De um bar com quase 50 anos de história até um food truck há um mês no local, a Avenida Sete de Setembro se tornou nos últimos anos um micropolo gastronômico com opções diversificadas. São restaurantes veganos, mercearias, gelaterias, churrascarias e outros estabelecimentos em pouco mais de um quilômetro da extensão da avenida.

Entre a Rua Castro Alves e a Fonte de Jerusalém — passando pelos bairros Batel e Seminário — são encontrados espaços tradicionais, que estão há mais de 40 anos na região, e novidades que surgem com cada vez mais frequência ano após ano.

Luciano Bartolomeu, diretor da Abrasel-PR (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná), afirma que esse “boom” no crescimento da região é recente. “É coisa de dois anos para cá, do final de 2015 até agora”, conta. Ele atribui o aumento de estabelecimentos à procura das pessoas por atividades alternativas por conta da crise no país. “A parte da alimentação é ainda, para os novos empreendedores principalmente, um atrativo”, explica.

A região nobre em que está localizada a Avenida Sete de Setembro é, para Luciano, um incentivo aos negócios. “Tem um bom movimento de carros, de pessoas que trabalham por ali. Onde tem esse fluxo, começa a se expandir a questão da alimentação”, conta.

O restaurante mais antigo da região serve sanduíches e petiscos desde 1969. O El Sombrero fica na esquina com a Rua Leôncio Correia. O atual proprietário começou como garçom quando a casa inaugurou, cargo que ocupou durante 12 anos. Depois, acabou comprando o estabelecimento de seu chefe. O nome da casa homenageia a Copa do Mundo de 1970.

Os pratos tradicionais, servidos desde a inauguração da casa, são o sanduíche de pernil (R$ 22), a carne de onça (R$ 28) e o kibe cru (R$ 25). Outro destaque da casa é o mignon gratinado com champignon, que custa R$ 25.

O Tutto está na avenida desde 2002, e funciona como mercearia, hortifruti e também serve buffet no almoço de segunda a sexta. O destaque da casa é a feijoada light, servida toda sexta-feira, que leva apenas bacon e costelinha de porco. Nos outros dias, o buffet conta com pelo menos duas opções de carne, além de saladas variadas e salada de frutas.

O preço é de R$ 16,90 por pessoa o buffet livre, que inclui um copo de suco natural. O estabelecimento ainda serve açaí na taça a partir de R$ 10. O Tutto também serve salgados como pão de queijo, croissants e esfihas, e vende frutas e verduras variadas.

Um dos estabelecimentos mais antigos na região, a mercearia foi fundada por Oduvaldo Barranco, um paulista que tinha o desejo de trazer a pizza de São Paulo para Curitiba. A mercearia foi inaugurada em 2005, e hoje é comandada pelo filho do fundador, Glaubo Barranco, e outros dois sócios de fora da família. Eduardo Vivacqua, um dos sócios, conta que a região — antes predominantemente residencial — está se transformando em uma área comercial. “De uns cinco anos para cá, se vê muito mais lojas e restaurantes”, afirma.

A mercearia, que também tem uma unidade no Cabral, funciona com sistema à la carte de pizzas assadas em forno à lenha, entradas e vinhos. Os destaques são as pizzas Diávola (R$ 79,50 a grande de 8 fatias), que leva muçarela de búfala, linguiça picante e cogumelos Paris frescos; e a Celso Garcia (R$ 77), com berinjela e abobrinha marinadas no alho e azeite, tomates frescos e muçarela.

Uma das lojas da rede Subway fica na esquina da Sete de Setembro com a Rua Castro Alves desde 2005. O estabelecimento é famoso pelos sanduíches de 15 ou 30 cm montados pelos clientes, com diversas opções de saladas como tomate, alface, picles e pimentão, e carnes como peito de peru, frango e almôndegas. Os sanduíches com combinações já prontas partem de R$ 13,50.

O restaurante com sistema buffet por quilo está há dez anos na Sete de Setembro. Fundado pelo pai de Letícia Vezozzo, atual proprietária, o restaurante começou pequeno e se expandiu ao longo dos anos. O nome e a decoração do restaurante foram inspirados em Bellagio, uma cidade do norte da Itália.

No cardápio da casa, que é comandada por uma família italiana, todas as massas são artesanais. Tem peixe todos os dias, além de pelo menos três opções vegetarianas. A casa só trabalha com verduras orgânicas. No sábado e nos feriados, o cardápio é especial. Entre as variedades, salmão grelhado, receitas com bacalhau, feijoada e o destaque da casa: filé mignon com crosta de alecrim e parmesão.

O Bellagio também oferece uma variedade diária de sobremesas. O destaque é o doce do céu, um doce português feito com amêndoas e ovos. O valor de segunda a sexta é de R$ 64,90/kg e nos sábados e feriados R$ 74,90.

A primeira gelateria italiana a se instalar na cidade está presente desde 2007 na avenida. A Freddo tem o sabor de sorvete eleito pelo Prêmio Bom Gourmet três vezes como o melhor da cidade: Torta Belga.

