A oportunidade é única e muito limitada: 160 embalagens do melhor café do Brasil estão à venda em Curitiba. Batizado de “Pai e Filho”, o vencedor do Cup of Excellence 2019 (CoE), principal concurso de qualidade para café do mundo, é a estrela do mês disponível exclusivamente no Moka Clube, torrefação e clube de assinatura de cafés especiais de Curitiba (PR).

A embalagem de 250 gramas vem guardada em uma caixa de madeira pintada à mão e custa R$ 259. A título de comparação, os outros rótulos do Moka ficam na faixa de R$ 38 a R$ 59.

Não fosse pela amizade entre o produtor mineiro André Luis Águila Ribeiro (eleito melhor provador de café em 2019 pelo Cup Tasters Brasil) e o mestre de torra curitibano Hugo Rocco, todas as seis sacas do catuaí amarelo da Alta Mogiana avaliado em 92,23 pontos pelo CoE teriam ido direto para compradores japoneses, estadunidenses e britânicos.

O proprietário do Moka ganhou uma delas, o equivalente a 60 quilos de café, na surpresa. O restante foi leiloado por R$ 33.706,53 cada saca em novembro de 2019. “O André me ligou dizendo que separou uma saca pra gente. Fiquei muito feliz”.

É a primeira vez em 10 anos que um café eleito o melhor do Brasil pode ser degustado em terras brasileiras. A última havia sido em 2010, quando o Lucca Cafés Especiais arrematou uma parte do Grota São Pedro, produzido pelo fazendeiro Cláudio Carneiro Pinto em Carmo de Minas (MG). À época, o restante dos compradores foram quatro cafeterias japonesas.

“Nos últimos anos, quase todos [os cafés vencedores] acabaram indo para fora, principalmente para o Japão”, explica Rocco. No país asiático, a dedicação pelos cafés especiais é um caso à parte e, não à toa, o leilão online do CoE, promovido pela Brazilian Specialty Coffee Association (BSCA), sempre é liderado por empresas nipônicas.

O Pai e Filho nasceu de uma tentativa do produtor André Luis Águila Ribeiro, da fazenda mineira que batiza o produto, em fazer um café diferente dos que têm sido produzidos no país. A princípio, a ideia era caprichar na safra do “Aterradinho”, vendido pelo Moka Clube há três anos. “Todo mundo já conhece e gosta muito dele”, conta o mestre de torras e coffee hunter Hugo Rocco.

Acontece que o Aterradinho ficou muito melhor do que o esperado, segundo Rocco. “O André usou uma técnica que eu uso na torra, que é uma seca lenta. Ele não fermentou o café e deixou ele por mais de 30 dias secando em uma temperatura controlada”. Sem perder tempo, o produtor de Ibiraci (MG) submeteu sua criação ao Cup of Excellence.

“Pela primeira vez na história do concurso, um dos juízes avaliou um café em 100 pontos, o Silvio Leite”, relembra Rocco. Na escala da Specialty Coffee Association of America (SCAA), o café pode ter nota de zero a 100, e os cafés considerados especiais são avaliados acima de 80 pontos.

“Esse café, especificamente, foi algo tão multidimensional que, cada vez que nós o provávamos, ele revelava novos sabores (…). Na minha vida, pontuei apenas três cafés com 100 pontos e esse foi um deles”, disse o jurado na cerimônia de premiação do CoE, segundo registro da BSCA.

“Cada vez que eu provo esse café, eu sinto uma nota sensorial diferente. Tem muita pera, maçã verde, mel”, descreve Rocco. “Quando ele está quente você tem mais fruta vermelha e, depois que esfria, começa a notar as frutas amarelas. É um café muito complexo.”

Sua sugestão é preparar o Pai e Filho em uma diluição maior que o normal. Nos testes com a Hario e a French Press, os melhores resultados foram com proporção de 1:14 e até 1:16 (sendo 1 a quantidade de café e 16 a quantidade de água utilizada). “Você toma uma caneca inteira tranquilo, sem fazer cara feia ou sem ficar triste que o café vai esfriar. Na verdade, você espera que ele esfrie para sentir essa complexidade dele.”

O café está à venda no site do Moka Clube e na loja física, no Juvevê. Nas redes sociais da marca, há dicas de como preparar a bebida da forma ideal.

Serviço
Moka Clube
Rua Barão dos Campos Gerais, 372, Juvevê – Curitiba/PR
Telefone: (41) 3092-7265 – contato@mokaclube.com.br
Site para comprar online.