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Pessoas

Participantes confundem picanha com patinho

Flávia Schiochet
16/11/2016 14:21
O MasterChef Profissionais chegou ao sétimo episódio com provas desafiadoras e tempo curto para realizá-las. Se nos episódios anteriores foi a confeitaria que desestabilizou os convidados, na primeira prova exibida em 15 de novembro foi um cordeiro inteiro, para ser destrinchado e preparado em equipe em cinco rounds e avaliados por um time de peso: István Wessel, especialista em carnes, André Lima de Luca, chef especialista em carnes, Daniela Gomes, engenheira de alimentos e Titi Wessel, mestre-churrasqueira e filha de István.
Os jurados convidados avaliam os cortes de carnes da equipe vermelha, capitaneada por Ivo. Foto: Carlos Reinis/Divulgação
Os jurados convidados avaliam os cortes de carnes da equipe vermelha, capitaneada por Ivo. Foto: Carlos Reinis/Divulgação
Na prova eliminatória, uma combinação inusitada: os cozinheiros deveriam fazer um prato de fusion cuisine mesclando a culinária italiana e japonesa. Com poucos elementos da cozinha oriental presentes no preparo apresentado, o professor João Lima foi o eliminado da semana. Ao se despedir do programa na entrevista com Ana Paula Padrão, João levou um “pito” ao desconsiderar a opinião de um leigo sobre a execução do prato. “Você está certo, eu sou leiga. Mas você não pode esquecer que eu sou a ponta final do teu trabalho”, alertou a apresentadora.
Para a primeira prova, as equipes foram definidas por sorteio e Ivo (capitão), Dário e Daisy formaram o time vermelho, e Marcelo (capitão), João e Fádia, o time azul. Com 20 minutos para destrincharem a peça em quatro cortes (pernil, carré, tranche e picanha), a equipe vermelha, mesmo esquecendo de separar o pernil, venceu o primeiro round pela exatidão e limpeza de seus cortes. A equipe azul confundiu picanha com patinho e não tirou as vértebras do carré, tendo a apresentação do corte prejudicada.
As quatro etapas da prova subsequentes foram páreo apertado, com a equipe azul saindo na frente por dois rounds pela expertise de Fádia na cozinha árabe, uma culinária com preparos tradicionais de cordeiro. Durante as etapas seguintes, o acesso ao mercado era livre dentro do tempo de preparo.
Ivo prepara as carnes da prova de cordeiro na grelha. Foto: Carlos Reinis/Divulgação
Ivo prepara as carnes da prova de cordeiro na grelha. Foto: Carlos Reinis/Divulgação
O segundo round exigia o preparo da tranche (coxão mole) de cordeiro ao ponto com acompanhamento e molho em 20 minutos. Ambas as equipes grelharam a carne, e a equipe vermelha serviu-a com um ponto a menos com chimichurri e batata rosti, enquanto a azul preparou um couscous marroquino com damasco, molho de iogurte com zaatar e a carne no ponto correto.
Apesar de apresentarem o molho por cima da carne, “acabando com a crosta formada na churrasqueira”, como descreveu a jurada Paola Carosella, a equipe azul venceu o segundo round. “O molho e o couscous valorizaram o sabor da carne”, elogiou István.
Em seguida, eles deveriam preparar um carré ao ponto em 15 minutos, com acompanhamento e molho. Apostando novamente na cozinha árabe, Fádia, da equipe azul, faz um babaganush com berinjela no maçarico e um molho de hortelã. A habilidade da cozinheira faz Erick Jacquin elogiá-la para os jurados Paola Carosella e Henrique Fogaça: “vou contratar essa mulher”. A carne da equipe azul ficou com um ponto a menos, mas venceu o round. A carne da equipe vermelha ficou com um ponto a mais e foi servida legumes na grelha e aïoli em uma apresentação elogiada pelos jurados.
Nesta etapa, a equipe vermelha protagonizou um atrito muito comentado nas redes sociais. Em um momento de desentendimento, o capitão do time, Ivo, disse à Daisy “pegar uma vassoura e varrer o chão”. No Twitter, o chef se retratou sobre o ocorrido.
