Bebidas
Hidromel, a bebida dos vikings e nerds, é a nova tendência no Brasil
Se você é fã de seriados como Game of Thrones ou Vikings, ou mesmo de filmes que tenham a ver com a cultura nórdica, é provável que já tenha ao menos ouvido falar de uma bebida de origem milenar chamada hidromel. Ninguém sabe ao certo exatamente onde ele surgiu, uma vez que há registros de que várias civilizações (entre elas a dos vikings, claro) acabaram descobrindo que a fermentação de mel dava origem a uma bebida alcóolica – mas fontes relatam que já era consumido há pelo menos oito mil anos. Por aqui, ele ainda é pouco popular, mas vem ganhando espaço e cada vez mais adeptos.
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Aos poucos, estão surgindo fábricas brasileiras de hidromel, que produzem de forma industrial, mas ainda em pequena escala. “Metade dos nossos consumidores hoje pertence justamente a esse nicho das pessoas que se interessam pela cultura nerd, enquanto a outra metade é um público apreciador de cervejas artesanais – é aquele cara que gosta de experimentar coisas novas”, explica Rafael Alexandre, um dos sócios da BeeGold, indústria de Sorocaba, no interior de São Paulo, que produz até quatro mil garrafas por mês.
A cena do hidromel hoje, inclusive, é bastante similar ao que aconteceu com o cenário das cervejas artesanais há alguns anos. Os apaixonados começaram fabricando em casa mesmo, o consumo foi crescendo e os processos foram cada vez mais se profissionalizando. Alexandre Peligrini, da Old Pony, de Mogi-Guaçu, conta que sua ideia inicial era realmente produzir cerveja. “Achava que hidromel era uma lenda, quando descobri que não, fiquei surpreso e comentei com amigos – fui desafiado a produzir um lote para experimentação e o sucesso foi tão grande que começamos a receber encomendas”, conta ele.
Apesar de ainda ser um produto conhecido apenas em nichos específicos, ele afirma que o interesse aumentou “absurdamente” nos últimos tempos. “Nos Estados Unidos, por exemplo, o mercado do hidromel está num estágio bem mais avançado que o nosso”, explica, o que indica que talvez o mesmo ocorra por aqui. Hoje, a Old Pony produz até seis mil litros da bebida por mês.
No Paraná, um dos entusiastas do hidromel é Henrique Hertel, que é funcionário público em Curitiba e, por enquanto, produz a bebida apenas de forma artesanal, em casa. “Aos poucos, começamos a reunir pessoas que se interessam pelo assunto e fazemos alguns eventos em restaurantes para que as pessoas conheçam e provem o hidromel – o interesse vem crescendo nos últimos anos”, diz.
Onde comprar hidromel
Infelizmente, ainda é bastante improvável encontrar hidromel industrializado para vender em lojas físicas em Curitiba, mas o produto é facilmente encontrado em lojas online – as garrafas costumam custar a partir de R$ 39 cada. Para quem quiser provar a bebida feita artesanalmente pelos entusiastas do hidromel, é só procurar a página do Drinking Horn Society, grupo do qual Henrique Hertel faz parte, nas redes sociais – por lá, são anunciados os eventos promovidos por eles em diversos estabelecimentos da cidade, onde eles levam as garrafas produzidas para prova.
Combina com o quê?
Existem diversos tipos de hidromel e eles podem ser mais secos ou mais suaves (essa informação é contida nos rótulos das garrafas), mais ou menos da mesma forma como funciona com o vinho. A maioria das marcas que fabricam a bebida no Brasil, inclusive, oferece hidromel com graduação alcóolica em torno de 13%.
Ou seja, as harmonizações funcionam também de maneira similar – ele combina bem com pratos que normalmente seriam consumidos com vinho branco (carnes brancas, queijos leves, vegetais, cogumelos e até carnes curadas, como salame, prosciutto e bacon). A temperatura ao servir é um fator que pode variar de acordo com o tipo da bebida, mas em geral os fabricantes indicam que ela fique entre 4 e 10 graus.