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Antonina quer transformar bala típica em experiência turística

Francielli Xavier
09/12/2022 19:40
A ideia é simples: transformar a bala de banana de Antonina em uma experiência que atraia turistas e fomente a economia local. É esse um dos principais desdobramentos que se espera para o selo de Indicação Geográfica da bala, recentemente reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), como doce típico do litoral do estado.
“O selo comprova as raízes e tradições da bala de banana, dando destaque para a nossa cidade. Queremos que mais pessoas tenham vontade vir a Antonina, para que conheçam os atrativos locais e comam a bala de banana, como um produto típico”.
Rafaela Takasaki,  presidente da Associação dos Produtores de Bala de Banana de Antonina e Morretes (PROBAM). 
Rafaela conta que foram sete anos de processo para conseguir a chancela, um caminho demorado, meticuloso, porém gratificante. “O selo nos ajuda a fortalecer o produto e a trazer mais pessoas para provar a bala de banana aqui, onde é feita”, explica.
A bala é uma receita com mais de 40 anos, compartilhada por duas famílias, que é feita exatamente da mesma forma até hoje. Este saber fazer, tão conectado à cultura e identidade local, foi o que credenciou as empresas Antonina e Bananinha para o selo em 2020.
Atualmente, as duas fábricas produzem aproximadamente 110 toneladas de bala por mês e quase toda a produção é absorvida pelo mercado do Paraná. De acordo com Rafaela, a Bala de Banana de Antonina chega em outros estados como um produto característico do estado, por isso, a produção segue atendendo localmente.
Para produzir esta quantidade de balas são necessárias 22 toneladas de bananas, que são compradas de produtores locais. “A gente vai buscar a matéria prima em Guaraqueçaba, de pessoas que se não fosse por essa demanda não teriam para quem vender”, diz Rafaela.

Próximos passos

“Percebemos que ter um produto típico, chancelado, é só a ponta do iceberg”, afirmou Rafaela, durante o V Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, que reúne 400 pessoas até sábado (10), em Curitiba.
 Rafaela Takasaki,  presidente da PROBAM, fala sobre os produtos de Indicação Geográfica e  Turismo.
Rafaela Takasaki,  presidente da PROBAM, fala sobre os produtos de Indicação Geográfica e Turismo.
Durante a palestra sobre Indicações Geográficas alavancando o turismo, Rafaela explicou as ações que estão sendo executadas para que a comunidade entenda a importância de suas raízes e valorizem as tradições.
Para isso, a PROBAM tem envolvido a comunidade, trazido os alunos das escolas municipais para dentro da fábrica e oferecendo experiências com a bala de banana. “Assim eles entedem como esse produto impacta a comunidade e se sentem parte desse processo", explica.
De acordo com Rafaela, a ideia é abrir a linha de produção também para os visitantes, sendo mais um atrativo local, junto com o Barreado e outros produtos de Indicação Geográfica que estão por vir. O foco é estimular o turismo e mostrar as riquezas da região em todos os setores”, afirma.

O que são Indicações Geográficas

Indicação Geográfica (IG) é um reconhecimento legal de propriedade industrial que atesta a origem geográfica de um determinado produto ou serviço. A certificação é gerida pelo INPI, que estabelece as condições para o registro.
As Indicações Geográficas são divididas em Indicação de Procedência (IP), em que a região é conhecida por seu produto ou serviço, e em Denominação de Origem (DO), em que o produto ou serviço possui características e qualidades decorrentes de fatores naturais e humanos.
No caso da bala de banana, por exemplo, somente as duas empresas: Antonina e Bananina, podem ser chamadas de Bala de Banana de Antonina. Pois são as únicas a produzirem a receita com origem e processos certificados.

As IGs paranaenses

Esta semana, o Barreado do Paraná recebeu a chancela de Indicação Geográfica, a 12ª do estado e a 100ª do Brasil.  Além da Bala de Banana e do Barreado, são reconhecidos como produtos típicos paranaenses o Melado de Capanema, a Goiaba de Carlópolis, o Queijo de Witmarsum, as Uvas de Marialva, o Café do Norte Pioneiro, o Mel do Oeste, o Mel de Ortigueira, a Erva-mate São Matheus - do Sul do Paraná, o Morango do Norte Pioneiro e os Vinhos de Bituruna.
Todas as certificações contam com a mediação do Sebrae Paraná, Sebrae Nacional e apoio das prefeituras municipais.
“Nós queremos ser o estado com mais IGs do país. Nós temos que valorizar o que é nosso e a união público - privada é essencial para isso”, afirma Maria Isabel Guimarães, coordenadora de Agronegócios do Sebrae/PR.

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