Bom Gourmet
Bares e restaurantes de Curitiba já sentem o impacto dos bloqueios nas estradas
O bloqueio de caminhões nas estradas do país, em protesto contra o resultado das eleições, dura mais de 48 horas e o setor de alimentação de Curitiba já sente os reflexos, principalmente no fornecimento de carnes. Donos de bares e restaurantes estão com dificuldades para repor o produto e estão tendo que comprar de fornecedores locais, a preços mais altos, para não prejudicar os cardápios.
“Estou desde às 7h30 tentando conseguir comprar carne, mas está complicado. Vou ter que comprar de um fornecedor mais caro, que não entrega”, afirma Gabriela Vilar de Carvalho, chef e proprietária do Quintana Gastronomia. A empresária garante que, por enquanto, a despesa extra não vai ser repassada para os clientes, mas que não sabe até quando consegue absorver esse custo.
Gastão Berndt, proprietário do bar Gastbier, está numa situação parecida. O frigorífico que o atendia, de Santa Catarina, não conseguiu enviar o produto e não tem prazo para entrega, enquanto as rodovias estiverem bloqueadas. A saída está sendo comprar de outro fornecedor, que ainda tem produto, mas a preços mais altos. “Nós estamos assumindo a diferença para evitar o impacto para os clientes”, explica.
Com impactos mas sem risco de desabastecimento
A indústria de alimentos Copal, com sede em São José, Santa Catarina, que fornece carnes para vários estabelecimentos de Curitiba e região, emitiu nota avisando que, devido à situação das rodovias, as entregas não estão sendo feitas em algumas localidades. De acordo com os donos de estabelecimentos que compram na empresa, novos pedidos não serão feitos até que o fluxo nas estradas volte ao normal.
Já para a Nutfree Alimentos Saudáveis, a parlisação dos caminhoneiros deve afetar a logística de panetones para as festas de fim de ano. "Estamos em ritmo acelerado de produção e qualquer atraso significa prejuízos diretos", declara Débora Trinkaus, sócia da indústria. A empresária afirma estar preocupada com os impactos e desdobramentos das manifestações. " Mais instabilidade nesse momento não ajuda ninguém", pondera.
Em comunicado divulgado na manhã desta terça-feira (01), a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) afirma que não existem sinais de desabastecimento, já que os supermercados possuem, em média, um estoque de 15 dias em suas Centrais de Distribuição, além do estoque de cada loja. Por isso, orienta os consumidores a comprarem apenas o necessário e que não há necessidade de estocagem em casa.