Na unidade, são 24 sabores de sorvete disponíveis diariamente, incluindo sempre opções veganas e sem lactose. Entre elas, o Vanilla Bourbon e os sorbets de limão siciliano, maracujá, morango e frutas vermelhas. Um sabor sai por R$ 11, dois sabores por R$ 13 (copo médio) e três por R$ 15. Se preferir comprar o pote, o quilo custa R$ 82,50.

O Armazém Seu Luiz nasceu em uma família com tradição na administração de armazéns. Ricardo Pavanello, filho do fundador da Casa da Azeitona, foi quem inaugurou o estabelecimento na Sete de Setembro em 2011 e, posteriormente, transformou os estabelecimentos do pai em unidades do armazém.

Entre os produtos estão vinhos, frutas secas a granel, queijos importados e nacionais, e condimentos. Os indicados são o damasco, que custa a partir de R$ 30/kg; o bacalhau, com preço que gira em torno de R$ 120/kg; e temperos a partir de R$ 10.

Também merece destaque a panificação própria, que é feita na unidade de Av. Iguaçu desde 2016, e é enviada para as outras lojas. São cerca de 30 tipos de pães, entre opções de fermentação natural, integral sem açúcar, multicereais e de castanha e quinoa. Os preços variam de R$ 10 a R$ 60/kg.

A churrascaria premiada como melhor carne de Curitiba pelo Prêmio Bom Gourmet 2017 está na avenida há cinco anos. A Badida, que tem 34 anos de história, é comandada há 20 pelos filhos do fundador Bernardo Troib: Joel e Regiane Troib. As carnes da casa são selecionadas, e muitas delas importadas de países como Uruguai e Argentina.

Entre os destaques da casa, o Bife Badida (R$ 81,90), um entrecôte (pedaço mais macio e suculento do contrafilé) assado na grelha a carvão e temperado na hora com sal grosso dos dois lados, técnica que ajuda a manter o sabor da carne. A porção de 350 gramas serve uma pessoa. Outro prato indicado é o Bife de Tira, feito da parte central da picanha, acompanhado de batata suflê. Ele serve duas pessoas e custa R$ 146,90. A carta de vinhos da casa possui mais de 200 rótulos.

O restaurante vegano está na rua desde 2013. É administrado por Angélica Beil, uma professora de ioga que descobriu a importância da alimentação em viagens que fez para a Índia. O buffet utiliza cerca de 80% de vegetais orgânicos e tem, diariamente, cerca de um ou dois pratos vegetarianos, feitos com ovo e leite.

A proposta do estabelecimento é variar a culinária diariamente. Os destaques são o chilli vegano nas terças-feiras mexicanas, a feijoada vegana dos sábados e o barreado aos domingos, feito com jaca verde desfiada, cozida e temperada em um processo semelhante ao barreado tradicional. De terça a sexta, o buffet custa R$ 54/kg com suco incluso ou R$ 32 livre. Já nos finais de semana e feriado, o buffet é cobrado somente por pessoa, no valor de R$ 40 com suco e sobremesas inclusos.

A história do Empório Kaminski começou há mais de 80 anos, na década de 1930, quando a família entregava os pães de carroça em Curitiba. Mas o endereço da Sete de Setembro é novo: o estabelecimento estilo mercado foi aberto em 2014. Algumas gerações depois, hoje, o empório é comandado por Rodrigo e Camila Kaminski. A produção chega a sete mil pães franceses por dia. Ganham destaque os pães de fermentação natural, como a ciabatta, que custa R$ 27,60 o quilo.

O empório também trabalha com dois buffets que acontecem no mesmo espaço: o de almoço e o de café colonial. O preço de ambos é de R$ 54,90 de segunda a sexta e R$ 65,90 nos finais de semana e feriados.  Entre as opções do café, bolos, pães, quiches, tortas salgadas, mousse e pratos quentes como ovos mexidos, linguiça. A partir das 18h, também são servidas saladas e massas.

O Miss Cupcake é um dos empreendimentos mais recentes. A loja já existia no Juvevê desde 2011, mas inaugurou a nova unidade na Sete de Setembro no ano passado. O foco no cardápio são os cupcakes doces e salgados. Os destaques são o banoffee (R$ 6,50 o mini e R$ 10,50 o grande) e o bombom de morango (R$ 6 o mini e R$ 10 o grande). Já entre os salgados, são três opções: bacon, manjericão e pizza. Todas custam R$ 8,50. A casa ainda serve quiches e empadas.

O mais novo empreendimento nesse trecho da Sete de Setembro é o restaurante Lá Máffia, que inaugurou no dia 1.º de agosto deste ano. Sob o comando da chef Michele Costenaro, o restaurante — que funciona de segunda a sexta — tem a decoração toda inspirada na máfia italiana, com direito à caracterização dos funcionários no estilo do tema.

O buffet conta com dez opções de pratos quentes, dez saladas e três sobremesas. Os destaques da casa são o conchiglione, o rondelli, o pierogi e a polenta branca com frango ao molho, que é o carro-chefe da casa, servido todas as sextas-feiras. O preço é de R$ 44/kg ou R$ 18,50 o buffet livre.

A chef Michele conta que a movimentação de estabelecimentos na região é grande. “Está aumentando cada vez mais. Estão para abrir mais restaurantes aqui na rua, puxando para um polo gastronômico mesmo”, afirma.