Os melhores vinhos verdes a partir de R$ 33

Vinho verde é o vinho que não é maduro. Antes de ouvir essa explicação de um produtor famoso, eu fazia enorme confusão quanto ao significado do nome: cor do vinho, que possui alguns tons citrinos esverdeados; verdor da região do Minho; cor das uvas; elaboração com uvas verdes — apesar de não se fazer vinho com uva verde, não madura —, e assim por diante.

Voltando à explicação inicial e que me convenceu definitivamente. Logo após o processo de fermentação dos mostos, os vinhos em geral continuam nas etapas seguintes de vinificação e amadurecimento em adega, por mais ou menos tempo, com estágio durante o inverno pelo menos, trasfegas (ato de transferir o vinho de um tanque para o outro) e outros processos durante meses. É o amadurecimento do vinho na vinícola, antes de saírem ao mercado.

Já os vinhos verdes, de meados a final de novembro de cada ano estão prontos para o consumo e são mantidos com tais características. Não “amadurecem” na vinícola. Daí a denominação de “vinho verde”. Por isso tão joviais e apetitosos. Também por isso mesmo devem ser consumidos novos, o ideal é até um ano, podendo ir a dois ou um pouco mais no caso das melhores garrafas. Após esse tempo, em geral perdem características importantes e vão ficando sem graça.

As principais uvas para o vinho verde branco e suas respectivas sub regiões de melhor resultado são: Alvarinho (a rainha de todas – Monção e Melgaço), Loureiro (litoral), Trajadura (todo Minho, exceto Baião), Azal (Amarante, Basto, Baião e Souza), Avesso (Baião e limítrofes), Arinto (todo Minho). Na maior parte das vezes o vinho é um blend, conforme a arte de cada produtor.

O mais importante ao apreciar um bom vinho verde é desfrutar da deliciosa sensação de energia e de frescor que a bebida nos transmite de imediato. Aquela força e vivacidade estimulante, atributos também dos Champagnes, por exemplo. A acidez deve ser firme e de boa qualidade. A cor, em geral, clara. O corpo deve transmitir boa tensão ao palato do começo ao final da prova. As nuances são muitas, dependendo da safra, do produtor e do terroir do Minho, região produtora, com suas sub-região de origem e castas. Estas últimas são próprias do vinho verde, castas portuguesas autóctones e típicas. O que dá personalidade única à bebida.

Testamos para os leitores 16 dos melhores vinhos verdes disponíveis — e selecionamos 12 rótulos. Exceto os Alvarinhos, outro tema e preços mais caros. Predomina no mercado a safra de 2017. Vinhos bastante apetitosos e ótimo custo benefício, deixaram ótima impressão geral. Difícil encontrar melhor em brancos que também refresquem o bolso, especialmente no verão.

A temperatura de serviço situa-se entre 8 e 11 graus C. Pode descer até 6 graus C. Menos frio para os Alvarinhos de topo e mais frio para os demais. Extremamente gastronômicos, acompanham lindamente frutos do mar, embutidos, carne de porco e aves, assim como massas e aperitivos. Ideais também para para bebericar à beira- mar, no campo ou cidade, festas ou qualquer outra ocasião.

A prova, realizada às cegas, transcorreu no Bar do Victor da Praça da Espanha, com o serviço sempre impecável do sommelier Luciano Basuc. Além deste redator, dela participaram os experimentados degustadores João Manuel Garcia e Luiz Carlos Zanoni, além do editor Andrea Torrente e o repórter Guilherme Grandi, do Bom Gourmet. Terminada a avaliação, os apetitosos frutos do mar brilharam com os vinhos verdes.

Provan – Monção/Melgaço – Minho –Portugal

O vinho é cheio de boas energias. Elaborado com as castas Alvarinho e Trajadura, e fruto da maestria do enólogo Abel Codesso. Aromas vivos, com refrescantes nuances que lembram maresia, pêssegos, cítrico e ervas suaves, forma um conjunto harmonioso e muito estimulante. Um toque mineral completa o belo conjunto, com excelente final e permanência. Pedida certa, apetitoso e muito bom de beber. Este 2017, dos melhores deste famoso rótulo.

Nota: 89
Preço: R$ 63,90
Onde: Adega Brasil Mercado Municipal – Av. Sete de Setembro, 1865, Centro (box 270). Terça a sábado das 8 às 18h; domingo das 8 às 13h — (41) 3264-4232.

Caves Campelo– Barcelos – Minho – Portugal

Elaborado na região dos famoso “galos” portugueses, Barcelos. Corte muito bem resolvido com metade de Loureiro, 20% Trajadura, 20% Avesso e 10% Arinto. Notas cítricas elegantes e vivazes, base mais rica e notas suaves a zest de cítricos. Belo corpo e energia, bem equilibrado, frutado macio e refrescante.