Com 15 minutos para a quarta prova, as equipes fizeram um hambúrguer de cordeiro com 150 gramas, um molho e um acompanhamento. Enquanto a equipe azul optou por triturar patinho e bacon no processador e assá-la na grelha com manteiga por cima – “muito inteligente e muito francês”, observou Paola –, a equipe vermelha picou a carne na ponta da faca e a preparou chapeada.
A equipe azul serviu seu hambúrguer com cebola caramelizada e aïoli de fermento biológico queimado. A vermelha, com creme azedo e shiitake com bacon. “A decisão foi difícil. Quando se usa bacon com cordeiro, o perigo é que o bacon se sobressaia. A equipe vermelha preparou separadamente, então dava para separar e sentir só o sabor da carne”, justificou István ao dar a vitória do round para a equipe vermelha e empatando o placar.
A quinta prova exigia o preparo de um picadinho com acompanhamento feitos em 20 minutos. Marcelo definiu o menu da equipe azul com quinoa, broto de agrião e legumes, enquanto o time de Ivo fez um purê de mandioca, picadinho com cogumelos e vinho do Porto e molho de tomate com castanha. “A equipe azul tende a ser mais ousada, e a vermelha, mais clássica. A deglaçagem com vinho do Porto e a acidez do tomate é o que se imagina quando se pensa em picadinho. Ganha a tradição”, enunciou István. Salvos da eliminatória, Ivo, Dário e Daisy assistiram à prova seguinte do mezanino.
Com sorteio por facas, a prova de fusion cuisine desafiava os competidores a preparar em 1h10 um prato que combinasse a cozinha japonesa e italiana, tendo cinco minutos para o mercado. “Tem que fechar os olhos e pensar no que vem à cabeça quando se pensa em Itália e Japão… uma apresentação, um ingrediente, um sabor”, descreveu a jurada Paola.
O professor João Lima cozinhou um peixe no sous-vide e serviu-o com um caldo (feito com aparas de peixe, gengibre, algas e saquê), alcachofra, um pesto de manjericão e um ravióli cuja massa eram fatias finas de nabo. “O nabo é um legume usado em vários países, mas só ele não basta para representar o Japão”, observou Jacquin. “Parece um prato francês dos anos 1980. Acho que o avião parou na França e não chegou ao Japão”, brincou Fogaça. Pela falta da presença de sabores e ingredientes do Japão, João foi o eliminado da semana. “Você poderia ter feito um pesto de shisso”, sugeriu Paola.
Prato apresentado na prova eliminatória de fusion cuisine por Marcelo, que foi elogiado pelos chefs. Foto: Carlos Reinis/Divulgação
Prato apresentado na prova eliminatória de fusion cuisine por Marcelo, que foi elogiado pelos chefs. Foto: Carlos Reinis/Divulgação
Marcelo preparou pargo com ova de salmão, molho tarê com anchova, redução de creme de leite e alga, em um prato cuja apresentação não agradou ao jurado Jacquin, mas no sabor foi elogiado pelos três. “Você tocou meu coração. Eu não sei se você vai ganhar essa competição. Mas o que eu sim sei é que você é um dos maiores talentos culinários que este país tem”, elogiou Paola, levando Marcelo às lágrimas. “É muito difícil fazer um prato como este em um restaurante e mais difícil ainda em uma competição como esta com 40 câmeras em volta”, frisou a jurada. Do mezanino, os cozinheiros também ficaram impressionados. “O Marcelo com três panelas faz mil coisas. Eu faço três coisas com mil panelas”, riu Daisy.
Durante a prova de eliminação, Fádia mudou de ideia: começou preparando um yakisoba com massa fresca e foi advertida pelo jurado Jacquin por ser muito simples, e também por Dário, que palpitava do mezanino. Acabou preparando um tempurá de shisso, uma folha japonesa, e servindo-o com uma batuta, o steak tartar italiano. “O tempurá é uma fritura muito leve e tem que ficar por cima. A apresentação poderia ser mais sofisticada”, avaliou Jacquin.
“João fez um prato de restaurante de toalha branca. O da Fádia está mais para um restaurante badalado. Falta umami, sal e acidez, poderia ter colocado mais shoyu, gengibre e limão, porque a fritura deixa muito gorduroso”, indicou Paola para Fádia. No próximo programa, os cozinheiros receberão uma “caixa do luxo”, uma seleção de ingredientes específica para cada um deles. Como prova de eliminação, terão que preparar um suflê.

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