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IPA é a cerveja artesanal preferida dos brasileiros, aponta estudo
Junto com o futebol, a cerveja é uma das maiores paixões do povo brasileiro. E, desde a última década, as artesanais têm ganhado força. A preferida entre os consumidores de cervejas especiais é a IPA – Indian Pale Ale, eleita por 71,2% dos participantes de um novo estudo sobre hábitos e comportamentos do público realizado pelo Clube do Malte, segundo maior comércio online de cervejas do país.
Já a porta de entrada para o universo das artesanais é a Weissbier, cerveja de trigo tipicamente alemã. De acordo com os pesquisadores, o estudo é o maior já feito sobre o público consumidor de cervejas artesanais no Brasil.
As prediletas
Atrás da IPA, figuram no topo do ranking das prediletas os estilos de cerveja Pale Ale (51,3%) e APA – American Pale Ale (48,4%). Douglas Salvador, fundador e CEO do Clube do Malte, acredita que as Pale Ale se adaptaram bem ao paladar brasileiro por serem extremamente aromáticas, refrescantes e de sabor marcante. “Há opções cítricas, frutadas; o brasileiro curte muito”, afirma. Em seguida, estão a Stout (45,2%), Weissbier (44,6%), Pilsen (40,3%), Red Ale (38,4%) e Witbier (37,1%).
O estudo, realizado em sete meses de observações e análises, foi realizado a partir de entrevistas com 2876 consumidores de cervejas especiais, em sua maioria homens (80% do público da pesquisa) com renda mensal entre R$ 3 e 6 mil e com nível superior completo ou pós-graduação. O grupo de consumidores analisados se concentrou, principalmente, nas regiões Sul e Sudoeste do país.
Da Weiss para as mais fortes e encorpadas
Entre as cervejas artesanais, a Weiss é a mais parecida com a tradicional Pilsen, motivo que leva o público que está começando a se interessar por cervejas artesanais a iniciar o caminho por ela, na opinião de Salvador. “As cervejas que sempre existiram, de estilo Pilsen, são muito simples em aromas e sabores, e apresentam baixíssima rejeição. Quando você toma pela primeira vez uma cerveja muito alcoólica, amarga, com gosto azedo, você vai estranhar. A Pilsen é a mais simples do mundo. Depois dela, a próxima de baixa rejeição é a Weiss. A pessoa compreende que essa cerveja tem um aroma mais forte, algo diferente da Pilsen, mas ao mesmo tempo é mais fácil de beber. Não é amarga, azeda ou muito alcoólica”, explica.
Em janeiro, o Bom Gourmet convidou um time de especialistas para fazer uma degustação às cegas e avaliar rótulos de 17 cervejas de trigo nacionais vendidas em Curitiba. A maioria das marcas recebeu notas relativamente baixas. Porém, quando questionado sobre o assunto, Salvador afirmou que acredita que há boas opções e que o estilo está representando bem o país.
“De uma forma geral, a indústria de cervejas do Brasil vem melhorando ano a ano. A principal diferença das cervejarias de fora para as nacionais é a tecnologia usada. No exterior há laboratórios mais avançados, mas a indústria de cervejas artesanais ainda é nova aqui”, conta. Na opinião do fundador do Clube do Malte, as principais melhorias que a indústria nacional deve buscar é em relação à padronização e estabilização dos produtos.
O cotidiano do apaixonado por cerveja artesanal
Nem só de cervejas especiais vivem os adoradores de cerveja, até porque a maioria teve suas primeiras experiências com cervejas mainstream – aquelas encontradas em qualquer gôndola de supermercado, loja ou bar. Além do mais, beber apenas as artesanais pode pesar no bolso. “É muito comum as pessoas dividirem no dia a dia, ter uma caixinha de Heineken, Stella, Bud, e alguns rótulos de cervejas especiais. Muitos beberiam só artesanais, mas sairia muito caro”, pontua Salvador.
A cerveja popular mais consumida pelos entrevistados é a Heineken (76,8%), seguida pela Stella Artois (46,7%) e Budweiser (38,3%). As brasileiras aparecem só na sequência da lista: Brahma (25%), Bohemia (21%), Antartica (14%), Skol (13%) e Itaipava (10%). Apenas 7% dos consumidores de cervejas artesanais informaram não comprar as populares.
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