Nota: 88
Preço: R$ 32,50
Onde: Adega Brasil Mercado Municipal – Av. Sete de Setembro, 1865, Centro (box 270). Terça a sábado das 8 às 18h; domingo das 8 às 13h — (41) 3264-4232.

Aveleda – Penafiel – Minho – Portugal

O rótulo icônico da belíssima Aveleda, em ótima forma. Blend muito bem resolvido das castas Trajadura, Loureiro, Arinto e Azal, plantadas em solos graníticos e arenosos. Bem típico, de cor citrina clara, jovial e bem vivaz. Boa persistência e harmonia, um toque de abricots, bebe muito bem.

Nota: 88
Preço: R$ 63,20
Onde: www.todovino.com.br

Soalheiro – Melgaço – Minho – Portugal

O nome indica as iniciais das castas que integram o vinho: Alvarinho e Loureiro. No mais, a maestria e grife Soalheiro, alta costura em Vinho verde. De cor citrina clara, um vinho delicioso e refrescante, sápido, de salivar. Notas bem acabadas de lima da Pérsia, um zest de tangerina bem suave, equilibrado.

Nota: 88
Preço: R$ 121,36
Onde: www.mistral.com.br

Quinta das Arcas – Minho – Portugal

Com boa energia, limpo e vivaz. Um vinho verde casual, de ótima tipicidade, um bonito toque “tangy”, leve a tangerinas. Bom equilíbrio.

Nota: 87
Preço: R$ 45,25
Onde: Supermercados Pão de Açúcar

Quinta de Gomariz – Santo Tirso –Minho – Portugal

Estimulantes notas de maresia muito bem suportadas por nuances minerais e um delicioso e suave toque a ervas – louro . Vivaz e jovial, boa acidez, revela bem as notas da casta.

Nota: 87
Preço: R$ 49,75
Onde: Supermercados Pão de Açúcar

Quinta das Arcas – Valongo – Minho – Portugal

Boa energia. Melhora depois de arejar um pouco no copo. No auge, notas bonitas a abricots bem mescladas com cítricos. Boa vivacidade.

Nota: 87
Preço: Indisponível
Onde: Supermercados Pão de Açúcar

Caves Messias – Minho – Portugal

Rótulo dos mais conhecidos, em boa forma. Redondo, suave nuance a ervas finas, algo a morangos maduros bem suave ao fundo e folhas de morangos. Boa energia, vivo e bebendo bem.

Nota: 87
Preço: R$ 32,90
Onde: Adega Brasil Mercado Municipal – Av. Sete de Setembro, 1865, Centro (box 270).Terça a sábado das 8 às 18h; domingo das 8 às 13h — (41) 3264-4232
Condes de Barcelos

Adega Cooperativa de Barcelos – Barcelos – Minho – Portugal

De corpo mais cheio, com boa vivacidade. Nuances a abricots maduros e cítricos bem arrumadas, com toque mineral, algo amanteigado e que lembra algo a panificação, suportado pela acidez.

Nota: 87
Preço: R$ 42,79
Onde: Central de Vendas Adega Alentejana (11) 5094-5760 ou no e-mail atendimento@adegaalentejana.com.br

JP Ramos – Minho – Portugal.

Mostra bem as deliciosas nuances a louro, que servem de nome à casta. Jovial, com boa vivacidade, persistente, algo que lembra abacaxi, de leve e bem composto.

Nota: 87
Preço: R$ 56,89
Onde: Casa Fiesta Iguaçu – Av. Iguaçu, 3534, Água Verde. Diariamente, das 8 às 22h — (41) 3244-1852. Casa Fiesta Jardim das Américas – Av. Coronel Francisco H. dos Santos, 1450, Jardim das Américas. Diariamente das 8 às 22h — (41) 3087-7006.

Enoporto – Minho – Portugal

Cor bem clara, um vinho com leve riqueza na base, redondo, um suave toque a ervas, frutos brancos como lychia e boa jovialidade. Bebe bem e convem ser bebido nos próximos 6 a 8 meses.

Nota: 86
Preço: R$ 35,63
Onde: Supermercados Pão de Açúcar

Quinta de Balão– Barcelos – Minho – Portugal

Frutado que lembra algo a fruta sobre madura, mas ainda com acidez para dar alguma vida. Uma leve rusticidade no meio do palato.

Nota: 86
Preço: R$ 50,82
Onde: Central de Vendas Adega Alentejana (11) 5094-5760 ou no e-mail atendimento@adegaalentejana.com.br