Bebidas
Altos níveis de herbicida são encontrados em 14 cervejas populares da Alemanha
Além de lúpulo, malte, fermento e água, ingredientes permitidos pela célebre Lei de Pureza da Baviera, que remonta a 1516, um quinto elemento foi encontrado nas cervejas alemãs. Testes conduzidos pelo Instituto Ambiental de Munique, na Alemanha, e divulgados nesta quinta-feira (25), encontraram traços de glifosato, o herbicida mais utilizado no mundo e largamente empregado também no Brasil em lavouras de soja, em 14 populares marcas do país. Algumas delas inclusive são vendidas no Brasil. As informações são da agência alemã Deutsche Welle.
A quantidade varia de 0,46 a 29,74 microgramas por litro, ou seja, até 300 vezes o nível máximo de herbicida permitido na água potável, que é de 0,1 micrograma por litro. A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou em 20 de março de 2015 na prestigiosa revista The Lancet Oncology um estudo sobre o Roundup, herbicida à base de glifosato produzido pela Monsanto, que tem o potencial de causar câncer em humanos.
Contudo, o Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BfR), órgão responsável por examinar potenciais ameaças à saúde pública, afirmou que a existência de resíduos de glifosato na cerveja é “plausível e, em princípio, esperada”, mas que os níveis citados não constituem riscos à saúde do consumidor. Segundo o que se sabe até o momento sobre o agente químico é que seria necessário ingerir mil litros de cerveja por dia para que o produto oferecesse riscos à saúde de um adulto.
A presença de glifosato na cerveja se explica, pois o produto químico é aplicado nas lavouras de trigo e cevada. O instituto pediu às cervejarias que realizem testes nos ingredientes que utilizam. A Associação dos Agricultores da Alemanha (DBV) rebateu às críticas afirmando que cerca da metade da cevada consumida no país é importada de outros países onde as exigências para a aplicação de glifosato são menos rígidas, já que na Alemanha o uso do herbicida não é permitido.
Confira as cervejas avaliadas e a quantidade encontrada do herbicida
Krombacher Pils (2,99 microgramas (μg) por litro)
Oettinger Pils (3,86 μg/l)
Bitburger Pils (0,55 μg/l)
Veltins Pilsener (5,78 μg/l)
Beck’s Pils (0,50 μg/l)
Paulaner Weissbier (0,66 μg/l)
Warsteiner Pils (20,73 μg/l)
Hasseröder Pils (29,74 μg/l)
Radeberger Pilsner (12,01 μg/l)
Erdinger Weissbier (2,92 μg/l)
Augustiner Helles (0,46 μg/l)
Franziskaner Weissbier (0,49 μg/l)
König Pilsener (3,35 μg/l)
Jever Pils (23,04 μg/l)
Oettinger Pils (3,86 μg/l)
Bitburger Pils (0,55 μg/l)
Veltins Pilsener (5,78 μg/l)
Beck’s Pils (0,50 μg/l)
Paulaner Weissbier (0,66 μg/l)
Warsteiner Pils (20,73 μg/l)
Hasseröder Pils (29,74 μg/l)
Radeberger Pilsner (12,01 μg/l)
Erdinger Weissbier (2,92 μg/l)
Augustiner Helles (0,46 μg/l)
Franziskaner Weissbier (0,49 μg/l)
König Pilsener (3,35 μg/l)
Jever Pils (23,04 μg/l)
Atualizado em 3 de março
A cervejaria Paulaner soltou nesta quinta-feira (3) uma nota em que chama de “questionável” a pesquisa do Instituto Ambiental de Munique e indaga se os resultados se sustentariam se submetidos “a análise sob critérios científicos sérios”.