Bebidas
Distrito no Rio Grande do Sul reúne vinícolas com degustações gratuitas
Para quem se interessa por mergulhar em profundidade na cultura dos italianos que ajudaram a formar o Rio Grande, um lugar a pouco mais de 140 quilômetros de Porto Alegre parece a síntese perfeita da tradição ancestral e da hospitalidade interiorana. O Partiu RS visita a localidade de Otávio Rocha, distrito do município de Flores da Cunha, na serra gaúcha, um desses locais em que o tempo parece desacelerar, muito do que se vê ainda preserva a feição que lhe deram os primeiros imigrantes e a mesa é farta.
Uma das melhores épocas para se visitar o local é no começo do ano, em plena temporada de vindima, quando a paisagem se embeleza com a visão dos vinhedos carregados. A propriedade da família Slaviero abriga um dos grandes parreirais da região, aberta à visitação gratuita. São três dezenas de variedades de uva para ver e provar. O proprietário, Nelson Slaviero, garante que não há quem prove e não compre. “O que mais os visitantes gostam é ficar embaixo das parreiras para beliscar um pouco de uva. Tem para todos os gostos, tem umas 30 variedades, mas cada uma tem um sabor, é uma diferente da outra”, diz Slaviero.
PARREIRAIS EM PLENA RUA
Parreiras não são exclusividade de propriedades rurais como a de Slaviero. Logo na entrada de Otávio Rocha, elas cobrem um túnel com mais de 70 metros de comprimento. As uvas estão até mesmo nas placas de ruas, cada uma nomeada com uma variedade da fruta. A história do distrito está entremeada à própria Rota do Vinho. O município de Flores da Cunha é o que mais produz vinho no país, e há mais de 200 vinícolas na região – algumas, com visitação e degustação gratuitas, como a Gazzaro.
“Nossas famílias de imigrantes começaram produzindo uva, depois vinho para consumo e muitas se destacam hoje com marcas importantes no Brasil inteiro, com o próprio nome das famílias”, destaca Darci Dani, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Vinicultores.
Parte dessa memória está preservada em um museu localizado na subprefeitura de Otávio Rocha, onde foi montada uma vinoteca no porão, com mais de mil garrafas de vinhos de topos os tipos. Tem até as variedades locais de licores. “Os agricultores colhiam a uva, enchiam o garrafão até a metade, depois completavam com cachaça, graspa ou cana e faziam um licor que era servido para as pessoas que iam visitá-los”, explica o subprefeito Remi Damin.
Bom vinho também pede boa mesa, e há opções interessantes para conhecer a culinária local. No Hotel Dona Adélia, o cardápio reúne o melhor da comida típica italiana: sopa de agnolini, bife à milanesa, queijo frito, polenta na chapa, galeto e macarrão. O almoço sai por R$ 45, mas a diária, com as refeições incluídas, custa R$ 226.
Para quem precisar gastar as inevitáveis calorias no fim da jornada, uma dica é percorrer os 176 degraus do Monte Calvário, outra atração local. Depois de subir por um caminho ilustrado com imagens da via sacra, a chegada ao mirante promete uma visão privilegiada do distrito.
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