunde um pouco com a história da família. Heric Girardello conta que o bisavô, Bernardo Milano, ensinou o neto, pai de Girardello, a fazer uma infusão de cachaça com uva. Bebida que é vendida até hoje na loja da família, administrada atualmente por Heric e sua esposa, Eliana Diniz Girardello.
Quando a cachaçaria foi aberta, Girardello conta que eram cerca de 100 rótulos, além da venda de outras bebidas. Mas a família resolveu se especializar na cachaça, apesar de ela continuar sendo estereotipada. “A cachaça não é valorizada. Além disso, não é um produto de grande valor agregado. Temos muito trabalho a fazer”.

Cacharitiba

Um dos passos para a valorização já foi dado há sete anos, com a criação da Cacharitiba, evento que é realizado no Mercado Municipal e reúne todo o universo da cachaça. No ano passado foram 26 expositores de todo o Brasil. Neste ano ela será realizada entre os dias 18 e 21 de outubro.
Desde que assumiu a loja, em 2011, Girardello cita duas mudanças no setor. “O produtor se profissionalizou. Melhorou a qualidade da embalagem, a questão técnica, a percepção da qualidade”, diz. O consumidor também evoluiu, conta. A Cacharitiba contribuiu para as duas mudanças, avalia. Neste ano, inclusive, o evento vai abrigar um encontro nacional das confrarias de cachaça e ainda vai receber a Academia Brasileira de Cachaça de Alambique.
Minas Gerais é tida como a meca da cachaça, mas o Paraná tem conseguido destaque ao longo dos últimos anos. Em um ranking de cachaças eleitas por especialistas da Cúpula da Cachaça, em 2016, o primeiro lugar ficou com a Porto Morretes, de Morretes, e o terceiro com a Companheira, de Jandaia do Sul. Neste ano, a Companheira permaneceu no terceiro lugar. “Temos qualidade, mas a maioria dos produtores têm a cachaça como processo secundário porque é difícil vender, é um produto de baixo giro”, diz. A maioria dos rótulos da loja é de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

Premium

A Cachaçaria Vô Milano é o território ideal para os amantes da cachaça. É possível encontrar cachaças a partir de R$ 25, chegando a R$ 2 mil (Weber Haus 12 anos, de Ivoti-RS, envelhecida seis anos em barris de carvalho francês e seis anos em bálsamo).
A cachaça tem uma característica peculiar, afirma Girardello. Enquanto a maioria das outras bebidas é normalmente envelhecida em carvalho, a cachaça pode ser envelhecida em 30 madeiras diferentes. A cachaça descansa pelo menos seis meses. Ele explica que o jequitibá e o amendoim são madeiras mais neutras. As mais tradicionais são a amburana, que confere toques de amêndoa e baunilha, e o bálsamo, que contribuiu com toques de anis e azeitona. Quando ela repousa em tonéis de inox é chamada de branca, purinha ou prata.
As cachaças ainda podem ser compostas. Mas como explica Girardello, conforme a legislação brasileira prega, ao agregar qualquer coisa à bebida ela passa a ser chamada de aguardente composta de cachaça. Na Milano são vendidas a aguardente de banana, de Morretes, e a Bernardo Milado, com uva, inclusive com a fruta (a que está à venda está há sete anos em garrafa). Ainda há algumas curiosas. Uma delas é de Belém do Pará e tem o jambu, uma erva que amortece a boca.
Para comemorar o aniversário, a loja está com mais de 100 produtos em promoção. Ao comprar duas unidades de um mesmo produto, o segundo tem 50% de desconto.
LEIA MAIS:
Vídeo: como é feita a cachaça premiaada de Morretes:

Participe

Qual prato da culinária japonesa você quer aprender a preparar com o Bom Gourmet?

NewsLetter

Seleção semanal do melhor do Bom Gourmet na sua caixa de e-mail