Bebidas
A degustação
Estreante no Prêmio Bom Gourmet, a categoria substitui a anterior, “Carta de Cervejas”, com o objetivo de valorizar o crescimento da produção artesanal em Curitiba e Região Metropolitana. Foi a única que contou com duas etapas no processo avaliativo: além das indicações por jurados convidados, a cerveja teve uma segunda fase de degustação às cegas com um júri técnico.
O julgamento seguiu os critérios do Beer Judge Certification Program (BJCP), programa de reconhecimento internacional para formação e certificação de juízes de concursos cervejeiros. O BJCP tem um guia que norteia os juízes em características como aparência, aroma e sabor ideais para cada estilo.
Primeira fase
Nove jurados conhecedores e entusiastas da cerveja foram convidados a dar suas indicações, conforme experiência e gosto pessoal. Dois rótulos, independente de estilo, foram recomendados por cada jurado. O Prêmio aceitou cervejas safradas ou sazonais, desde que estas tivessem calendário fixo de produção. Alguns rótulos foram lembrados por mais de um jurado, totalizando 14 cervejas na primeira fase.
Pré-evento
Os cervejeiros indicados foram convidados a disponibilizar amostras para a prova técnica — recebidas pela Comissão do Bom Gourmet um dia antes, devidamente etiquetadas e mantidas refrigeradas até o momento da degustação, em sala à parte, para garantir o sigilo. No momento da entrega, os jurados foram informados para que suas avaliações tivessem como base os critérios de cada estilo de cerveja, conforme dita o manual do BJCP.
Segunda fase
A degustação foi realizada no salão de eventos do Museu Oscar Niemeyer, no dia 10 de agosto, no Procerva Fest, um dos maiores eventos da cultura cervejeira do Paraná. Seis jurados participaram da degustação às cegas, entre eles juízes certificados pelo BJCP, produtores de cervejas e sommeliers, que provaram todas as cervejas, apresentadas uma a uma (14 amostras comerciais de estilos variados). A cada amostra provada os juízes apontaram suas notas e justificativas na súmula modelo padrão no BJCP, onde avaliaram aroma, aparência, sabor, sensação na boca e impressão geral. As notas de maior discrepância eram discutidas e lançadas no controle de mesa (flight summary sheet). O tempo total da prova foi de quatro horas, uma média de 15 minutos para degustação, avaliação e discussão da nota de cada amostra.
Sobre a prova
Todas as ações estiveram sob o olhar cuidadoso do curador da categoria, Luis Celso Jr. Segundo ele, o concurso foi “de alto nível”, dadas as altas notas atribuídas nas súmulas. “O primeiro lugar foi bastante disputado. Todas as indicadas tinham muita qualidade, os juízes tiveram dificuldade para definir a melhor”, diz o curador. Cada cerveja foi avaliada dentro do seu estilo e, a que chegou mais perto da perfeição, dentro dos critérios exigidos para o seu estilo, teve a maior nota e se sagrou vencedora. Nível de complexidade de produção e ineditismo também pesaram na decisão. A nota final foi composta com a seguinte fórmula: a indicação na primeira fase somava dois pontos à cerveja. Na segunda, com pontuação estabelecida conforme os critério do BJCP, cada cerveja poderia alcançar de 1 até 50 pontos. A somatória obtida em ambas fases indicou a cerveja ganhadora.