Bebidas
Cafeteira curitibana não usa energia elétrica
Qual o amante de café que nunca sonhou com uma cafeteira portátil, que não precisasse de energia elétrica, filtro ou cápsulas para fazer aquele cafezinho a qualquer hora? Pois, esse sonho está bem próximo de se tornar realidade. O designer mineiro radicado em Curitiba, Maycon Aram, desenvolveu a sua Aram, uma cafeteira com todas as características acima. Além disso, ela faz um café totalmente personalizado, que vai variar conforme a moagem e velocidade com que se gira a manivela que faz parte da máquina (resultando em diversas pressões).
A produção da cafeteira faz parte de um projeto de financiamento coletivo, que está coletando valores até esta quinta-feira (17). Veja como participar
Em termos de qualidade do café, o barista e parceiro do projeto Juca Esmanhoto (do Rause Café + Vinho, em Curitiba) diz que é o melhor método de extração manual que já tomou. Ele já havia provado o café feito na italiana Mypressi (que funciona com cartuchos de pressão semelhantes aos usados no sifão de chantilly), mas a Aram superou. “Além disso, ela também não deixa de ser lúdica, pois você pode brincar com a moagem e a velocidade da manivela”, diz Juca. Ele comparou a qualidade do café tirado na Aram com um expresso tirado na italiana La Marzocco (máquina top mundial na extração do expresso). “Ficou muito similar”, completou.
Ele explica que na Aram vão 80 ml de água, 23 ou 24 g de café (já moído), o que resulta em 60 ml de café, ou um expresso duplo. “A diferença é que usa um pouco mais de pó. No Rause usamos 21 g para um expresso duplo”, exemplifica.
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A história da máquina começou quando Maycon desenvolveu um projeto acadêmico de uma linha de utensílios de café. Nesta época ele também descobriu os cafés especiais. A primeira máquina que resultaria na atual foi criada em janeiro deste ano, já com a consultoria do atual parceiro Juca Esmanhoto. Depois de alguns testes, eles chegaram na Aram de hoje.
Na prática, você coloca o café compactado na cafeteira, a água quente (ou fria, no caso do cold brew) e gira a manivela no sentido anti-horário para subir o pistão. Para fazer o café, basta girar no sentido horário. Neste momento, você define a pressão que quer empregar. Ela pode chegar a 14 bar. A título de comparação, uma máquina de extração de expresso chega a 9 bar. Além disso, ela aceita todos os tipos de moagem, ou seja, faz expresso, estilo french press e até o coado simples. São duas versões: a portátil e a com base em aço.
Juca comenta que a Aram vai ocupar um nicho carente de mercado, o de acessórios para café nacionais. “A maior parte dos acessórios é importada”, comenta. “Já existem até alguns moinhos manuais, mas são poucas opções”, completa. Vale ressaltar o design da cafeteira. Maycon explica que ela é feita em aço inox, que não contamina o alimento; madeira que reveste parte do inox e preserva a temperatura e a base em aço (à parte) recebeu pintura eletrostática. Cada uma é feita artesanalmente.
Para que ela seja fabricada em uma escala maior, a Aram é parte de um financiamento coletivo (ver aqui). A meta era arrecadar R$ 35 mil. “Isso foi conseguido em dois dias”, comenta Maycon. O projeto já superou os R$ 200 mil, com mais de 270 apoiadores. É possível participar com valores a partir de R$ 10 (neste caso seu nome aparece como apoiador no site). Contribuindo com o valor a partir de R$ 728 (em três vezes), você ganha a cafeteira, tamper, um copo e 250 gramas de um café especial.
O projeto também tem um caráter social. Maycon diz que depois que ultrapassou os R$ 100 mil arrecadados, destinou 2% do valor ao Fazedores Café, uma iniciativa da Sofá Café de São Paulo que oferece curso de barista para jovens de baixa renda a partir de 18 anos.
Serviço:
Para apoiar o projeto, acesse aqui
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