Bebidas
Por que vale a pena conhecer o bar da Eisenbahn, em Blumenau (SC)
Passou das mãos da família Mendes para o Grupo Schincariol, em 2008. Três anos depois, foi para os japoneses da Kirin. Em 2017, esteve envolvida na mega transação de venda das marcas da Brasil Kirin à holandesa Heineken, que se tornou o segundo player no mercado brasileiro, com 12 marcas. A blumenauense Eisenbahn tem 11 cervejas, dois rótulos sazonais lançados anualmente, 80 prêmios nacionais e internacionais e o próprio reality “Mestre Cervejeiro”.
Crescimento inimaginável para família catarinense que queria apenas oferecer cervejas artesanais que respeitassem a Lei Alemã da Pureza (1516) e trouxessem novos sabores. O que não mudou em todas esses anos foi o Bar Estação, da rua Bahia, 5181, em Blumenau – em frente a estrada de ferro que inspirou o nome. Eisenbahn em alemão é ferrovia.
Na construção de tijolo à vista com deck de madeira funciona a fábrica matriz da Eisenbahn. Lugar que se tornou referência por ser onde a marca começou, mas também por ser o único bar da gigante Heineken no Brasil.
Pra quem gosta do clima Oktober, tem banda típica alemã as quintas das 20h à meia-noite. Sextas e sábados músicos locais também fazem shows nesse horário.
Vale ressaltar para não gerar frustações, a entrada na fábrica é proibida. Só é possível ver os funcionários pelos vidros. Outra questão é que os processos são robotizados. Os clientes veem os enormes tanques de maturação e fermentação, mas não visualizam a alquimia.
Por que vale a pena a visita? Além dos sete chopes tradicionais, é possível provar as quatro cervejas especiais, a duas sazonais, o BierLikör, a sequencia de degustação e harmonizar cada bebida com pratos planejados para intensificar a experiência. Sem contar na lojinha de souvenires, que é uma atração à parte.
As cervejas tradicionais da Eisenbahn podem ser pedidas na long neck R$ 8,30 – o balde com seis é R$ 42,70 – ou chope 300 ml R$ 8,90, 500 ml R$ 11, 90, 1 l R$ 22,30, torre 2,5 l R$ 52,50.
Dia 24 de julho de 2002, quando Jarbas Mendes e os filhos Bruno e Juliano lançaram a marca, ingressaram no mercado com a Pilsen, Dunkel e Pale Ale.
A Pilsen é uma lager dourada, leve e saborosa com puro malte de cevada. A Pale Ale é uma cerveja de alta fermentação, de coloração âmbar, sabor vigoroso e marcante com as clássicas belgas. A Dunkel é escurecida com malte de cevada torrado, lembra café.
Na carta das tradicionais também está a Weizenbier, tradicional cerveja de trigo do Sul da Alemanha, aroma com notas de cravo e banana. Kölsch, originária de Colônia, na Alemanha. Dourada e de alta fermentação, produzida com quatro tipos de malte. Weizenbock, refinada cerveja escura de trigo, com alto teor alcóolico e corpo intenso. E a Strong Golg Ale, dourada e alto teor alcóolico, poderosa cerveja estilo belga, produzida há centenas de anos. Tem sabor levemente adocicado e aroma frutado.
Quem tem dúvidas sobre onde começar a dica é pedir a sequência de degustação R$ 8,50. São servidos quatro copinhos de 50ml com Pilsen, Weizenber, Pale Ale e Dunkel.
Outra possibilidade para abrir os trabalhos é o delicioso Bierlikör, primeiro licor de cerveja do Brasil R$ 9. Sua base é a Dunkel. É suave, refinado com notas de chocolate, café e baunilha, mas cuidado, ele engana. O teor alcóolico é de 30.47%.
Cervejas Especiais
Em 2007, ano do 1º concurso Mestre Cervejeiro, foi lançada a Eisenbahn 5, comemorativa ao quinto aniversário da marca. Originalmente uma edição limitada, tornou-se permanente.
A Eisenbahn 5 tem cor acobreada e sabor marcante de lúpulo. É produzida pelo método “dry hopped”, que leva uma segunda adição de lúpulos aromáticos durante a maturação, intensificando o aroma do lúpulo. É a primeira da série de especiais.
No Bar Estação é possível experimentar a Aipa, cerveja 100% malte, forte e escura. Do estilo American Índia Pale Ale, coloração acobreada, aroma cítrico e frutado e gosto amargo. A Rauchbier, lager originária de Bamberg, Alemanha. É produzida com malte de cevada defumado, coloração vermelha escura, de amargor médio. A long neck custa R$ 8,30 e o balde com seis, R$ 42,70.
E tem a Lust Prestige, a primeira cerveja brasileira produzida pelo método Champenoise. Ela não é uma espumante, é uma cerveja maturada por um ano, por meio de um processo denominado cuvée. O resultado no paladar é mais seco e com aromas amanteigados, que lembram brioche e tabaco. A garrafa de 750 ml custa R$ 98.
As sazonais desse ano são Oktoberfest e a Session Ipa, anunciada no último Mestre Cervejeiro, em agosto. Receita dos cervejeiros Claudio Botelho e Cris Botarelli.
Harmonização
Como é possível esperar de Blumenau, o bar Estação tem um cardápio bastante carnívoro. Há opções típicas alemãs, mas não são as estrelas da casa.
Quando a turma é grande costuma pedir a Tábua Eisenbahn, composta por lombo canadense defumado, presunto alemão, bolo de carne com picles, lyoner de frango com tomate, linguiça húngara, queijo, azeitona, pimenta biquinho e pepino em conversa, R$ 53.
Os pratos mais pedidos, possíveis de harmonizar com Pale Ale, Weinzenbier ou Dunkel, no entanto, são a costelinha de porco frito e crocante servido com barbecue, R$ 38, 50. E o filé mignon angus grelhado no azeite de oliva, cebola, com ou sem queijo, chapa quente, pão de aipim, batatas rústicas (R$ 75). Ambos podem ser compartilhados entre três pessoas.
Pra acompanhar o chope tem mini pastéis sequinhos de carne, frango ou pizza, seis unidades custam R$ 20. Outro queridinho da casa é o bolinho de carne com linguiça Blumenau, seis unidades por R$ 25. Combinam com Pilsen ou qualquer outro chope.
Para os vegetarianos a sugestão é a tábua que leva queijo brie com uvas, figos e torradinhas com geleia de pimenta. Custa R$ 32 com a Strong Golden Ale.
Para quem não provou o licor de entrada ainda tem a chance de experimentar na sobremesa. A trufa de chocolate Bierlikör sai por R$ 5.
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