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Bebidas

Degustação às cegas – Cabernet Franc

Guilherme Rodrigues - guilhermer@gazetadopovo.com.br
09/12/2013 18:16
Um dos vinhos tintos míticos mais reverenciados de todo mundo é o Château Cheval Blanc, de Saint-Émilion, Bordeaux. Nele predomina a Cabernet Franc, com cerca de 2/3 do lote. Só isso bastaria para glorificar a uva. Ela é largamente empregada nos maravilhosos cortes dos vinhos bordaleses e usada em solo nos perfumados, delgados, firmes, fluídos e suavemente especiados vinhos do luminoso Vale do Loire. Frutifica também no resto do mundo e vai muito bem no sul do Brasil, com vinhos emblemáticos do melhor caráter brasileiro nos tintos: fruta fresca, madura, cordial, sem peso, com um tempero sadio a folhas verdes frescas.
Aliás, esse tempero a folhas verdes refrescantes, que quando exagerado leva ao desagradável herbáceo, na verdade dá ao vinho um frescor especial, traduzindo o toque da Cabernet Franc. É interessante notar que suas parentes, a também tinta Cabernet Sauvignon e a branca Sauvignon Blanc, mostram esse lado de verdor sadio. Na Cabernet é mais coberto pela opulência e força da casta poderosa. Na branca, é totalmente ostensivo e faz parte do melhor predicado dos vinhos de Sauvingon Blanc.
A casta amadurece antes da Cabernet Sauvignon. É conhecida desde a antiguidade. A versão mais em voga localiza sua origem no País Basco, de onde migrou e se enraizou na França (Bordeaux e Loire) pela mão dos monges, no final da Idade Média. Foi e ainda é conhecida em algumas regiões com o nome de Achéria (País Basco), Breton (Loire), Bidure (Graves), Cabrunet, Carmenet, Vidure, Véron.
Pensando ainda nos ares primaveris dos Cabernet Franc, de corpo firme, sedoso e delgado, com uma ponta de austeridade fina, testamos dez dos mais expressivos rótulos no mercado, a preços acessíveis. Os brasileiros surpreenderam pelas boas colocações. A prova foi realizada às cegas, isto é: amostras servidas em copos numerados sem que o degustador conhecesse o rótulo. Somente terminada a degustação e lançadas as notas, os rótulos foram revelados. Tivemos a honra da presença de Luiz Carlos Zanoni, um dos mais abalizados degustadores e escritores báquicos do Brasil. A prova ocorreu no novo restaurante Terrazza 40, no topo de uma das mais altas torres de Curitiba (rua Padre Anchieta, 1.287), com monumental vista panorâmica de toda cidade. O sommelier Pio Renato Bontorin realizou um serviço perfeito. Após a degustação, o restaurateur Marcelo Campos serviu alguns dos apetitosos assados e massas do restaurante, da lavra da chef Tania Stebner.

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