Como beber tequila além da simples dose com sal e limão

O Dia Mundial da Tequila, comemorado neste 24 de julho, foi instituído pela Unesco para reconhecer a origem da bebida e seus métodos de produção como um Patrimônio da Humanidade, segundo o governo do México. O consumo dela ficou mais conhecido pela dose acompanhada de sal e limão – mas vai muito além disso.

Seja em momentos de festa ou acompanhando um jantar e até mesmo a sobremesa, a tequila tem uma diversidade tão grande de aromas e sabores que não tem como ficar restrita a apenas uma forma de consumo. É o que explica Guilherme Luiz Oliveira, gerente de produto da 1800 Tequila no Brasil.

“Quanto mais clara é a tequila, mais gosto da agave e pura ela será. Então ela vai da prata (Silver), só com a matéria-prima, até as versões mais envelhecidas, como a Reposada, que passa seis meses em barris de carvalho e francês, e a Añejo, com 14 meses em barris franceses. E quanto mais ela envelhece, mais notas adocicadas, amadeiradas e tostadas ela terá, e é isso que vai diferenciar os sabores”, conta.

Guilherme Luiz Oliveira explicou ao Bom Gourmet quatro formas de consumir a tequila além da dose com sal e limão que a gente mais encontra nos bares:

Esse é o primeiro conceito que deve ser quebrado no consumo da tequila. Diferente do que acontece no balcão e na mesa dos bares, a forma ideal de tomar a tequila é gelada, o que ajuda a destacar os aromas e sabores do destilado.

“Coloca lá no congelador e esquece – deixe ficar bem gelada para consumir, mesmo que seja do jeito que todo mundo conhece”, conta. E o consumo também não precisa ser apenas no copinho de shot. Ele conta que pode ser em um copo baixo ou mesmo em uma taça – e sem precisar prender a respiração ou tomar em um gole só.

Por ter um teor alcoólico de 40%, a tequila pode parecer intensa demais para algumas pessoas. Uma dica é diluir a bebida no gelo, semelhante ao que se faz com o whisky ‘on the rocks’. Para quem está começando a provar o destilado, a recomendação é colocar uma dose de tequila prata em um copo baixo com uma pedra grande de gelo, assim será possível sentir as notas de agave puro da bebida.

Por outro lado, escolher uma tequila com mais sabores pode ser uma excelente pedida, segundo Guilherme Luiz Oliveira. Para ele, uma dose de tequila Añejo vai proporcionar uma melhor experiência.

“Embora o gelo tenha mais a função de resfriar a bebida, para nós ele é um ingrediente importante dela. E a ideia de experimentar com uma tequila mais envelhecida é por causa da complexidade dela, com mais notas adocicadas de baunilha, caramelo e madeira, uma diversidade de sabores”, explica.

Outra forma de provar a tequila é no preparo de coquetéis – e aí até onde a sua imaginação quiser. O gerente de produto da 1800 Tequila conta que o destilado pode substituir qualquer outro nos mais diversos drinks, como no lugar do gim da gim tônica ou da cachaça da caipirinha. E até mesmo o clássico negroni pode ganhar uma versão mexicana.

“Usa-se nas mesmas proporções dos destilados, substituindo-os pela tequila. Eu, até hoje, não consegui encontrar nenhum drink que não caísse bem com a tequila, mas tem que ser com a versão pura dela (a prata)”, explica Oliveira. No caso da vodca, por exemplo, ele conta que se tira um destilado sem sabor, que é usado apenas como base alcoólica, e substitui pelo sabor herbáceo da tequila proveniente de seu agave azul.

Que tal uma tequila tônica? Em um copo longo coloque 60ml de tequila prata, suco de ¼ de limão e complete com gelo e água tônica a gosto.

E um jantar com tequila no lugar do vinho, por exemplo? Essa experiência foi testada pelo chef Felipe Grecco e o sommmelier Rafael Goulart, do restaurante paulista Grecco, harmonizando o destilado com os pratos servidos. Ao Bom Gourmet, Guilherme explicou que a tequila ideal vai depender da receita escolhida, para que os sabores combinem.

“Peixes, por exmeplo, vão bem com tequilas pura, que não se destaquem demais sobre ele. Já uma massa com molho ou uma carne precisa de uma bebida um pouco mais forte e aromática, e aí harmoniza bem com uma tequila mais envelhecida e encorpada, com mais sabores e robustez. O objetivo é que a bebida e o prato se complementem”, conta.

O mesmo ocorre com a sobremesa, em que ele sugere um preparo com chocolate amargo 70% cacau acompanhado de uma tequila Añejo no lugar de um licor.