Bebidas
Bar secreto exige senha para entrar e foca nos drinks à base de gim
Sem placa visível da rua, apenas o cliente que souber a senha do dia (pergunte para a equipe do bar nas redes sociais) pode entrar. A excêntrica regra para ter acesso ao Ginger Bar estimulou a curiosidade da clientela pelo novo local desde maio, quando a casa inaugurou na Rua Saldanha Marinho, no Centro de Curitiba.
Com foco em coquetéis, o bar é “secreto” (fica escondido nos fundos de uma galeria de arte) e tem metade da carta ocupada por drinks feitos com gim, o destilado da moda. Ao todo, são 13 tipos diferentes da bebida destilada que podem ser escolhidos de acordo com o gosto – e o bolso – do freguês.
O gim base da casa para os coquetéis é o nacional Seagers. Com um incremento de R$ 4 o drink é feito com o clássico londrino Gordon’s, numa escala crescente até chegar ao luxuoso Botanist, somados R$ 24. A ideia dos proprietários Pedro Vieira e Milena Costa de Souza é colocar um novo rótulo da bebida na carta do Ginger a cada duas semanas.
Todos os preparos do Gin Tônica (R$ 15) são aromatizados de uma forma diferente pelos bartenders Angelo Camargo, o Carpa (ex-Tiger Cocktails, Le Voleur de Vélo, Tuna e Under Construction) e Gustavo Smolinski (ex-Tiger Cocktails e Garden Rooftop Bar) dependendo da escolha do rótulo pelo cliente. Com o Seagers, o coquetel leva pimenta rosa e anis estrelado. Se a escolha for pelo Bombay (+R$ 10) o drink vai com cardamomo e zimbro. Já o coquetel com Thomas Darkin (+R$21) ganha manjericão e limão siciliano.
Outros clássicos da carta, como o Tom Collins (R$ 17) que leva gim, limão, soda e syrup, são acompanhados por novas receitas elaboradas pela equipe do Ginger, que usa a versatilidade do gim, combinado com infusões e outras especiarias. Um exemplo é o Brutas (R$ 17) feito com gim, aperol, cereja e Gengibirra, gasosa de gengibre fabricada pela Cini e adorada pelos curitibanos.
Às quartas-feiras o Ginger realiza a festa Mixology, quando um DJ convidado escolhe uma música ou até um disco inteiro que ganha um drink especial elaborado pela equipe de bartenders. A ideia é que a música e o coquetel sejam sinestésicos.
O da vez é o Acid Love (R$22) feito à base de Campari, espumante seco, suco de laranja, redução de aceto balsâmico com maracujá, sal e um bitter cítrico com especiarias produzido na casa. A música do coquetel é a Fun For Me, da anglo-irlandesa Moloko. “O Acid Love vai ser um dos quatro coquetéis da Mixology que vamos lançar em um concurso, para que os clientes decidam qual deles entra definitivamente na carta”, explica Pedro.
Para quem não gosta de gim, a outra metade da carta do Ginger é ocupada por drinks elaborados com vodca, tequila e rum. Como o Perfect Manhattan (R$ 24), que difere do Manhattan tradicional por ganhar a combinação de dois tipos de vermute (seco e suave), além do uísque e bitters. O bar serve também vinho e doses.
Inspiração em bares secretos de NY
O ambiente do Ginger Bar é uma atração à parte. O bar fica escondido nos fundos de uma galeria de arte comandada pelos sócios do Ginger. A inspiração vem dos speakeasys nova iorquinos, bares instalados nos fundos de restaurantes ou porões de padarias, que na época da Lei Seca surgiram para continuar servindo bebidas alcoólicas livremente para os clientes.
O salão do Ginger só aparece depois que uma cortina vermelha é ultrapassada. O espaço é pequeno (cabem 48 pessoas sentadas) e se resume a algumas mesas e um bar iluminado. Os proprietários fizeram questão de manter o piso de ladrilho hidráulico original da construção e instalaram um Ginger luminoso logo acima da cortina de entrada. Só quem está do lado de dentro vê o letreiro. Uma porta de ferro, que só é aberta em épocas de temperaturas mais altas, separa o salão de um beco privativo, que é usado como espaço de convivência para os clientes.
Cardápio
Apesar de enxuto, o cardápio é completo e oferece entradas, porções, pratos principais e sobremesas. Destaque para o Huevos Rotos (R$ 19), clássico petisco espanhol com batatas fritas (cortadas a mão pela equipe da cozinha), linguiça Blumenau e dois ovos estalados em cima.
Como prato principal, o Primavera em Paris (R$ 33,50, individual) é uma pedida leve que combina bem com os drinks. Composto por 180g de filé mignon selado na frigideira, o prato acompanha legumes (brócolis, abobrinha, berinjela, cenoura e cogumelo Paris) salteados, além de tomate cereja confit e pepino em conserva. A finalização é feita com pimenta rosa e o molho é deglaçado da panela com manteiga e ervas.
Há opções vegetarianas e veganas, como o cuscuz à marroquina (R$ 26,90 individual) que é cozido em um caldo de legumes e especiarias antes de ser salteado na frigideira com amêndoas, tâmaras e damascos. O prato é servido em uma panelinha coberto por cenoura, chuchu, abobrinha e nabo à Julienne.
Por dentro do Ginger Bar
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