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Vinícola gaúcha vai construir fábrica no Chile até o fim do ano
A Casa Valduga, uma das mais tradicionais vinícolas da Serra Gaúcha (com sede em Bento Gonçalves), anunciou um projeto de expansão na região do Vale do Maipo, no Chile, a ser concretizada até o fim do ano. Grande entusiasta da vitivinicultura brasileira, Juarez Valduga, presidente do Grupo Famiglia Valduga, não esconde o orgulho dos vinhos que a região, mas pretende ampliar o alcance da marca e testar um novo terroir. “É um sonho a ser realizado há muito tempo. Vinícolas de todos os lugares vinificam em outros países, apenas o brasileiro não tem esse costume”, diz. Para o futuro, o plano é ter vinícolas também na Argentina, Portugal e Itália.
A construção da fábrica no Chile tem previsão de inauguração no fim de 2017. A previsão é vinificar a safra de 2018 e colocar os primeiros vinhos brancos no mercado no ano seguinte. Os primeiros tintos, no entanto, só devem ficar prontos em 2021. “Vamos trabalhar com as uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Sauvignon Blanc e outras variedades novas [no portifólio da Casa Valduga]. A safra preliminar deve ficar entre 200 mil e 300 mil litros. Não temos pretensão de ter uma produção de 1 milhão de litros”, explica Valduga.
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Distribuição
As uvas serão cultivadas pela vinícola ou compradas de terceiros em terras mais ao sul do país — a localização ainda não foi definida. A expectativa é exportar para o Brasil cerca de 20% da produção e os outros 80%, para o restante do mundo. “Seríamos mais um no mercado chileno. Para o Chile nos interessa vender cerveja, suco de uva, espumante e cosmético. Queremos uma fatia do mercado, mas não é isso que estamos buscando. Vamos trabalhar com o enoturismo próximo à capital, que já é uma região conhecida por isso, e com vinhos de alto valor agregado para exportação”, disse Juarez Valduga.
O Grupo Famiglia Valduga exporta espumante, suco e cerveja para os países vizinhos há mais de uma década e palmilhou a oportunidade durante anos, tendo o aval do banco apenas neste ano. “Exportamos há 12 anos para o Chile e há 16 para a Argentina. Estamos fazendo essa expansão com pé no chão e com investimento totalmente nosso. A ideia é vinificar perto da capital, Santiago, e trabalhar com o enoturismo por lá também”, explica. Por ora, o presidente do Grupo não abre os valores investidos na expansão.