Bebidas
Premiado gin Amázzoni lança versão mais alcoólica e com o dobro de zimbro
Após a ressaca pela surpreendente vitória obtida no World Gin Awards na categoria Produtor Artesanal do Ano, que deu projeção e visibilidade internacional ao gin brasileiro, a destilaria Amázzoni está de volta com os pés no chão. E acaba de anunciar duas novidades: o lançamento de uma versão “strong” de seu gin premiado e de uma água tônica premium pensada para a coquetelaria.
Em passagem por Curitiba, o artista e empresário paranaense Alexandre Mazza (nasceu em Ponta Grossa, mas mora há 35 anos no Rio), um dos sócios da destilaria Amázzoni (os outros dois são o mixologista argentino Tato Giovannoni e o arquiteto Arturo Isola) conversou com o Bom Gourmet sobre a surpresa de ganhar o Oscar do gin em Londres e sobre a expansão do alambique e da produção.
O que mudou com o reconhecimento internacional?
O prêmio nos ajudou muito. Fechamos parceria com distribuidores da Itália em 50 pontos de venda e já estamos em Cingapura. Temos uma base para fechar parcerias também na Espanha e Inglaterra, e estamos fazendo os trâmites legais para começar a vender nos EUA.
O prêmio nos ajudou muito. Fechamos parceria com distribuidores da Itália em 50 pontos de venda e já estamos em Cingapura. Temos uma base para fechar parcerias também na Espanha e Inglaterra, e estamos fazendo os trâmites legais para começar a vender nos EUA.
Em breve vamos terminar as obras de ampliação do alambique e no dia 19 de março começaremos a abrir para visitação [a destilaria fica na Fazenda Cachoeira, em Barra Mansa, no Sul do Rio de Janeiro].
Qual é a nova capacidade de produção?
Serão 30 mil garrafas por mês, é um volume grande. Quando lançamos o Amázzoni no dia 27 de março do ano passado, nossa estimativa era de vender 5 mil garrafas até dezembro. Vendemos 50 mil, ficamos muito impressionados. Em 2018, queremos triplicar as vendas e chegar a 150 mil garrafas.
Serão 30 mil garrafas por mês, é um volume grande. Quando lançamos o Amázzoni no dia 27 de março do ano passado, nossa estimativa era de vender 5 mil garrafas até dezembro. Vendemos 50 mil, ficamos muito impressionados. Em 2018, queremos triplicar as vendas e chegar a 150 mil garrafas.
O alambique que você utilizam é específico para gin. Quais são as diferenças com um alambique para cachaça?
A nossa é a primeira destilaria para gin do Brasil. Hoje existem 18 marcas de gin artesanal, mas só duas têm destilaria própria, enquanto as outras produzem em alambique para cachaça.
A nossa é a primeira destilaria para gin do Brasil. Hoje existem 18 marcas de gin artesanal, mas só duas têm destilaria própria, enquanto as outras produzem em alambique para cachaça.
A principal diferença é que o alambique para cachaça tem uma serpentina na câmara onde fica o liquido: a destilação é mais “agressiva”. O nosso alambique não tem serpentina. O liquido fica em banho-maria e não tem vapor circulando violentamente. O gin é um destilado mais delicado.
Vocês usaram botânicos inéditos na receita: cacau, castanha-do-pará, maxixe e cipó-cravo. É esse o segredo do Amázzoni?
Esses botânicos nunca foram usados no gin. A nossa base é o gin clássico inglês, com coentro e zimbro, ao qual adicionamos uma pitada de botânicos brasileiros. São botânicos 100% naturais, não usamos extratos. Os zimbros vêm da Espanha ou da Albânia, que junto com a Itália, produzem os melhores do mundo. Mas o que dá uma personalidade única é o cipó-cravo. Isso impressionou os jurados do concurso.
Como estamos em país tropical não fizemos um gin com 47% de teor alcoólico, que seria o padrão para um London Dry, mas baixamos para 42%, tornando-o mais leve.
Esses botânicos nunca foram usados no gin. A nossa base é o gin clássico inglês, com coentro e zimbro, ao qual adicionamos uma pitada de botânicos brasileiros. São botânicos 100% naturais, não usamos extratos. Os zimbros vêm da Espanha ou da Albânia, que junto com a Itália, produzem os melhores do mundo. Mas o que dá uma personalidade única é o cipó-cravo. Isso impressionou os jurados do concurso.
Como estamos em país tropical não fizemos um gin com 47% de teor alcoólico, que seria o padrão para um London Dry, mas baixamos para 42%, tornando-o mais leve.
O que falta para que a cachaça conquiste a coquetelaria como aconteceu com o gin?
O gin é muito mais versátil que a cachaça na coquetelaria. Ela é muito mais marcante e mundialmente não tem costume de ser usada. É uma bebida brasileira que merece respeito, mas o gin é mais neutro e ideal para drink clássicos como dry martini, negroni, gin fiz, além dos contemporâneos.
O gin é muito mais versátil que a cachaça na coquetelaria. Ela é muito mais marcante e mundialmente não tem costume de ser usada. É uma bebida brasileira que merece respeito, mas o gin é mais neutro e ideal para drink clássicos como dry martini, negroni, gin fiz, além dos contemporâneos.
Fora do eixo São Paulo-Rio, onde a coquetelaria está despontando?
A coquetelaria está crescendo de um jeito absurdo. Ano passado pela primeira vez três bares brasileiros entraram no ranking dos 100 melhores bares de drinks do mundo. Entramos no mapa mundial da coquetelaria.
Curitiba me surpreendeu nos últimos anos, a quantidade de bares novos. A cidade está dando espaço para coquetelaria, é impressionante, é o lugar onde mais cresce. Curitiba é muito promissora para a coquetelaria, inclusive a cena já está se estabilizando.
A coquetelaria está crescendo de um jeito absurdo. Ano passado pela primeira vez três bares brasileiros entraram no ranking dos 100 melhores bares de drinks do mundo. Entramos no mapa mundial da coquetelaria.
Curitiba me surpreendeu nos últimos anos, a quantidade de bares novos. A cidade está dando espaço para coquetelaria, é impressionante, é o lugar onde mais cresce. Curitiba é muito promissora para a coquetelaria, inclusive a cena já está se estabilizando.
Tem novidades vindo?
Em abril vamos lançar uma tônica sem conservantes voltada para coquetelaria: serão uma versão normal com 20% menos açúcar que as tradicionais e outra com -60% de açúcares, vendidas em garrafinhas de vidro. Vai se chamar Yndiá. Somos os mesmos sócios do Amázzoni, mas é uma empresa diferente. A produção é no Rio capital e será lançada em sete estados.
Outra novidade é o Amazzóni Rio Negro, uma versão mais forte do nosso premiado gin voltada para a coquetelaria: terá 50% de teor alcoólico, o dobro de zimbro e todos os botânicos potencializados.
Em abril vamos lançar uma tônica sem conservantes voltada para coquetelaria: serão uma versão normal com 20% menos açúcar que as tradicionais e outra com -60% de açúcares, vendidas em garrafinhas de vidro. Vai se chamar Yndiá. Somos os mesmos sócios do Amázzoni, mas é uma empresa diferente. A produção é no Rio capital e será lançada em sete estados.
Outra novidade é o Amazzóni Rio Negro, uma versão mais forte do nosso premiado gin voltada para a coquetelaria: terá 50% de teor alcoólico, o dobro de zimbro e todos os botânicos potencializados.
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