Bebidas
João Portugal Ramos: de crítico a produtor de vinhos
João Portugal Ramos, 59 anos, é uma das mais importantes figuras da enologia portuguesa. Vem de uma longa geração de especialistas e críticos da bebida de Baco. No começo da década de 1990 decidiu fazer o seu próprio rótulo. Como ele mesmo explica: “comecei em uma época em que não tinham muitos produtores no Alentejo.” Atualmente produz os rótulos Marquês de Borba, Marquês de Borba Reserva, Quinta da Viçosa, Vila Santa e Loios.
O produtor esteve em Curitiba para uma demonstração de seus vinhos Marquês de Borba Branco 2010 e tinto 2011; Vila Santa Reserva, 2009; e Marquês de Borba Reserva 2008. A degustação fez parte de ação da vinícola e da importadora Porto a Porto para aumentar sua fatia no mercado brasileiro. Hoje, representa 1% das exportações. Ele também passou por outras capitais brasileiras como São Paulo e Florianópolis.
Como são produzidos os vinhos Marquês de Borba?
São aproximadamente 12 castas diferentes cultivadas no Alentejo, em Portugal. Os vinhos portugueses são diferentes dos franceses e italianos. A cada safra, escolhemos quais varietais são melhores para compor o vinho. Não há uma predeterminação de porcentagem de cada uva e isso ajuda a produção.
Qual foi a melhor safra até agora?
Com certeza a 2011 foi a melhor que tivemos.
O que dificulta o crescimento na exportação de vinhos portugueses para o Brasil?
O preço é fator determinante. Em Portugal, meus vinhos custam 5 euros. Aqui eles chegam na importadora por R$ 40 e alguns restaurantes os vedem por R$ 80.
Você já experimentou algum rótulo brasileiro? O que achou?
Os vinhos brasileiros me surpreenderam muito. Recentemente experimentei um produzido em Santa Catarina que estava com um nível muito alto. Eu vejo que o Brasil tem um potencial muito grande para crescer neste mercado e isso não é ruim para os vinhos europeus. Muito pelo contrário, isso gera o crescimento do mercado e estimula os consumidores a provarem cada vez mais.
