“Desejo de morte”: marca suspende produção de café enlatado nos EUA por risco de conter toxina mortal

Até parece ficção, mas aconteceu nos Estados Unidos: a marca Death Wish Coffee (“desejo de morte”, em português) teve de recolher um de seus produtos mais bem vendidos por apresentar risco de desenvolver toxina do botulismo, que pode ser mortal. “Mesmo que os riscos sejam muito baixos, seria grave se alguém se desenvolvesse”, disse Mike Brown, o fundador da Death Wish, ao jornal The Washington Post.

O Nitro Brew era um cold brew, café infusionado a frio, com acréscimo de nitrogênio e vendido em latas de 325 ml. Por ser enlatado e apresentar acidez alta, o produto era o meio perfeito para a proliferação da bactéria que causa o botulismo, que se multiplica em ambientes ácidos e sem oxigênio.

O produto estava no mercado há oito meses em 120 lojas de Nova York, apesar de terem sido realizados testes antes do lançamento, o resultado de um dos testes mais recentes apontou que o nível reduzido de oxigênio na bebida favorecia o desenvolvimento da toxina botulina. Segundo o The Washington Post, não foram registrados incidentes causados pelo consumo da bebida. A recomendação da marca é que não se consuma nenhum dos lotes.

A produção do cold brew foi descontinuada e a empresa tenta recolher as latas que ainda estão no mercado. O gasto estimado para reembolsar os consumidores e estabelecimentos que compraram o Nitro Brew é de US$ 300 mil (aproximadamente R$ 940 mil). A Death Wish irá reformular o processo de produção do Nitro Brew em lata para relançá-lo no primeiro trimestre de 2018.

A Death Wish Coffee ficou famosa no país por ter um dos cafés com maior teor de cafeína vendido nos Estados Unidos. Enquanto uma xícara de café (30 ml) tem entre 12 e 16 miligramas de cafeína, o cold brew da Death Wish tem 54,2 miligramas para o mesmo volume.