Bebidas
“70% dos vinhos e destilados consumidos em Curitiba são de contrabando”, diz Abrabar
“70% dos vinhos e destilados consumidos em festas e eventos em Curitiba não têm tributação e procedência garantida, segundo o nosso levantamento”, acusa Fábio Aguayo, presidente do Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (Sindiabrabar).
O representante da entidade se reuniu com donos de bares e restaurantes de Curitiba na tarde desta terça (22) com o secretário da Fazenda do Paraná, José Luiz Bovo, para pedir uma redução dos impostos para o setor.
“A situação é insustentável e a sobrevivência dos estabelecimentos está em jogo”, diz Aguayo, que acusa a alta carga tributária pelo aumento do contrabando de vinhos e bebidas, em especial do Paraguai, Argentina e de outros estados brasileiros como Santa Catarina, São Paulo e Goiás, onde a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é menor que no Paraná.
A reivindicação dos empresários do setor é antiga, pois sobre os vinhos incidem impostos estaduais pelo valor de 43,03%; para os destilados a alíquota é de 61,38%. A alta carga tributária estaria quebrando muitos bares e restaurantes, de acordo com as entidades do setor. E se muitas casas atualmente oferecem rolha livre – uma tendência que cresceu exponencialmente nos últimos anos – é para tentar sobreviver à crise.
“Desde 2013 tenho uma redução no faturamento de 20% ao ano. A nossa proposta é baixar os impostos para permitir que o estado arrecade mais”, afirma Marcos Almeida, dono da Adega Muf’s, um dos empresários que participou do encontro com o secretário da Fazenda.
De acordo com Sindiabrabar e Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel), seção Paraná, só na grande Curitiba são contabilizados mais de 5 mil bares e restaurantes, cada um com uma média de dez colaboradores. O segmento emprega diretamente aproximadamente 50 mil pessoas e um número expressivo de empregos indiretos e familiares que deles dependem.
Por meio da assessoria de imprensa, o secretário da Fazenda informou que a demanda vai ser analisada tecnicamente, mas não deu um prazo para que isso aconteça.