Novo bar no Centro harmoniza drinks clássicos com petiscos do Leste Europeu

Inspirado nos bares speak easy do Leste Europeu da época da União Soviética, o Atomic Core abriu em meados deste mês no Centro de Curitiba. A proposta é fazer um resgate histórico da coquetelaria clássica harmonizando drinks com petiscos comuns consumidos entre os jovens dos anos de 1950 e 1960 daquela região.

A carta e o cardápio criados pelo bartender Júlio Perbichi (ex-Punch Drink & Co. e Bastards Pub) e pela chef Mariana Reis é fruto de uma pesquisa de dois meses. Com a ajuda do bartender Vinícius Kodama, do Ponto Gin, a dupla montou uma carta com sugestões de harmonização de drinks e pratos.

Mariana formou-se pelo Seduc e passou pelo restaurante Comidália e o café Degusto. A inspiração para os pratos veio da infância na casa dos avós em Palmeira, cidade com grande presença de poloneses, e da convivência com Júlio, descendente de poloneses.

Ao todo, são seis opções de petiscos harmonizados com os 21 drinks da carta, além de alguns que estão fora do cardápio e outros preparados na hora, de acordo com o gosto do cliente.

Dentre as sugestões de harmonização, está o clássico Old Fashioned (R$ 28), com whisky, bitter de angostura e laranja, harmonizado com a porção de Zapiekanska (R$ 14), fatias de pão brioche de fermentação natural com molho de tomate rústico, cogumelo salteado com tomilho e vinho branco. A harmonização se dá por semelhança, pois ambos apresentam sabores intensos.

No outro extremo, a releitura do French 75 (R$ 28) de gim, espumante e limão siciliano, harmoniza por contraste com o Tosty z Miesem (R$ 13), porção de fatias de pão brioche com creme de ricota verde e linguiça Blumenau assada.

Há ainda a curiosa Kawa Polska (R$ 14), uma porção de quatro espetinhos de embutidos: presunto Parma, linguiça colonial, cracóvia e lombo canadense. A porção acompanha uma pasta de raiz forte em conserva. Para finalizar, a sobremesa Babka Budyniowa (R$ 9), um bolo de caramelo com consistência de pudim servido em copo de boteco.

O bar tem capacidade para 44 pessoas, mas a recomendação é disputar um dos poucos lugares no balcão. Assim, o bartender pode, enquanto serve os drinks, contar a história de cada um deles.

“A tendência dos bartenders é de fazer muitas releituras, mas eu quis resgatar os clássicos o mais próximo possível de como foram criados. E nisso colocar os pratos da minha própria ascendência de poloneses, do que os jovens comiam naquela época de poucos recursos”, conta. “Servimos apenas petiscos para compartilhar enquanto se prova um ou vários drinks, cada um deles com uma história”, completa.

Uma opção fora do cardápio é o intenso Tritter Rickey (R$ 20), que leva absinto, gim, limão, açúcar e hortelã. Também há ainda uma carta de vinhos enxuta, com tintos e brancos espanhóis Las 2 Ces (R$ 20 a taça e R$ 80 a garrafa), e cervejas Eisenbahn e Heineken a partir de R$ 10.

O conceito do bar foi projetado por Marcelo e Pedro Tadeu, pai e filho que trabalhavam com consultoria comercial em São Paulo e se mudaram para Curitiba há um ano e meio. Pedro atuava também como DJ em bares paulistas e tinha vontade de abrir um bar nesse estilo, comum em São Paulo, em Curitiba.

“Escolhi essa região do centro de Curitiba para abrir o Atomic Core porque ele é um pouco mais afastado dos circuitos mais agitados da Vicente Machado e do Batel”, explica Pedro.

O espaço, com capacidade para 44 pessoas sentadas, foi decorado por Marcelo e Pedro após pesquisas de como eram os bares do Leste Europeu na metade do século passado. A trilha sonora, executada por Pedro Tadeu, é composta por estilos como jazz, lounge e house. O local também será uma espécie de galeria de artes, com quadros de fotógrafos curitibanos em exposições conceituais e venda das peças expostas.

Serviço:
Atomic Core
Rua Nunes Machado, 79, Centro – (41) 98473-4803
Atende de terça a quinta das 19h à 0h30. Sexta e sábado, das 19h à 1h30.